O Samu promove, pelo menos uma vez por ano, campanhas de conscientização contra o trote. No ano passado, através do Samuzinho, o alvo foram as escolas. "O trote, quando é feito por uma criança, é mais fácil de identificar. Infelizmente, muitos adultos perdem tempo com essa prática. O Samuzinho é uma tentativa de esclarecer as crianças para serem multiplicadores da informação em casa e no bairro onde moram", diz o médico e coordenador do Samu. Segundo ele, recentemente o serviço deslocou cinco ambulâncias para a área do viaduto do Coqueiro por causa de um trote. "Recebemos ligações de três telefones diferentes informando sobre um engavetamento no viaduto e que várias pessoas estavam feridas. Ao chegar lá, encontramos apenas uma equipe do Corpo de Bombeiros, que também tinha recebido o trote."
O Samu faz uma espécie de triagem das ligações, pedindo nome e localização da vítima. "Tem pessoas que ligam pra cá chorando e estão passando trote", contou Guataçara. O problema se agrava em períodos de festas. Nas comemorações de final de ano o Samu recebeu mais de 1,3 mil ligações das quais mais de 500 eram trote.
Trotes para serviços como o Samu, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros são crimes, mas a prática é difícil de combater. "Muitos são feitos por telefones públicos, o que torna quase impossível localizar o autor da ligação". A investigação é feita com base no número registrado no sistema de identificação de chamadas. O contato é entregue à polícia, responsável pela localização do autor do trote. Como o serviço se destina às chamadas de urgência, sua interrupção é considerada crime especificado nos artigos 340 (comunicação falsa) e 260 (interromper ou atrapalhar serviço essencial) do Código Penal. Somados, os crimes prevêem multa e até três anos de prisão. Em caso de situação de calamidade pública ou estado de emergência, a pena é dobrada. (Amazônia)
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