Moradores do edifício Wing, que está interditado por conta de um estalo em um de seus pilares, e do edifício La Vie en Rose, que fica ao lado, promoveram um protesto contra a medida que determinava a volta dos moradores do entorno do Wing, já que área isolada foi reduzida. Em frente aos prédios, os residentes do La Vie en Rose fecharam a rua Boaventura da Silva com seis carros por volta das 10h; e os moradores do Wing colocaram uma faixa na frente do edifício sob perícia. O objetivo era chamar a atenção das autoridades para o caso e mostrar para sociedade que está havendo negligência para com os moradores. Mesmo sem engarrafamento, houve quem discordasse do ato. No meio da tarde, a Justiça estadual invalidou a decisão que reduziu a área interditada e manteve o isolamento no entorno.
Na noite de sábado, os moradores do edifício La Vie en Rose e entorno foram informados, através de uma ata, que a área de interdição havia diminuído e que, assim, poderiam voltar para casa, mesmo com o edifício Wing sob perícia. Por isso, os moradores protestaram. Mesmo sendo em um domingo, quando quase não há trânsito na via e a possibilidade de engarrafamento era pequena, motoristas reclamaram do bloqueio da rua Boaventura da Silva, entre as avenidas Generalíssimo Deodoro e 14 de Março.
Também na noite do último sábado, a empresa Porte Engenharia informou o Hotel Sagres - onde estão os habitantes das proximidades - que a hospedagem e a alimentação estavam suspensas, já que a volta ao prédio e a algumas casas do entorno estava liberada. "Estamos aqui para contar à sociedade que o poder público está se negando no caso", declarou o arquiteto Helder Coelho, morador do prédio, na hora do protesto.
A ata que determinava a diminuição do interdito, assinada por todos os órgãos de segurança envolvidos e, ainda, pelo promotor de justiça do consumidor Marco Aurélio Lima do Nascimento, do Ministério Público do Estado do Pará (MPE), que assiste o caso, dizia que a área de risco deveria ser reduzida, mediante monitoramento. O advogado dos moradores dos prédios, no entanto, não participou do acordo, e nenhum morador foi chamado. O documento ainda tinha o respaldo dos engenheiros Dênio Raman e Amaury Aguiar, da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Mais à frente, na manhã de domingo, um grupo de moradores do edifício Wing se reunia informalmente e, um deles, colocou uma faixa em frente ao prédio indagando o porquê de o prédio também não ser desbloqueado. "Falta segurança. Só algumas fitas estão lá e a qualquer momento as pessoas podem avançar, entrando no prédio. Qualquer criança entra no local. Isso é uma grande falha", disse Helder Coelho. Muitos moradores, de fato, entravam e saiam do prédio e da vila ao lado, desrespeitando a determinação conjunta do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. "Nós estamos, sim, desesperados", completou ele.
À tarde, porém, a Justiça do Estado voltou com a determinação de restrição do edifício La Vie en Rose e algumas residências do entorno. A decisão também obrigou a Porte Engenharia a manter a hospedagem e alimentação dos desalojados. A construtora deve cumprir com as determinações até a emissão de laudo definitivo sobre a situação do prédio Wing, o que deve ocorrer na quarta-feira, 27. O trecho da rua Boaventura da Silva, entre 14 de março e Generalíssimo, continua interditado. (Amazônia)
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