Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador!
Teu destino é viver entre festas,
Do progresso, da paz e do amor!
Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador!
Ó Pará, quanto orgulho ser filho,
De um colosso, tão belo e tão forte;
Juncaremos de flores teu trilho,
Do Brasil, sentinela do Norte.
E a deixar de manter esse brilho,
Preferimos, mil vezes, a morte!
Salve, ó terra de rios gigantes,
D'Amazônia, princesa louçã!
Tudo em ti são encantos vibrantes,
Desde a indústria à rudeza pagã,
Salve, ó terra de rios gigantes,
D'Amazônia, princesa louçã!
===
Apenas 34 das 18 mil urnas utilizadas apresentaram problemas, mas em nenhum caso a votação teve que ser feita de forma manual. Também não foram registradas prisões ou apreensões de material de campanha ilegal.
De acordo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas 1.203.573 (33,92%) da população declarou ser favorável à criação do Tapajós e 1.185.545 (33,40%) a de Carajás. Em relação à criação do Tapajós os votos em branco somavam 17.729 (0,49%) e nulos, 35.886 (1%). Em relação à criação do Carajás os votos em branco somavam 14.895 (0,41%) e nulos, 37.842 (1,05%).
Nas primeiras parciais divulgadas pelo TSE, pouco depois das 17h, o "Sim" chegou a sair na frente, no entanto, a situação logo foi revertida a favor do "Não", que abriu distância e manteve uma vantagem confortável durante todo o processo de apuração. A vitória matemática foi confirmada pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Pará, o desembargador Ricardo Ferreira Nunes, duas horas após o início da apuração, quando tinham então 75% das urnas apuradas.
Na avaliação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowski, o plebiscito representou um teste para a democracia participativa. "O que me parece importante é que esse plebiscito representou um teste no que diz respeito à democracia participativa, porque a Constituição de 88 inaugurou uma nova forma de democracia. Nós demos um passo para além da mera democracia representativa e vivemos agora em toda a plenitude a democracia participativa, em que o povo é chamado a opinar sobre as questões relevantes que dizem respeito ao país, mediante alguns instrumentos como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular", afirmou. Ele afirmou que a tecnologia de transmissão de dados via satélite - foram colocados 277 pontos de transmissão - permitiu que os votos de urnas localizadas em locais de difícil acesso fossem apurados antes de seções que ficam em centros urbanos. "Hoje foi um teste importante e verificou-se que o povo pode ser consultado rapidamente de forma eficiente e econômica", completou.
Lewandowski ponderou, no entanto, que o ideal seria que a realização das consultas populares fossem feitas junto com as eleições, a fim de reduzir os custos. Ele explica que o TSE desenvolveu um software que permitirá, a partir das eleições de 2012, que a mesma urna a ser utilizada para votar nos candidatos possa ser utilizada também para a votação em plebiscitos ou referendos simultaneamente.
O secretário de Tecnologia da Informação do TRE, Marco Fagundes, explicou que o processo de transmissão de dados do interior para Belém funcionou de duas formas. "A primeira forma é a transmissão dos dados que vem dos próprios cartórios de cada município, utilizando a rede do TRE, e a segunda forma é através da transmissão via satélite, por meio de pontos de transmissão instalados em locais de difícil acesso, como algumas localidades no Marajó", detalhou.
No caso de Belém, os disquetes com as informações foram levados ao Hangar, onde estavam dez das onze juntas eleitorais apuradoras que funcionam em Belém. A única zona eleitoral que não teve o Hangar como retaguarda foi a 30ª Zona Eleitoral, que funciona no Distrito de Icoaraci. "No interior também a votação e a apuração foi muito tranquila, sem incidentes técnicos ou qualquer tipo de prejuízo", afirmou.
Festa da vitória varou a noite na doca (veja fotos acima)
Cerca de dez mil pessoas se concentraram na avenida Visconde de Souza Franco, a Doca, para comemorar o resultado do plebiscito que decidiu que o território paraense deve se manter unido. Vestida com camisas vermelhas e brancas e empunhando bandeiras do Pará, a multidão ouviu vários parlamentares engajados na campanha contra a divisão do Estado e assistiu as apresentações que se revezaram em quatro trios elétricos que fecharam dois quarteirões da via, no bairro do Umarizal.
A cantora Lucinha Bastos, que participou da campanha do "Não", cantou o hino do Pará por volta das 21h30 de ontem acompanhada do coro das dez mil vozes empolgadas com a vitória no plebiscito. Ao final, ela usou o slogan que caracterizou a propaganda da frente contra a criação dos Estados do Tapajós e Carajás: "Ninguém divide o Pará".
No trio elétrico principal, os deputados Zenaldo Coutinho e Celso Sabino, líderes das frentes contra Carajás e Tapajós, respectivamente, saudaram os que foram à Doca. "O Pará é nosso", gritou Sabino. Zenaldo agradeceu às pessoas que ajudaram na campanha: "Essa vitória é nossa e foi conquistada com muito suor".
O deputado estadual Eliel Faustino (PR), o vereador Abel Loureiro (DEM) e o deputado federal Arnaldo Jordy também cumprimentaram a massa de eleitores do "não" que foram festejar. Na festa, artistas e outras personalidades foram lembradas como importantes para divulgar a campanha do Pará unido: as cantoras Fafá de Belém, Gaby Amarantos e Leila Pinheiro, o jogador de futebol Paulo Henrique, o lutador Lyoto Machida, a atriz Dira Paes, entre outros. A festa deve como atrações como banda FB Mania, Gang do Eletro, Acordalice, Edilson Moreno e Eloy Iglesias. "Temos que comemorar, porque passamos um sufoco. Se nosso Estado fosse dividido, os prejuízos iam ser grandes para todo mundo, inclusive para o Brasil todo", comentou Paulo Almeida, 31 anos, que foi à Doca assistir as comemorações.
Outros números do resultado final da apuração:
CARAJÁS 2.363.561 eleitores (66,60%) votaram contra criação deste Estado.
TAPAJÓS 2.343.015 eleitores (66,09%) votaram contra a divisão deste Estado.
VOTAÇÃO
BELÉM
Tapajós: 93,88% (não), 6,12% (sim)
Carajás: 94,87% (não), 5,13% (sim)
SANTARÉM
Tapajós: 1,37% (não), 98,63% (sim)
Carajás: 2,22% (não), 97,78% (sim)
MARABÁ
Tapajós: 7,58%(não), 92,42% (sim)
Carajás: 7,19% (não), 92,81% (sim)
(Fonte: Amazônia - Fotos: Portal ORM)
Nenhum comentário:
Postar um comentário