Um Ato de Repúdio reuniu, na manhã de ontem, em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA), no bairro da Campina, advogados, representantes de sindicatos, associações e outras representações. Na ocasião, eles protestaram contra a intervenção do Conselho Federal da Ordem na seccional paraense, o que provocou o afastamento do presidente eleito pela classe, Jarbas Vasconcelos.
A principal crítica exposta durante a manifestação foi o fato de a intervenção ser compreendida como um ato político e não jurídico, como deveria. "Estamos questionando a forma como essa intervenção foi feita, sem seguir as etapas processuais previstas no Estatuto da OAB", informou o advogado João dos Anjos, um dos coordenadores do Ato.
Outro questionamento foi quanto à escolha do advogado paranaense Roberto Busato para presidir a OAB-PA durante a intervenção. "Não concordamos com a escolha de alguém que não conhece a realidade do Estado do Pará para presidir à Ordem em detrimento da pessoa que foi eleita pelos advogados. Além disso, a OAB-PA desempenha diversas atividades, através de suas comissões, que mantêm diversas atividades e serviços à sociedade e não sabemos se eles terão continuidade", ressaltou João dos Anjos. Esse também foi o questionamento do advogado José Maria Vieira, presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas do Estado do Pará (Atep). "Quero dizer que nesta terra existem advogados competentes para presidir a Ordem. Por isso, não vamos sossegar até tirar esse interventor daqui", disse.
Uma das entidades que levou representantes até o local em apoio ao Ato de Repúdio foi a União Geral dos Trabalhadores (UGT). "Apoiamos a eleição do Jarbas (Vasconcelos) e não concordamos com a intervenção dentro de uma instituição democrática. A seção é estadual e não existe nenhuma denúncia comprovada", afirmou o presidente da UGT, José Francisco Pereira.
O presidente afastado da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos, acompanhou a manifestação e fez questão de agradecer o apoio recebido. "Apesar de ter sido afastado do exercício legítimo do meu cargo, estou me sentido muito feliz pelo apoio dos advogados e de toda a sociedade", ressaltou.
Jarbas enfatizou sua contribuição para que todas as questões que levaram ao seu afastamento sejam apuradas, mas que gostaria que outros pontos fossem esclarecidos. "É preciso saber as razões que levaram o presidente da OAB Nacional a dar esse golpe, é preciso saber que interesses políticos estão escondidos. Vamos comparar a minha prestação de contas com a dos últimos presidentes da Ordem. Estou me sentido um perseguido político", resumiu.
A organização do Ato informou que outras manifestações de repúdio à intervenção deverão ocorrer nos próximos dias, em defesa da nstituição. (Amazônia)
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