Delegados e peritos da Polícia Federal (PF) rebateram [ontem] as críticas do governo de que houve exageros na Operação Voucher , que estão sendo conduzidas pela PF e investigam desvios de recursos destinados ao Ministério do Turismo.
Em comunicado no qual ameaçam cruzar os braços já em agosto se não tiverem suas reivindicações atendidas - que incluem o fim dos cortes orçamentários e da terceirização, além da retomada dos concursos públicos - os delegados e peritos aproveitam para dizer que as críticas "repercutiram negativamente entre essas duas carreiras".
- A Polícia Federal já está sofrendo com a agenda econômica do governo (cortes orçamentários), não pode ser pautada também pela sua agenda política - disse o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Bolivar Steinmetz.
Além da ADPF, assinam o comunicado a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) e a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF).
Entre os que não ficaram satisfeitos com a Operação Voucher estão a presidente Dilma Roussefff, o vice Michel Temer, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e vários parlamentares, além do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello. A principal reclamação é a de que teria havido abuso na utilização de algemas nos suspeitos presos.
Há entre os policiais federais o sentimento de que o ministro da Justiça tem sido tímido em defender as necessidades orçamentárias da PF, piorando a situação quando a critica na questão do uso de algemas.
- O ministro da Justiça não tem feito a defesa do orçamento da polícia, dos concursos que precisa. E no momento que o ministro tem oportunidade para fazer isso (a defesa da PF), ele critica - diz o presidente da Fenadepol, Antônio Góis, para quem as críticas na Operação Voucher podem contribuir com a paralisação: - A polícia, sofrendo um processo de vitimização, aumenta a disposição para a mobilização. (Em O Globo)
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