Trabalhadores da rede estadual de ensino, incluindo os professores, se reuniram ontem na Praça do Operário, no bairro de São Brás, para decidir se fariam uma contraproposta ao governo do Estado. Na negociação da última terça-feira, 18, não houve acordo. Por isso, havia a possibilidade de flexibilizar a proposta da categoria, para acelerar a volta às aulas.
Cerca de 200 funcionários da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) fizeram uma rodada de discussões antes de decidir como a categoria se portaria no próximo encontro com representantes do Governo Estadual, com intermédio do juiz Helder Lisboa. Havia representantes de cidades próximas a Belém na mobilização de ontem, em São Brás. Houve reunião semelhante em muitos municípios mais distantes, com o mesmo propósito.
O maior ponto de discussão é o pagamento do piso salarial, já estabelecido pela Justiça, mas ainda não pago totalmente por falta de verba. Ou seja, alunos estão sem aula por causa de R$ 69, que é a diferença entre o piso pago pelo Governo Estadual e o valor exigido pela categoria. "A questão é que o piso de R$ 1.187,00 já foi confirmado pelo Supremo Tribunal Federal e sabemos que há dinheiro em caixa, mas o governo quer parcelar esse valor irrisório em 24 vezes. Essa proposta, feita na terça-feira passada, foi totalmente rejeitada", afirma Maurilo Estumano, um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp).
Outro assunto pontuado na assembleia de ontem foi a previsão de desconto dos dias parados dos grevistas. Vários servidores receberam um "espelho" do contracheque indicando falta, como foi o caso do professor de física Thiago Barbosa. Se a sua prévia de contracheque se confirmar, ele deixará de receber R$ 232 por conta de 12 dias que deixou de trabalhar por conta da paralisação. "Isso é para intimidar a categoria, já que ainda não está confirmado, é só uma previsão. Mas é claro que tem um efeito negativo sobre a gente", lamenta. Todos os funcionários que tiverem esse tipo de desconto estão orientados a procurar o sindicato. Segundo Maurilo, o juiz Helder Lisboa não autorizou o corte de ponto, pois a greve foi considerada abusiva, mas não ilegal. (Amazônia)
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