Vinte e seis anos depois da construção da única obra atribuída ao arquiteto modernista Oscar Niemeyer, o Pará terá mais um projeto assinado pelo gênio da arquitetura, ativo aos 104 anos idade. Depois do Memorial da Cabanagem, construído em concreto, em 1985, um templo evangélico com capacidade para mil lugares será erguido na estrada de acesso ao distrito de Mosqueiro, a 40 quilômetros de Belém, dentro da Faculdade Adventista da Amazônia (Faama). A igreja deve ficar pronta em dois anos e custar R$ 10 milhões.
O anúncio do projeto de Niemeyer foi feito ontem, no lançamento da pedra fundamental do templo, uma entre várias inaugurações da Faama. Aquino Bastos, diretor de comunicação da Norte-Brasil, entidade que administra a faculdade na região, afirma que o tempo projetado está no livro "Igreja", que será lançado em breve pelo arquiteto e contém dezenas de projetos dele feitos pelo Brasil inteiro. "Ficamos muito felizes, porque a nossa obra foi uma das últimas que ele incluiu nessa publicação", conta Aquino, mostrando o livro, que ainda não está à venda.
O novo projeto de Niemeyer a ser executado no Pará é mais um prédio arrojado. Com formas arredondadas, a igreja terá um espaço amplo para abrigar mil fiés e toda a estrutura, curiosamente, será apoiada em uma cruz de concreto e aço, que faz parte da fachada do edifício. O diretor geral da Faama e engenheiro civil Valdimiro Laurindo comenta que devem ser envolvidos mais de dez especialistas no projeto, contando com profissionais de sonorização, iluminação, vidraçaria, fundação, dentre outros.
Somente o projeto de Niemeyer custou mais de R$ 1 milhão, valor renegociado pelo empresário Milton Afonso, dono do plano de saúde Golden Cross e amigo pessoal do arquiteto. A igreja será construída dentro da área de cem hectares da faculdade, que existe há dois anos tem 20 mil metros quadrados de área construída e tem cerca de 200 alunos estudando Teologia, com previsão para aumentar o número de docentes para mil nos próximos cinco anos. Na suntuosa instituição de ensino superior já foram empregados mais R$ 20 milhões, segundo Laurindo, recursos próprios da Igreja Adventista do 7º Dia.
Ontem à tarde a Faama inaugurou ainda um museu com a história dos adventistas no mundo e na Amazônia, no qual foca o destemor do pastor Leo Hallowell, pioneiro que desbravou a região em uma embarcação de madeira e iniciou as pregações e a série de empreendimentos que originaram, sobretudo, hospitais e escolas. A faculdade também inaugurou o Centro White, uma bioblieteca completa para os estudantes, e uma quadra de esportes. (No Amazônia)
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