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terça-feira, 5 de junho de 2012

Câmara debate durante audiência a aplicação de rodízio de carros em Belém

Dados mais recentes do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran-PA), coletados em maio deste ano, indicam que existem 444 mil veículos na Região Metropolitana de Belém, dos quais 328 mil somente em Belém. O estudo da projeção aponta ainda que em 2021 terão 800 mil veículos em Belém e 1,2 milhão na RMB. Caso medidas alternativas não sejam tomadas, para os próximos três anos, o Detran prevê que a velocidade média nos principais corredores de Belém será de 7 a 15 km/h. 

Os números provocam discussão na Câmara Municipal de Belém (CBM). Ontem à tarde, aconteceu audiência pública para debater a possibilidade de implantação de um rodízio de veículos em Belém, por meio do Projeto de Lei nº. 001150/ 2009, de autoria do vereador Miguel Rodrigues (PRB), vice-líder do partido na CMB.

"O trânsito da cidade merece de atenção especial porque está sendo construída uma importante obra para Belém que é o Sistema Transporte Rápido (BRT). O projeto copia modelo de São Paulo, envolve os carros de passeio e traz duas alternativas a serem implementadas pela Companhia de Transportes de Belém (Ctbel). Um seria o carro 1 e 2 ou par e ímpar. A aplicação seria em caráter experimental e, a cada seis meses, feita avaliação técnica pela Ctbel. Se a população ou poder público achasse que seria necessário extinguir poderia ser feito. A expectativa aqui é ouvir a opinião da população sem votar o projeto de forma aleatória e o colocamos em discussão devido às obras do BRT que acontecem", afirma o vereador. 

Na opinião do coordenador de Planejamento do Detran/PA, Carlos Valente, nesse momento, no lugar do rodízio, há alternativas para dar fluidez, acesso, dinâmica de trânsito e redução dos acidentes. "É preciso investimento. Se alternativas não forem implementadas, em dois ou três anos, o projeto de rodízio será realidade, porque vamos chegar a um nível de saturação". 

Porém, antes de colocar o rodízio em prática, Valente considera que é preciso dar alternativas aos proprietários de veículos. "O BRT é um sistema linear e como ficam os outros bairros pelo qual o BRT não passa? É preciso que haja grande investimento, melhoria no sistema de transporte e de trânsito para que as pessoas possam deixar seus carros", ressalta Valente. 

O promotor de Justiça Raimundo de Jesus Coelho Moraes, da promotoria de Justiça de Meio Ambiente, Patrimônio Cultural, Habitação e Urbanismo de Belém do Ministério Público do Estado, parabenizou a iniciativa do vereador, porém fez algumas ressalvas ao projeto. O vereador Miguel Rodrigues afirmou que vai avaliar o projeto e seguir a orientação de Raimundo Moraes.  (Amazônia)

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