Médicos vão parar dia 21

Os médicos do Pará farão paralisação de advertência no dia 21 de setembro no atendimento aos pacientes de planos de saúde, seguindo decisão anunciada ontem pela Federação Nacional de Saúde Suplementar em Brasília. A medida objetiva a revisão e a atualização dos valores dos honorários pagos pelos planos de saúde, que fogem por completo do Coeficiente Brasileiro Hierarquisado de Procedimentos Médicos (CBHPM), referência nacional para os cálculos.

Atualmente, segundo informa Wilson Machado, diretor do Sindicato dos Médicos do Estado do Pará (Sindmepa), os valores pagos pelos planos para uma consulta, por exemplo, oscilam entre R$ 25 e R$ 30, quando o certo seriam R$ 80, valor este que o Sindmepa espera ser urgentemente corrigido.

Machado explica que os planos de saúde quase sempre ignoram o CBHPM como base para os cálculos dos honorários pagos aos médicos e praticam tabela própria. Quando não, os planos utilizam apenas parcialmente a base do coeficiente, prejudicando os profissionais. Por isso, eles decidiram pela suspensão de um dia no atendimento a pacientes dos planos de saúde.

Outra queixa dos médicos diz respeito às interferências dos planos ao tentar conter o número de solicitações de exames para auxílios diagnósticos. Segundo Wilson Machado, essa interferência acaba prejudicando o trabalho dos profissionais de saúde e pode colocar em risco a saúde dos pacientes. Os exames para auxílio diagnóstico são fundamentais para os médicos possam exercer seu trabalho com a mais absoluta segurança no tragamento dos pacientes, afirma.

Greve - Cerca de 12 médicos do Hospital Abelardo Santos estão dispostos a paralisar as atividades para chamar atenção da Secretaria de Estado de Saúde para que seus vencimentos sejam equiparados aos profissionais que trabalham nos hospitais da Santa Casa de Misericórdia do Pará e Gaspar Viana. Eles estiveram reunidos ontem à noite no Sindmepa para tomar um posicionamento, pois as negociações com a Sespa estão se esgotando sem que haja qualquer sinalização quanto ao atendimento da reivindicação.

De acordo com Wilson Machado, as decisões tomadas ontem à noite serão levadas ao conhecimento da comissão de negociação da Sespa, a fim de que não haja necessidade de os profissionais partirem para a greve, dado que o Hospital Abelardo Santos atende as demandas de saúde das populações de Icoaraci, Outeiro e adjacências. Segundo ainda Machado, entre os profissionais que reivindicam a equiparação estão obstetras e anestesistas. (No Amazônia)