Médicos recém-formados que participarem por dois anos do Programa Saúde da Família (PSF) em áreas de extrema pobreza e periferias receberão até 20% de bônus na prova de residência. A portaria, envolvendo os Ministérios da Saúde e da Educação, foi publicada ontem no Diário Oficial da União.
Conforme o Estado adiantou em julho, os dois ministérios estão elaborando um plano nacional de educação médica que, entre outras iniciativas, tem o objetivo de aumentar o número de médicos nas regiões carentes.
A portaria criou o Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica. Ao todo, 2 mil vagas poderão ser preenchidas a partir de fevereiro de 2012. Os bônus para a residência passam a valer a partir de novembro do mesmo ano.
Além da pontuação extra, os profissionais que participarem desse programa terão direito a fazer um curso de especialização em saúde da família, sob responsabilidade das universidades públicas participantes do Sistema Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS).
Os municípios que serão contemplados com o programa serão definidos até o final do ano. O Conselho Nacional de Residência Médica divulgará, por meio de resolução, os índices e critérios da pontuação. "Consideramos que essa é uma das maneiras mais efetivas de tornar disponíveis, de forma rápida, médicos para ampliar a assistência à população", diz Mozart Sales, do Ministério da Saúde.
Paulo Navarro de Moraes, presidente da Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo, diz que a medida é positiva, mas há pontos que o preocupam. Um deles é a fixação do médico. "E se o médico que participou do programa por dois anos quiser continuar trabalhando lá? Ele será absorvido?"
Outra preocupação de Moraes é que o programa sirva apenas de "trampolim" para quem quiser concorrer a uma vaga de residência disputada. "Você corre o risco de superlotar o programa com pessoas sem o perfil e sem a vontade de estar ali." (estadão.com.br)
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