“Como a água é o primeiro dos elementos, como o ouro é a mais preciosa das riquezas humanas, como os raios de sol são a fonte mais brilhante de calor, não há combate mais nobre a cantar do que os Jogos de Olímpia.” (Pindaro, em homenagem aos Jogos de Olímpia do ano 776 a.C.)
Guardo comigo a paixão de todas as Olimpíadas. Espero em Deus que não se apague jamais em mim a chama que aquece o coração dos heróis esportivos." (Armando Nogueira, cronista esportivo, já falecido)
“Os Jogos Olímpicos são uma manisfestação pedagógica e uma festa da juventude, em escala universal.” (Paul Valery)
"Assisti, de corpo presente, a cinco Olimpíadas. A primeira foi em Moscou, em 80. Chorei na despedida dos Jogos, vendo pingar lágrimas de adeus dos olhos saudosos do ursinho Micha, mascote olímpico. Senti, então, meu coração tocado pelo espírito helênico do esporte. E nunca mais deixei de fazer como os gregos de outrora que mediam o tempo pelo calendário dos Jogos Olímpicos: a vida contada de quatro em quatro anos.
Quatro anos depois, estaria eu no Estádio Olímpico, de novo, em lágrimas, na volta olímpica de Joaquim Cruz, medalha de ouro nos 800 metros. Um minuto e 43 segundos de explendor. Joaquim acabava de fazer mais feliz uma nação, naquele momento político, um tanto amargurada.
Em Seul, nos Jogos de 88, vi, empolgado, a portuguesa Rosa Mota vencer a maratona. Uma pluma de mulher, palmilhando mil metros, cada três segundos. Os bosques, as avenidas, as estradas, as pontes do Rio Han, a cidade toda, enfim, acordou bem cedinho pra ver passar Rosa Mota, flor de quatro estações, cortando o vento sereno da manhã. Rosa dos ventos.
Em Barcelona, respirei como jamais, os ares de Atenas. A Catalunha simboliza, com fervor, a tradição mediterrânea dos Jogos Olímpicos. Entrei na vila olímpica com o pé direito. O Brasil saiu de Barcelona, o peito coberto de medalhas de ouro: o judô de Rogério Sampaio; os 100 metros, nado livre, de Gustavo Borges e as santificadas do vôlei masculino.
Por fim, Atlanta. Foi a Olimpíada dos meus amores. Desorganizada, mas um tanto pródiga pro devaneio olímpico do esporte brasileiro. Foi aí que vi Gustavo Borges estilhaçar o espelho da revelação de Narciso, nadando como nadam os peixes no profundo mar azul. À beira-mar, na areia abrasiva da praia, contemplei o instante triunfal das garotas de Ipanema. Nunca se viu coisa mais linda.
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