Apresentação de Paul McCartney na abertura dos Jogos Olímpicos de Londres
Sete jovens atletas carregam a tocha olímpica
Família Real durante a abertura dos Jogos
Vista geral da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres
David Beckham "dirige" a lancha que leva a Tocha Olímpica pelo Rio Tâmisa
Bandeira do Reino Unido projetada sobre o Palácio de Westminster junto
ao Big Ben, na margem do rio Tâmisa em Londres durante a cerimônia de
abertura dos Jogos Olímpicos
Delegação brasileira
Para muita gente, cerimônias de abertura de Olimpíada são sempre a mesma
coisa. Mas jamais houve uma festa como que inaugurou Londres-2012.
Depois da pirotecnia, do rigor marcial e da grandiosidade de
Pequim-2008, a capital britânica dispensou a pompa e apresentou uma
celebração solta, divertida e emocionante. Apesar de mais leve na forma,
foi muito mais impactante na substância. Os britânicos aproveitaram a
ocasião para desfilar toda a sua influência sobre o resto do mundo. Dos
Beatles a James Bond, da revolução industrial às revoluções da moda, do
poderio naval do antigo império ao fascínio exercido por sua música e
por seu cinema, Londres abriu, em cerca de três horas, uma cápsula do
tempo cheia de referências sociais e culturais. Foi a solenidade de
abertura mais pop da história olímpica - e também uma celebração do
impacto notável dos britânicos na civilização ocidental. Depois da
apresentação desta sexta-feira, ficará difícil superar a façanha
londrina. Afinal, além de saber como narrar bem uma história, os
anfitriões tinham muito a contar. Após cerca de uma hora e meia do
espetáculo conduzido pelo cineasta Danny Boyle, começava o desfile das
delegações, trazendo o evento de volta à esfera esportiva. A bela festa
acabou mostrando, entretanto, que a Olimpíada é também muito mais - é
uma chance de um país mostrar do que é feito (e o que é capaz de fazer).
Desde o início da festa, com um cenário rural que remetia às origens da nação britânica, a abertura foi uma aula de história e cultura. Para representar a revolução industrial, Boyle fez surgir no gramado chaminés gigantes. Os anéis olímpicos surgiram do alto do estádio, incandescentes, como se fossem forjados de aço. Um dos melhores trechos da festa, no entanto, veio logo em seguida. Um clipe exibido nos telões do estádio mostrou o ator Daniel Craig, o agente 007 do cinema, entrando no Palácio de Buckingham para escoltar a rainha Elizabeth II até a cerimônia. E a própria monarca apareceu no vídeo, cheio de referências bem humoradas aos gostos de sua majestade, como os cães da raça Corgis. A dupla entra num helicóptero e, ao sobrevoar o estádio, um jogo de cena faz parecer que tanto Bond como a rainha saltaram de para-quedas para chegar à festa. Depois do hino britânico e do hasteamento da bandeira do país-sede, a cerimônia tem uma coreografia inspirada na literatura infanto-juvenil britânica, com personagens como Mary Poppins, Peter Pan e Capitão Gancho, Cruella de Vil e Harry Potter. A autora da série de livros de Potter, J.K. Rowling, aparece para ler um trecho de Peter Pan. Antes, Kenneth Branagh já tinha entrado no cenário para recitar Shakespeare.
Desde o início da festa, com um cenário rural que remetia às origens da nação britânica, a abertura foi uma aula de história e cultura. Para representar a revolução industrial, Boyle fez surgir no gramado chaminés gigantes. Os anéis olímpicos surgiram do alto do estádio, incandescentes, como se fossem forjados de aço. Um dos melhores trechos da festa, no entanto, veio logo em seguida. Um clipe exibido nos telões do estádio mostrou o ator Daniel Craig, o agente 007 do cinema, entrando no Palácio de Buckingham para escoltar a rainha Elizabeth II até a cerimônia. E a própria monarca apareceu no vídeo, cheio de referências bem humoradas aos gostos de sua majestade, como os cães da raça Corgis. A dupla entra num helicóptero e, ao sobrevoar o estádio, um jogo de cena faz parecer que tanto Bond como a rainha saltaram de para-quedas para chegar à festa. Depois do hino britânico e do hasteamento da bandeira do país-sede, a cerimônia tem uma coreografia inspirada na literatura infanto-juvenil britânica, com personagens como Mary Poppins, Peter Pan e Capitão Gancho, Cruella de Vil e Harry Potter. A autora da série de livros de Potter, J.K. Rowling, aparece para ler um trecho de Peter Pan. Antes, Kenneth Branagh já tinha entrado no cenário para recitar Shakespeare.
