O vice-presidente da República, Michel Temer, pediu [ontem], 10, mais diálogo do governo com o PMDB e disse estar "chocado" com a ação da Polícia Federal, que na terça-feira, 9, prendeu 35 pessoas do Ministério do Turismo - comandado pela sigla - investigadas por suspeita de corrupção.
Apesar das declarações, o vice ponderou que "não há o mal-estar que se imagina" e que a aliança do PMDB com o PT é "sólida".
"De vez em quando eu ouço dizer que há provas robustas, mas onde estão as provas (sobre corrupção no Turismo)?", questionou Temer. "Confesso a vocês que a história das algemas pegou muito mal", afirmou.
O secretário executivo da pasta, Frederico Silva da Costa, foi algemado ao ser detido durante a Operação Voucher, da PF. Outro integrante da cúpula da pasta, o ex-deputado federal Colbert Martins (PMDB), também foi preso.
"O PMDB tem uma relação muito sólida com o governo federal e é preciso apenas que haja maior diálogo, conversações que são comuns na relação entre o Legislativo e o Executivo", afirmou o vice, endossando o conselho dado na quarta-feira pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua sucessora no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff. Temer participou de evento de filiação do ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho, na capital paulista.
"Foi uma grande injustiça o que fizeram com o PMDB", lamentou o presidente da sigla, senador Valdir Raupp (RO). Ele criticou o "excesso" da PF e o comportamento do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. "A informação que chegou a nós é a de que o ministro só foi informado na última hora, quando a operação já estava acontecendo, mas é uma coisa meio difícil de acreditar", alfinetou. (Ag.Estado)
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