O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) está em alerta máximo para o fenômeno de transferência de títulos de eleitores que tem sido verificado nas regiões que querem desmembrar o Pará a apenas alguns meses do plebiscito sobre a divisão do Estado. Ontem o procurador Igor Figueiredo Nery e o desembargador Raimundo Holanda começaram a enviar expedientes aos cartórios eleitorais das regiões de Carajás e Tapajós orientando os juízes eleitorais para a questão e solicitando que eles fiquem atentos para qualquer irregularidade. No plenário, o assunto foi levantado pelo juiz eleitoral Robens Leão. "A gente que vive nessa área há muito tempo sabe que sempre antes da eleição é grande o número de transferência de título, principalmente agora, que o interesse político é maior. Pode acontecer dessa transferência estar sendo feita só para que a pessoa vote durante o plebiscito e depois volte para a sua terra", alertou Rubens.
Durante a sessão de ontem, o juiz eleitoral leu a reportagem sobre o assunto publicada em O LIBERAL no último domingo e sugeriu que a matéria fosse encaminhada ao ministro Arnaldo Versiani, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que coordena o plebiscito. Rubens admite que a fiscalização da transferência de títulos não é tarefa fácil. "É difícil porque, antes, o eleitor demorava mais tempo para fazer a transferência. Agora não. Em cinco minutos a pessoas tem o título em mãos. Ela pode apresentar, por exemplo, o comprovante de residência de um amigo, alguém da família. Eu não sei de que forma, mas vamos ter que fazer uma fiscalização severa para não ter essa transferência criminosa", declarou.
Conforme O LIBERAL adiantou, apenas em 2001 já foram realizadas 38.610 transferências de títulos, sendo que 18.375 solicitações foram feitas após o anúncio do plebiscito. Segundo Rubens, os eleitores que forem flagrados fazendo a mudança de títulos de forma irregular podem responder a processo penal por falsidade ideológica. Além disso, a transferência é cancelada. (No Amazônia)
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