Não sei, meu Deus, por que é que o mal existe;
Desconheço a dinâmica dos mundos.
Sou incapaz de convencer ao triste
De que seus prantos podem ser fecundos.
Se leio a Bíblia - e o faço diariamente -
Para a Tua palavra conhecer,
Aqui e ali encontro, de repente,
Passagens que não chego a compreender.
O Sol desponta... Cai a chuva pura...
O passarinho se equilibra no ar...
A mãe embala o berço... A sepultura
Nossas vaidades cedo há de tragar.
Como?! Por quê?! Racionalismo vão!...
Ouço em minh'alma de uma voz o grito:
"Com tão pobre poder e compreensão,
Tu nunca entenderás Deus infinito!
És pó e ao pó retornarás um dia:
Levas da vida a vida que levaste.
Com tal destino, em que te ajudaria
Explicar os mistérios, o contraste?"
De minha Fé eis a razão, portanto,
E venho proclamá-la, sem receio:
Quanto mais custa, menos eu me espanto;
Quanto menos entendo, mais eu CREIO!
(Emir Bemerguy - abril/1971)
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