O governo do Pará conseguiu do governo federal, por meio do Ministério da Ciência e Tecnologia, todo apoio à criação do Parque de Ciência e Tecnologia do Tapajós, no oeste do Estado. A parceria foi formada ontem (8) durante reunião entre o vice-governador do Pará e secretário Especial de Gestão, Helenilson Pontes, e o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloísio Mercadante. O ministro informou que estará em Belém e Santarém nos dias 7 e 8 de dezembro, para anunciar o apoio da União ao projeto.
Na reunião realizada em Brasília, na sede do Ministério, o vice-governador e a comitiva paraense ouviram do ministro a garantia de apoio não só ao Parque do Tapajós, mas à implantação de uma série de outros projetos que, segundo Aloísio Mercadante, podem “gerar desenvolvimento econômico e tecnológico e empregos para a população amazônica”. O projeto do Parque de Ciência e Tecnologia do Tapajós, com sede em Santarém, é estratégico e sintonizado com as prioridades do governo federal, disse Mercadante.
Também participaram da reunião o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Alex Fiúza de Mello; o secretário de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças, Sérgio Bacury; o reitor da Universidade Federal do Oeste Paraense, José Seixas Lourenço; o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério, Carlos Nobre; o diretor do Departamento de Políticas e Programas Temáticos do Ministério, Carlos Alfredo Joly, e o senador Flexa Ribeiro.
A comitiva paraense entregou ao ministro o projeto completo do Parque de Ciência e Tecnologia do Tapajós. Após garantir o apoio ao empreendimento, Mercadante citou outros projetos do governo e seus parceiros para a região do Tapajós, como a implantação de um centro tecnológico do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e um centro tecnológico da empresa Vale.
Potencial - O Instituto Butantan já está presente na região, ressaltou o ministro, mostrando o potencial da região do Tapajós para abrigar projetos na área de ciência e tecnologia. O centro do Senai, segundo o ministro, terá como base o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec), importante suporte na formação de profissionais que atuarão em processos industriais automatizados, com alcance em áreas de ponta.
Mercadante falou ainda sobre a proposta de criação de “cinturões digitais” de fibra óptica para impulsionar os parques tecnológicos na região de Santarém. “Basta que a bancada paraense apresente emendas nesse sentido e o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia será total”, afirmou. Um projeto de criação de pirarucu, desenvolvido na região do Mamirauá, no Estado do Amazonas, também foi abordado pelo ministro como um exemplo que pode ser seguido por outros Estados, inclusive o Pará.
Na reunião, o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Alex Fiúza de Mello, manifestou preocupação com a exploração da água doce na Amazônia. Alex Fiúza disse ao ministro que a Amazônia precisa de projetos para otimizar o uso racional da água. "Dono da maior bacia de água doce do planeta, o país precisa desenvolver uma economia das águas”, disse ele, "fornecendo esse bem ao mundo e obtendo vantagens com esse fornecimento".
O ministro pediu ao secretário projetos nesse sentido, para que o Ministério possa garantir apoio já a partir de 2012. O reitor José de Seixas Lourenço ressaltou a importância do apoio do Ministério ao projeto do parque tecnológico do Tapajós. "Já havíamos garantido o apoio do governo do Pará, que assinou no dia 20 de junho um acordo de intenção para a criação do parque. Agora, com o apoio do governo federal, o parque é cada vez mais uma realidade", reiterou Lourenço.
Resultado - Para Helenilson Pontes, a reunião foi “além de nossas melhores expectativas”. Segundo ele, o encontro destacou a estratégia de desenvolvimento sustentável do Pará para a Amazônia, “um projeto iniciado no nosso governo, pensado para a garantia de um futuro melhor para todos".
Em 8 de dezembro, frisou Helenilson, dia dedicado à padroeira do município, Nossa Senhora da Conceição, o ministro estará em Santarém, formalizando o apoio ao projeto do Parque do Tapajós e iniciando o desenvolvimento de outros projetos de ciência e tecnologia, mostrando que “o Pará tem todas as condições de ser um polo de bom aproveitamento da biodiversidade da Amazônia, um exemplo para o mundo”.
Incubadora - Orçado em R$ 47 milhões, o PCT Tapajós abrigará, numa área de 11 mil metros quadrados, uma incubadora e um condomínio de empresas de base tecnológica. Os recursos serão oriundos do poder público e da iniciativa privada. Além de estimular a formação e a instalação de empresas no parque, a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) terá uma função gerencial, engajada na transferência de tecnologia e na capacitação dessas empresas. O empreendimento também estará aberto às instituições públicas e privadas da região.
Os parques de ciência e tecnologia surgiram como estratégias de inovação e desenvolvimento regional. São complexos de produção de tecnologias, que visam fomentar economias baseadas no conhecimento científico e na cultura do empreendedorismo e da inovação. Três parques foram planejados para o Estado do Pará: o PCT Guamá, que já está sendo implantado no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém; o PCT Tocantins, previsto para Marabá, e o PCT Tapajós, a ser implantado no campus da Ufopa, em Santarém, a partir de 2012. (Ag.Pará)
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