“A OAB do Pará deveria ser implodida para renascer de novo. Só dessa forma teremos o resgate da dignidade do exercício da advocacia”. Foi com essa frase que o advogado militante Edilson Santiago iniciou, por volta das 12h45 de ontem, uma greve de fome na frente da sede da entidade. Debaixo de uma barraca armada na praça do Largo da Trindade e com advogados que apoiam a iniciativa, Santiago disse que “existem advogados dignos no Pará” e que não há prazo para encerrar o protesto.
Edilson, 55 anos e 17 anos de profissão, disse que sua manifestação não é político-partidária e tampouco pretende atingir qualquer dirigente da Ordem. Ele diz que não entra no mérito do ato de intervenção que, segundo ele, é um ato administrativo. “Os que forem atingidos que procurem seus direitos, apesar de achar que o Conselho Federal poderia ter nomeado um interventor paraense. Quem deve resgatar a dignidade dos advogados paraenses são advogados daqui. Somos 18 mil advogados no Pará e muitos deles têm capacidade de ocupar o cargo, com todo respeito ao interventor nomeado”.
O advogado ressalta que faz a greve de fome em nome de uma gama de advogados criminalistas que estão envergonhados pela atual situação da OAB-PA. “Quero iniciar aqui um Movimento Cabano-Jurídico para resgatar a dignidade desta OAB. As gestões passam e a instituição fica. Ela é a nossa casa, que defende a prerrogativa dos advogados e deve lutar pela manutenção do Estado Democrático de Direito”. No local do protesto foi colocado um livro de registros para colher as assinaturas dos advogados que apoiam a manifestação.
Um médico foi chamado para acompanhar a greve de fome de Edilson, que é hipertenso. Além dos advogados criminalistas, ele conta com o apoio da Academia Paraense de Júri e do Instituto Paraense do Direito de Defesa, entidade que também preside. “Sou advogado e vivo da advocacia. Não teria coragem de olhar para meus filhos se não fizesse isso que estou fazendo. Não podemos deixar que a OAB afunde na lama. Os advogados precisam se unir e que o próximo gestor cuide da OAB como ela deve ser cuidada”, pondera o advogado, que elaborou para a OAB-PA a “Cartilha de Defesa das Prerrogativas dos Advogados do Pará”. (Diário do Pará)
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