O Diário de Notícias, um dos mais influentes jornais de Portugal, noticiou na primeira página que “604 farmácias, das 2900 existentes no país” fecharam as portas. Só nesses primeiros seis meses 150 delas foram à falência, o que está afetando pacientes que convivem com remédios regularmente. A crise econômica está estampada no semblante fechado e amargurado de cada português. O inverno rigoroso anunciado também vai afetar a vida da população, já que o governo anuncio aumento nas tarifas de energia. O consumo de combustível caiu 12% e o consumo em geral 23%.
Os shoppings vazios e lojas fechadas na zona mais nobre do país, Cascais, são sintomas do dinheiro curto no bolso da população que sofre com o desemprego. Os atrativos e simpáticos bares nas calçada do Centro de Lisboa são proibitivos para os moradores, que começam a migrar para países vizinhos ou atravessar o Atlântico em direção ao Brasil, destino também dos brasileiros afetados pela crise. O dinheiro circula mais à vontade no setor turístico, a única luz no final do túnel que ainda se mantém acesa reaquecendo a economia. Os hotéis de Lisboa, por exemplo, estão quase todos lotados nessa época do ano, onde o sol generoso e as belezas naturais deixam as cidades litorâneas do país parecidas com as do Brasil.
O governo tem procurado saídas para cumprir as exigências da União Europeia que pede austeridade no comando da economia para injetar mais dinheiro no país, a exemplo do que fez na Grécia. Assim é que o governo está anunciando medidas que vão desagradar fortemente a classe média mais endinheirada: taxar as fortunas dos ricos, o que pode provocar uma fuga de capital. O assunto será discutido no Conselho de Ministros, mas não existe consenso em torno da proposta porque a sugestão é do PS, partido que este ano deixou o poder. Portugal já tem uma das cargas fiscais mais pesadas da Europa. Castigar os mais ricos para ajudar o mais pobre, tentando convencê-los de que os mais ricos devem pagar a conta, pode levar o país a uma crise política de consequências imprevisíveis, segundo parlamentares de oposição e os economistas de plantão. (claudiohumberto.com.br)
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