"O advogado não pode ter sua figura confundida com a de seu cliente,
não deve ser hostilizado pela opinião pública e pelas autoridades
policiais ou judiciárias ou sofrer linchamento moral por parcela da
mídia", prega o presidente da Ordem do Advogados do Brasil em São Paulo
(OAB/SP), em nota oficial divulgada ontem, 27, para rebater
críticas ao criminalista Márcio Thomaz Bastos, defensor do contraventor
Carlinhos Cachoeira.
Na semana que passou, o ex-ministro foi alvo de reprovações de
políticos do PSDB, entre eles o senador Aécio Neves, de Minas. Thomaz
Bastos defende Cachoeira na Justiça e também perante o Congresso, onde
tramita Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga as
atividades do bicheiro.
"O advogado é como o padre, que abomina o pecado, mas ama o pecador",
compara a OAB/SP. "O advogado abomina o crime e deve amar sua missão de
defender aqueles que a ele recorrem para ter um julgamento justo."
A nota oficial da OAB/SP é subscrita por seu presidente, Luiz Flávio
Borges D’Urso. "Venho a público, diante das insistentes críticas
dirigidas ao advogado Márcio Thomaz Bastos, em razão de sua atuação como
defensor em casos de grande repercussão nacional, mais uma vez
salientar que o papel do advogado é obrigatório e absolutamente
indispensável para que se obtenha Justiça", assinala D’Urso.
O presidente da OAB/SP argumenta que "jamais se pode confundir o advogado com seu cliente".
"O fato de Thomaz Bastos ter sido ministro da Justiça não o impede de
agora advogar livremente, sem qualquer restrição legal, aliás, o que já
ocorre com inúmeros outros colegas que ocuparam postos e cargos de
destaque na política nacional, também como ministros da Justiça,
secretários de Estado da Justiça, secretários de Estado da Segurança
Pública", assinala D’Urso.
Ele ressalta que "diante de julgamentos de crimes de grande
repercussão, quando o público em geral não admite ao acusado nem mesmo
argumentos em sua defesa, imediatamente a opinião pública antagoniza o
advogado que, para cumprir bem sua função, precisa enfrentar esse pré
julgamento sem temor, com total independência, apesar da incompreensão". (Estadão)
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