O novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, mal assumiu o posto e já está tendo de administrar a primeira crise
entre seus colegas - que virou pública, com intensa troca de acusações
entre o ex-presidente Cezar Peluso e o relator do mensalão Joaquim
Barbosa pela imprensa.
O presidente do STF
Em seu papel de “bombeiro”, para usar uma palavra citada pelo
ex-ministro Carlos Velloso, Ayres Britto tentou botar panos quentes na
briga entre Peluso e Barbosa nesta sexta-feira. O ministro negou
enfaticamente que possa haver manipulação de resultados em votações do Supremo - a mais grave acusação de Barbosa na entrevista que concedeu ao jornal O Globo
nesta sexta-feira. "É impossível manipular resultados. Manipulação
nunca houve, nunca vai haver no Supremo. Se contrapõe à lógica de um
julgamento colegiado", disse Ayres Britto.
O novo presidente também negou que haja racismo na Suprema Corte, como
insinuou Barbosa na entrevista. "Racismo? Nunca vi isso aqui. Nós somos
contra o racismo por dever, porque o racismo é proibido pela
Constituição, é criminalizado”.
Baú de mágoas - O episódio Barbosa x Peluso ameaça
arranhar a imagem da mais alta corte de Justiça do país - o que, às
vésperas do julgamento do mensalão, só interessa a quem está no banco
dos réus.
"O nosso baú de guardar mágoas tem o fundo aberto", costuma dizer o
Ayres Britto a interlocutores, para explicar que, na opinião dele, as
brigas no Supremo, embora frequentes, são passageiras. O tempo dirá se
ele tem razão.
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