O tributo ao cinema britânico, puxado pela trilha sonora de Carruagens de Fogo,
tem mais uma cena bem humorada para quebrar o tom solene. Outro
personagem do mundo pop britânico, o Mr. Bean, criação do humorista
Rowan Atkinson, aparece inserido na orquestra, participando da
performance (de forma desastrada, evidentemente). Bean, aliás, surge
numa montagem do próprio filme, na cena clássica dos atletas correndo na
praia. O segmento seguinte, um dos mais empolgantes da noite, retrata
uma casa de família típica da Grã-Bretanha dos anos 1960 aos 1990, com
um repertório arrasador, que incluiu Beatles, Rolling Stones, The Who,
David Bowie, Queen, Sex Pistols e Prodigy. Depois do desfile das
delegações e de um show da banda Arctic Monkeys, o presidente do Comitê
Organizador Local, Sebastian Coe, e o presidente do COI, Jacques Rogge,
discursaram sob a enorme árvore cenográfica colocada numa das
extremidades do estádio. "Nunca senti tanto orgulho de ser britânico
quanto hoje", disse Coe. "Obrigado, Londres, por receber os Jogos pela
terceira vez nesta cidade vibrante e diversificada", completou Rogge.
Elizabeth II fez o rápido pronunciamento que abre oficialmente a
Olimpíada, e começou a procissão da chama olímpica rumo ao estádio. O
astro David Beckham trouxe a tocha desde a Torre de Londres, através do
Tâmisa, até um dos canais que cercam o Parque Olímpico.
Steve Redgrave, britânico pentacampeão olímpico, a carregou até o estádio - onde, enquanto isso, a bandeira olímpica era carregada por um grupo de notáveis escolhido pelo COI, entre eles a ex-senadora Marina Silva e o ex-campeão de boxe Muhammad Ali, um dos nomes mais aplaudidos da noite. Depois do já tradicional mistério sobre quem seria indicado para acender a pira olímpica, revelou-se a escolha de um grupo de jovens atletas, apadrinhados por sete lendas do esporte britânico, como Daley Thompson, Kelly Holmes e Mary Peters. A fila de atletas novatos correu até o centro do gramado e acendeu um grande círculo preenchido por hastes metálicas. Já iluminadas pelo fogo, elas ergueram-se lentamente, formando o caldeirão olímpico - uma cena de beleza singela, bem adequada ao tom da solenidade. Um espetáculo pirotécnico precedeu a entrada de Paul McCartney no estádio. Depois de cantar um de trecho da canção The End, o beatle deu início a um dos poucos momentos da festa já conhecidos com antecedência: sua interpretação de Hey Jude, para fazer o público cantar em uníssono o famoso refrão enquanto os atletas acenavam e comemoravam. Enquanto McCartney cantava sobre "pegar uma canção triste e fazê-la melhor", ficava claro que era bem isso que Londres faria com os Jogos Olímpicos - quatro anos depois do artificialismo chinês, uma antiga capital do mundo devolvia vida à grande festa do esporte.
Steve Redgrave, britânico pentacampeão olímpico, a carregou até o estádio - onde, enquanto isso, a bandeira olímpica era carregada por um grupo de notáveis escolhido pelo COI, entre eles a ex-senadora Marina Silva e o ex-campeão de boxe Muhammad Ali, um dos nomes mais aplaudidos da noite. Depois do já tradicional mistério sobre quem seria indicado para acender a pira olímpica, revelou-se a escolha de um grupo de jovens atletas, apadrinhados por sete lendas do esporte britânico, como Daley Thompson, Kelly Holmes e Mary Peters. A fila de atletas novatos correu até o centro do gramado e acendeu um grande círculo preenchido por hastes metálicas. Já iluminadas pelo fogo, elas ergueram-se lentamente, formando o caldeirão olímpico - uma cena de beleza singela, bem adequada ao tom da solenidade. Um espetáculo pirotécnico precedeu a entrada de Paul McCartney no estádio. Depois de cantar um de trecho da canção The End, o beatle deu início a um dos poucos momentos da festa já conhecidos com antecedência: sua interpretação de Hey Jude, para fazer o público cantar em uníssono o famoso refrão enquanto os atletas acenavam e comemoravam. Enquanto McCartney cantava sobre "pegar uma canção triste e fazê-la melhor", ficava claro que era bem isso que Londres faria com os Jogos Olímpicos - quatro anos depois do artificialismo chinês, uma antiga capital do mundo devolvia vida à grande festa do esporte.
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