Os bancários decidiram deflagrar uma greve nacional por tempo indeterminado a partir de hoje (27). O movimento, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), tem por objetivo pressionar a Federação Nacional de Bancos (Fenaban) a retomar as negociações de um acordo coletivo com a categoria.
No Pará, mais de 8 mil bancários que atuam em 457 unidades (entre agências e postos de atendimentos) paralisam suas atividades. Em Belém, a avenida Presidente Vargas será uma das principais áreas de concentração da categoria, a partir das 7h. Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim, cada banco organiza sua ação, mas a mobilização vai se concentrar em frente ao Banco do Brasil e nas matrizes do Banpará e Banco da Amazônia, na Presidente Vargas. "Vamos adesivar e fechar logo cedo todas as unidades", assegurou.
A greve foi definida na última quinta, 22, pelo Comando de Greve Nacional. Ontem, também houve assembleias da categoria por todo o País. "Nas assembleias organizamos a greve de hoje. Durante a que ocorreu no sindicato avaliamos uma proposta específica à categoria do Banpará, apresentada pelo banco, mas rejeitada pela maioria porque faltam muitos pontos específicos que o Banpará não apresentou, como o Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Além disso a demanda do Banpará não atende às nossas reivindicações", explicou Rosalina.
Durante a greve, a população deve recorrer aos canais alternativos - como correspondentes bancários, internet banking e caixas eletrônicos - para realizar operações bancárias. O vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Neemias Rodrigues, afirma que será mantido, de acordo com a lei, 30% do serviço nos bancos. "O movimento de greve está forte e seu fim vai depender da proposta dos banqueiros", informou.
A servidora pública Francisca Favacho, 53 anos, esteve ontem na agência principal do Banco do Brasil, na avenida Presidente Vargas, onde buscou antecipar pagamentos. "Resolvi fazer logo algumas transações bancárias que só podem ser realizadas na agência, até porque quando tem greve as filas dos caixas eletrônicos ficam enormes ou as máquinas não funcionam direito. Mesmo sendo prejudicada, penso que a greve é um direito do trabalhador", disse Francisca.
Reivindicação - A pauta de reivindicações dos bancários inclui reajuste de 12,8% (inflação do período mais aumento real de 5%); piso igual ao salário mínimo do Dieese: R$ 2.297,51 (em junho); PLR; três salários mais R$ 4.500,00 sem desconto dos programas próprios de renda variável; Plano de Cargos e Salários (PCS) em todos os bancos; gratificação semestral de 1,5 salário para todos os bancários; contratação da remuneração total dos bancários; vale-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio creche/babá iguais ao salário mínimo (R$ 545,00); auxílio-educação para todos os bancários e previdência complementar para todos os bancários.
A proposta mais recente da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), apresentada na última sexta-feira, prevê reajuste de 8% a partir de 1º de setembro de 2011. A proposta foi rejeitada pelo comando dos bancários.
Greve dos correios continua. Procon alerta sobre pagamento de boletos.
A greve dos correios completa duas semanas hoje e muitas pessoas ainda estão confusas sobre como proceder para evitar pagar multas e juros devido à demora na entrega das faturas e boletos. A orientação da diretora do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/PA), Eliana Uchoa, é que os consumidores busquem alternativas para conseguir a segunda via do boleto, mesmo se estiver em atraso. "A greve dos correios não impede que as pessoas efetuem os pagamentos. As empresas oferecem opções para solicitar a segunda via; pode ser por fax, internet e telefone. O mais importante é não deixar de pagar", orienta Eliana Uchoa
Se o consumidor não tiver acesso às formas alternativas de quitação e atrasar o pagamento, deve procurar a empresa e explicar a situação. "Há pessoas que não podem pagar uma lan house ou outro tipo de serviço que solicite a segunda via. Neste caso é recomendável que procure a empresa e comunique a situação, pedindo um abatimento nos juros e multas. Mas vale lembrar que ela deve levar os documentos que comprovem a baixa renda", afirma a diretora do Procon.
Caso a empresa não faça o abatimento das multas ou juros diante da comprovação de baixa renda, a diretora orienta o consumidor a procurar o Procon. "O órgão vai interferir por meio de uma audiência de conciliação, na qual a pessoa será reembolsada no valor pago dos juros e multas", garante Uchoa.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Pará e Amapá, Paulo André da Silva, garantiu que a greve continua por tempo indeterminado. Silva disse que não ocorreu nenhuma negociação nacional entre o sindicato e os Correios. "A única dica é que as pessoas que possuem encomenda para receber vão ao complexo dos Correios", orientou. Hoje, o sindicato promete fazer outra assembleia e uma manifestação em frente à sede dos Correios, na avenida Presidente Vargas. (Amazônia)
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