O voto de Lewandowski foi interrompido diversas vezes por
intervenções do ministro Joaquim Barbosa, que é o único integrante negro
do STF. Barbosa citou o sucesso de políticas afirmativas nos Estados
Unidos e disse que o presidente Barack Obama é o principal exemplo
disso. Para provar a persistência do quadro de desigualdades sociais no
Brasil, Lewandowski citou informações segundo as quais cargos de alto
escalão e de direção de empresas são ocupados em sua maioria por
brancos. O ministro acrescentou que o grande beneficiário do sistema de
políticas afirmativas é todo o meio acadêmico, que terá a oportunidade
de conviver com a diversidade. "A política de ação afirmativa não se
mostra desproporcional ou irrazoável", disse o ministro.
O julgamento deverá ser retomado nesta quinta para que os outros
ministros do Supremo votem. O tribunal julga três ações. Duas delas
questionam a constitucionalidade de regras adotadas pela Universidade de
Brasília (UnB) e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
para ingresso nas instituições por meio do sistema de cotas. Na
terceira ação, são contestados dispositivos que estabeleceram políticas
afirmativas no âmbito do Programa Universidade para Todos (ProUni).
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