Parece brincadeira, e antes fosse. Mas a verdade é que Daura Hage e Sandro Matos, dois servidores investigados pelo Ministério Público como peças-chaves da quadrilha que se instalou na Assembléia Legislativa do Pará para fraudar a folha salarial e licitações públicas em benefício do bando, estão afastados e já retornaram à ativa. Depois de presos e libertados, os dois entraram de licença e agora foram lotados na biblioteca. Ontem, a majoritária banda boa do funcionalismo fez o maior fuzuê ao descobrir os dois caras-de-pau no prédio da AL.
Desculpa
Oficialmente, a AL sustenta que os dois denunciados à Justiça são funcionários públicos concursados e já respondem às ações de improbidade administrativa e criminal movidas pelo Ministério Público. Mas não explica por que Daura e Sandro, metidos até o pescoço nas fraudes em licitações de amplo conhecimento público e que drenaram milhões dos cofres da Assembléia, não foram sequer afastados dos cargos. Para o MP, o afastamento de investigados era o mínimo que se esperava do presidente Manoel Pioneiro.
Potoca
Pioneiro nem precisa, aliás, recorrer a arroubos de vontade política para agir. Basta cumprir a lei. O Regime Jurídico Único do Pará, que os deputados aprovaram em 1994 e batizaram de Lei 5.810, reza, no artigo 29, que o servidor que for denunciado por crimes administrativos, como no caso dos funcionários da AL, deverá ser afastado até o trânsito em julgado da decisão penal. Ao se omitir, Pioneiro transforma a legislação, que o Poder que ele chefia consagrou, em retumbante potoca, de tantas que se contam por lá.
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