Em
busca de providências diante de uma série de irregularidades que
estariam ocorrendo no Hospital da Fundação Santa Casa de Misericórdia do
Pará, o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) fará hoje uma
representação no Ministério Público Federal (MPF) e no Ministério
Público do Estado (MPE), comunicará ao Conselho Regional de Medicina
(CRM-PA) e registrará na Divisão de Investigações e Operações Especiais
(Dioe) a falta de atendimento condigno a recém-nascidos e mães,
particularmente, nessa unidade de saúde da Secretaria de Estado de Saúde
Pública (Sespa). A informação foi confirmada ontem pelo diretor
administrativo do sindicato, João Gouvêa, e pelo consultor jurídico da
entidade, Eduardo Sizo. Segundo relataram, a situação é tão grave que
bebês permanecem na sala de parto enquanto novos partos são feitos e os
recém-nascidos chegam a receber ventilação manual. A presidente da Santa
Casa, Eunice Begot, contesta as denúncias dos médicos e enfatiza que os
problemas crônicos no hospital envolvem, entre outras causas, a falta
de pré-natal em outros municípios do Estado e o fato de que hospitais
particulares, conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS), não
receberem essas gestantes para atendimento.
Eunice
Begot destacou que os hospitais Ordem Terceira, Maternidade do Povo e
Beneficente Portuguesa, em Belém, e Divina Providência, em Marituba, e
Anita Gerosa, em Ananindeua, conveniados com o SUS, não recebem as
gestantes, sob o argumento de que não disporem de anestesiologistas ou
de obstetras, por exemplo. O presidente dos Estabelecimentos de Saúde do
Pará, Breno Monteiro, destacou que, há cerca de um ano, o sindicato
procurou a Sespa e Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) relatando a
dificuldade de atendimento por causa da defasagem da tabela do SUS, que
fez com muitos profissionais se desinteressassem em atuar nos hospitais
conveniados. "A reversão do quadro que eu vejo é o Poder Público assumir
esses custos", observou. A Ordem Terceira fechou a obstetrícia, a
Maternidade do Povo (Breno é diretor desse hospital) diminuiu o
atendimento em obstetrícia em mais de 50% e Beneficente Portuguesa está
atuando no serviço, mas com dificuldades. (Jornal Amazônia)
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