Começa campanha de frentes

No primeiro dia de campanha das frentes que vão encabeçar movimentos a favor e contra a divisão do Pará, só foi à rua a frente Pró-Carajás, a qual fez carreata e reuniu ontem cerca de 20 mil pessoas no município de Redenção, no começo da noite de ontem. Os demais grupos devidamente registrados no Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) preferiram, no momento inicial, aguardar o repasse do número inscrição do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) para abrir uma conta bancária específica, na qual deve circular os recursos a serem doados para as campanhas.

O coordenador de marketing da Frente Pró-Carajás, o deputado estadual João Salame (PPS), afirma que a primeira ação foi direcionada para Redenção por ser uma cidade no extremo Sul do Pará e, por isso, "ser um dos municípios que mais sente a ausência de políticas públicas do Estado". O parlamentar afirmou que a carretada reuniu cerca de mil veículos na tarde de ontem e, no início da noite, eram esperadas cerca de 20 mil pessoas no "Espaço Aberto", situado no centro da cidade.

Salame comenta ainda que hoje haverá sessão especial na Assembleia Legislativa para debater o plebiscito e amanhã ato público, em Marabá. "Estamos ainda reunindo para definir os próximos passos do cronograma de trabalho da nossa campanha", salienta o deputado estadual da frente que tem como principal liderança o deputado federal Giovani Queiroz (PDT).

Na frente Contra-Carajás, liderada pelo deputado federal Zenaldo Coutinho, há ainda a expectativa de obter o CNPJ para abrir uma conta bancária específica para movimentar os recursos da campanha. Porém, ele adianta que hoje haverá um grande ato público, com representações de 15 municípios, na Escola Agrotécnica de Castanhal. O parlamentar detalha ainda que está participando também de eventos organizados por instituições de ensino superior e outras entidades para esclarecer sobre o plebiscito que deve indicar a vontade da maioria do Estado sobre a divisão do território.

O deputado estadual Celso Sabino, líder da Frente Contra a Criação do Estado do Tapajós, também destaca que todas as ações de campanha ainda aguardam a liberação do CNPJ. Com o número de inscrição, ele resume, poderá ser criada a conta e imprimir material de divulgação o qual será distribuído e também vendido durante o período dispensado à propaganda.

O deputado federal Lira Maia (Dem), presidente da Frente Pró-Tapajós, também aguarda a inscrição do CNPJ e frisa que é preciso cautela para iniciar a propaganda. "Tem que ser feito dentro do que permite a lei, até porque sou eu o responsável pela campanha e qualquer ato irregular pode impedir outras candidaturas", acrescenta. Ele diz que o grupo está reunindo para traçar cronogramas de atividades e que hoje, vários grupos voluntários de diversas cidades da região, prometem foguetório para saudar a possível emancipação.

Castanhal vai reunir representantes da região nordeste

A Frente Suprapartidária em Defesa do Pará, que é contrária à proposta de divisão do Estado para o surgimento de Tapajós e Carajás como novas unidades da Federação, reúne-se, a partir das 19h de hoje em Castanhal, no ginásio de esporte da Escola Agrotécnica Federal de Castanhal, às margens da área urbana da BR-316. A reunião vai marcar o início da campanha do "Não" ao separatismo. A região nordeste, na qual estão inseridos os municípios de Castanhal e Paragominas, tem um colegiado eleitoral significativo, que pode decidir no plebiscito marcado para 11 de dezembro.

O encontro vai reunir prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais e líderes políticos de Belém e do interior. O deputado estadual Márcio Miranda (DEM), líder do governo na Assembleia Legislativa do Pará, é o coordenador da programação em Castanhal, em parceria com o deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB). Márcio afirmou que está confiante na estratégia montada pela frente suprapartidária para alcançar todos os municípios e convencer os eleitores de que o melhor para o Estado é mantê-lo inteiro. "O importante também é que não haja nenhum ranço de insatisfação àqueles que não obtiverem êxitos ao final da consulta popular", observou. O prefeito de Castanhal, Hélio Leite, disse que não adianta animosidades no dia 11 de dezembro. "O que for decidido terá de ser acatado", observou o gestor, que vai marcar presença no evento de hoje à noite.