O
presidente afastado da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará
(OAB-PA), Jarbas Vasconcelos, reassumiu o cargo, ontem, em meio à
comemoração dos correligionários pelo fim da intervenção imposta pelo
Conselho Federal da Ordem. Vasconcelos criticou o presidente nacional da
entidade, o paraense Ophir Cavalcante Júnior: "Foi uma luta de David
contra Golias. Houve uma articulação nacional, feita com o apoio do
presidente nacional da OAB [Cavalcante]. Tínhamos uma gestão popular com
a aceitação de 85% da classe, tínhamos ação e militância em favor das
causas da categoria e da sociedade. Isso desagradou", avalia. Ophir nega
qualquer articulação para prejudicar Vasconcelos.
Vasconcelos
reassume uma seccional rachada por dois grupos, sendo um ligado a ele e
o outro a Ophir. Mas ele assegurou que espera voltar a trabalhar junto
com os aliados do presidente nacional da Ordem. "Não farei mais oposição
sistemática ao Conselho Federal. Uma coisa era o advogado, agora é o
presidente seccional. Espero que os colegas que se mantiverem na
oposição pensem mais na Ordem e voltem a trabalhar conosco. Vamos levar
as nossas divergências para a próxima eleição [na segunda quinzena de
novembro]", destacou. O mandato terminará em 31 de dezembro, mas
Vasconcelos ainda não confirmou se será candidato.
A
intervenção foi conduzida pelo ex-presidente nacional da OAB, Roberto
Busatto, e durou seis meses. Ontem, foi realizado um culto ecumênico na
posse de Vasconcelos. Busatto não compareceu à solenidade.
Há duas semanas, o Conselho Federal aprovou o fim da intervenção por 18 a 4 votos. "Fizeram uma varredura (na OAB-PA) e não encontraram o que justificasse a intervenção, a venda do terreno havia sido suspensa e não havia fato novo. Nos deram um atestado de idoneidade", destacou Vasconcelos, lembrando que a polêmica que culminou com o afastamento. Um terreno da OAB-PA, no município de Altamira, foi posto à venda por R$ 300 mil. Após a publicação do edital, surgiu apenas um candidato à compra, o advogado Robério D’Oliveira, que é conselheiro da OAB-PA. Houve críticas e a venda foi suspensa.
Distorções
Ophir
Cavalcante Júnior disse que acreditar que ele esteve por trás da
decisão de intervenção é "menosprezar a inteligência dos conselheiros de
22 Estados que votaram por essa medida". "Não participei de articulação
alguma contra, apenas não impedi que o processo fosse para a análise do
plenário". Ele justificou que a intervenção foi necessária para
"corrigir as distorções administrativas e tirar [a OAB] das páginas
policiais". O relatório da intervenção não foi divulgado.
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