Confirmada a manutenção do território do Pará com a vitória da campanha do "Não" no plebiscito do último domingo, a Associação Comercial do Pará (ACP) aproveitou o momento para exaltar a riqueza artística e cultural do Estado. Sob o título "Pará canta Pará", o evento na sede campestre da Assembleia Paraense, na noite de ontem, reuniu artistas que participaram da campanha contra a divisão do Pará. Para o presidente da ACP, Sérgio Brito, os próximos passos dos paraenses devem ser rumo à união para a superação das mazelas sociais.
O evento de ontem reuniu artistas que carregam em suas letras e melodias a cultura paraense. Além da cantora Lucinha Bastos, que esteve à frente na campanha contra a divisão do Estado, subiram ao palco da Assembleia Paraense Eloi Iglesias, Mahrco Monteiro, Pedrinho Cavalero e Edilson Moreno. Cantando a mesma cultura, os artistas, para o presidente da ACP, tendem a unir a população paraense. "Neste momento discutindo o Pará, acreditamos que a cultura pode ser um importante vetor de congraçamento da sociedade paraense", disse o presidente. "O Estado é rico em cultura, folclore, musicalidade. Esse é um momento para investir na cultura para que a gente possa irmanar cada vez mais o povo paraense".
Para Sérgio Brito, a união cultural do Pará, no evento de comemoração pela não divisão do Estado, é o resultado de uma longa campanha, que começou há 11 anos. "No ano de 2000, a ACP publicou uma nota contrária à divisão do Pará, quando o movimento separatista começou a surgir no Estado. Sabíamos que a divisão não traria benefícios para a população", contou o presidente da ACP, que foi vice-presidente da Frente Contra a Criação do Estado do Carajás, presidida pelo deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB).
Antes de subir ao palco, a cantora Lucinha Bastos, uma das lideranças contra a divisão, avaliou a importância do plebiscito como forma de consulta democrática à população, mas ressaltou sua posição em favor da união, tanto territorial quanto cultural do Estado. "O plebiscito foi importante porque criou um interesse maior das pessoas pelo seu Estado. Interesse por mais informação, mais debate, diálogo", observou. "O Pará, para mim, é o todo, não só Belém. Eu canto o Estado do Pará, compositores do Pará e da Amazônia. Defendo o Pará, defendo o Norte. Divulgo o Festival das Tribos de Juruti, o Sairé em Santarém, a Marujada em Bragança, os bois de São Caetano de Odivelas". No repertório da noite de ontem, os artistas paraenses cantaram "Pará, Pará e Pará", nas palavras de Lucinha. Ao lado dos convidados, além das composições amazônicas e paraenses, os artistas entoaram o hino do Pará.
Nenhum comentário:
Postar um comentário