Trechos de um artigo de autoria de Emir Bemerguy, publicado no jornal ´A Folha do Norte`, edição de 12 de março de 1980 e denominado "Devastação":
"Somente se interessam pela nossa Amazônia para extorqui-la, queimá-la e devastá-la. O que o Padre Antônio Vieira disse dos colonizadores portugueses em relação ao Brasil, podemos aplicar aos que hoje invadem a formidável Hiléia: “Eles não vêm até aqui para procurar o nosso bem, mas sim os nossos bens”. Aí estão, dentre mil exemplos, a bauxita do Trombetas, o ouro do Tapajós, o manganês do Amapá.
O que mais estarrece e desanima é a indiferença, a passividade com que as lideranças assistem os esbulhos. Como se isto aqui fosse uma espécie de casa da Mãe Joana. Forasteiros chegam, agem como lhes dá na veneta, escavam, incendeiam, expulsam o homem... e fica por isso. Não sei, palavra de honra, o que falta para nos convencermos de que o cacique Ajuricaba estava certíssimo ao gritar, nas ventas dos invasores: “Esta terra tem dono!”. Em verdade, parece não ter. Somos todos brasileiros, sim, isto aqui é patrimônio nacional, não nos move o egoismo suicida e admitimos até alegremente a presença de irmãos de outras áreas em nosso meio. Mas queremos quem trabalhe conosco e não contra nós, quem nos ajude a crescer, quem suba ao nosso lado e não trepando sobre nós, pois não somos escada nem trampolim de ninguém. Não devemos aceitar as manobras interesseiras, a devastação criminosa, os sofismas jurídicos que objetivam unicamente nos prejudicar.”
O que mais estarrece e desanima é a indiferença, a passividade com que as lideranças assistem os esbulhos. Como se isto aqui fosse uma espécie de casa da Mãe Joana. Forasteiros chegam, agem como lhes dá na veneta, escavam, incendeiam, expulsam o homem... e fica por isso. Não sei, palavra de honra, o que falta para nos convencermos de que o cacique Ajuricaba estava certíssimo ao gritar, nas ventas dos invasores: “Esta terra tem dono!”. Em verdade, parece não ter. Somos todos brasileiros, sim, isto aqui é patrimônio nacional, não nos move o egoismo suicida e admitimos até alegremente a presença de irmãos de outras áreas em nosso meio. Mas queremos quem trabalhe conosco e não contra nós, quem nos ajude a crescer, quem suba ao nosso lado e não trepando sobre nós, pois não somos escada nem trampolim de ninguém. Não devemos aceitar as manobras interesseiras, a devastação criminosa, os sofismas jurídicos que objetivam unicamente nos prejudicar.”
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