Pelo menos seis pessoas foram mortas e outras três foram feridas ontem, 5, no templo sikh de Oak Creek, no Estado de Wisconsin, pelos disparos de um atirador ainda não identificado. O suspeito foi morto pela polícia local. O chefe da polícia da cidade, John Edwards, classificou o episódio como um "incidente terrorista doméstico", que ocorreu apenas 16 dias depois do massacre de 12 pessoas por um estudante de neurologia, James Holmes, de 24 anos, em um cinema de Aurora, no Colorado.
Fieis do templo sikh de Oak Creek, choram e lamentam as mortes
A proximidade temporal dos dois episódios reforçará o debate na sociedade americana e nos meios políticos sobre a necessidade de adoção de controles sobre a venda de armas e de munições no país. Trata-se de um dos mais fortes tabus nos Estados Unidos e de um tema cuidadosamente afastado dos discursos políticos em períodos de eleições, como é o caso deste semestre. Duas armas semiautomáticas encontradas no local pela polícia teriam sido usadas pelo atirador.
O ataque ocorreu às 10h15 (12h15, no horário de Brasília), quando fiéis sikhs estavam reunidos no templo em preparação para a cerimônia marcada para uma hora depois e da refeição que se seguiria. O atirador teria matado um dos líderes espirituais e outras duas pessoas do lado de fora do tempo. Dentro do edifício, atingiu fatalmente outras quatro pessoas.
Na saída do prédio, o atirador atingiu várias partes do corpo de um policial que tentava ajudar uma das primeiras vítimas. Outro policial trocou tiros com o criminoso e o matou. Uma equipe da polícia especial norte-americana, a Swat, entrou no prédio pouco antes das 12h para verificar a suspeita de haver outro atirador ainda no interior do prédio, com reféns em seu poder. Essa suspeita foi desfeita, e os três feridos puderam ser retirados e encaminhados a hospitais locais.
Um dos feridos foi o presidente do templo sikh, Satwant Kaleka, de 65 anos. Ele foi atingido nas costas e foi submetido a uma cirurgia. Assim como os outros dois feridos, está em situação crítica, informou o Froedtert Hospital. Entre eles está o policial, um veterano de mais de 20 anos de serviços cujo nome não foi divulgado.
Segundo o Journal Sentinel, principal diário de Milwaukee, cerca de 25 mulheres e dez crianças estavam no porão do templo, preparando a refeição, quando o atirador começou os disparos. Todos foram retirados por volta das 13h (15h, horário de Brasília). O templo não teria recebido nenhuma ameaça nos últimos dias, segundo Darshan Dhaliwal, sobrinho de Kaleka. "Isso foi uma insanidade", afirmou. "Nossos queridos estão feridos e machucados, estamos tentando saber o que aconteceu."
O templo sikh de Oak Creek, no subúrbio de Milwaukee, foi fundado em 1997 por 20 a 25 famílias, em outro local. O atual prédio foi concluído dez anos depois e inclui uma biblioteca e uma área educativa para as crianças. Os fiéis somam atualmente cerca de 250 pessoas. Neste ano, a comunidade celebra o centenário da edificação do primeiro templo sikh nos Estados Unidos, em Stockton, na Califórnia.
Um grande número de policiais e de equipes médicas foram mobilizados para a área, assim como foi chamado o apoio do xerife de Milwaukee e do FBI. Em 2005, Oak Creek foi palco de outro massacre religioso, quando Terry Ratzmann, então com 44 anos, disparou e matou sete pessoas e se suicidou durante uma cerimônia da Living Church of God no hotel Sheraton de Brooksfield.
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