A Diretoria da Festa do Círio de Nazaré está preocupada com atitudes irresponsáveis de alguns promesseiros. Por isso, este ano, promove uma campanha contra o corte prematuro da Corda utilizada na grande procissão mariana, realizada a capital paraense no segundo domingo de outubro.
O lançamento foi ontem, às 11h30, na Cúria Metropolitana, com a presença do arcebispo da Arquidiocese de Belém, dom Alberto Taveira Corrêa, que juntamente com membros da Diretoria da Festa, explicou sobre as peças publicitárias. A campanha é constituída por quatro anúncios em jornais, um spot de rádio e um vídeo que será veiculado na televisão.
Segundo dom Alberto, a ideia é mostrar aos devotos que a festa é mais bonita com a presença desse ícone. "No Círio muitas pessoas fazem promessa para levar a berlinda até o seu destino. Se a corda é cortada antes, o promesseiro se sente mal por não poder cumprir sua promessa", explicou.
Para evitar o corte antes do tempo, o arcebispo esperará os fiéis em frente ao Colégio Santa Catarina para dar a bênção, antes de repartir a corda. O diretor do Círio de Nazaré, Cézar Neves, lembra que "ano passado as pessoas baixaram a corda e a cortaram na avenida Nazaré. É esse tipo de situação que nós queremos evitar este ano", lembrou. O diretor explica que a iniciativa tem apoio da polícia. "A polícia estará nos ajudando a identificar as pessoas que estiverem portando armas, como facas e estiletes, durante a procissão", explicou. O diretor lembra que "essa situação é perigosa tanto para quem leva o objeto como para o que vai apenas acompanhar a romaria, pois acidentalmente pode machucar alguém", alertou.
Para o diretor de marketing do Círio, Oswaldo Mendes, a ação só poderá ter sucesso se todos fizerem sua parte. "Os meios de comunicação devem ajudar na divulgação, mas principalmente os fiéis devem passar as informações uns para os outros alertando os devotos sobre os riscos de portar uma arma branca", comentou. "Nós ainda estamos estudando uma maneira de sistematizar o corte da corda, para que seja uma ação organizada pela diretoria. Futuramente divulgaremos", completou.
A Corda surgiu no Círio de 1855, quando, devido às enchentes no Ver-o-Peso, foi preciso atar cordas à Berlinda que conduzia a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, a fim de que o povo pudesse puxá-la. Mas, em 1885, 30 anos depois, é que foi introduzida oficialmente na procissão. De 1926 a 1931, por autorização de dom Irineu Jofilly, a corda ficou de fora, pois não houve berlinda para puxar. Mas em 1931, por intermédio do interventor Magalhães Barata e com o consentimento posterior de dom Antônio de Almeida Lustosa, esse importante símbolo voltou à procissão do Círio e permanece até hoje como elemento essencial da festividade. (No Amazônia)
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