Em nome do equilíbrio, seria melhor que não houvesse reeleição no
Brasil. Ou ao menos que o candidato se afastasse do cargo para a
disputa. O rigor das regras que amordaçam os veículos de comunicação em
períodos eleitorais deve ser repensado. Afinal, como o eleitor pode
escolher bem seus candidatos se não souber tudo a seu respeito?
Essas
são algumas das considerações da presidente do Tribunal Superior
Eleitoral e integrante do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia. Em entrevista à revista Consultor Jurídico,
concedida em seu gabinete na Presidência do TSE, a ministra mostrou a
convicção de que há bons exemplos de políticos que ainda usam seus
mandatos em favor do interesse público. E disse ter receio da
demonização da política e da prática de função pública de maneira geral. - “Eu
temo que os jovens não tenham interesse pela política. Porque a
política é a opção à guerra. Ou nós praticamos a política de maneira
ética, séria, responsável para que as coisas andem, ou então as pessoas
de bem que ainda hoje se dedicam à política, a cargos públicos, daqui a
pouco não vão mais querer. E esse é um dado muito grave”, afirma.
No
comando das eleições municipais de 2012, que foram as mais baratas e
tiveram a apuração mais rápida da história democrática brasileira — clique aqui para ler texto sobre o tema —,
a ministra percorreu quase 20 estados do país e garante ter encontrado
um eleitor que questiona, contesta e busca saber sobre a vida daqueles
que irão administrar suas cidades.
Na entrevista, a ministra
também abordou os questionamentos que se fazem das regras que coíbem o
trabalho da imprensa durante o período eleitoral: “O rigor da lei não
pode ser confundido com censura”. Falou, ainda, sobre reeleição,
financiamento de campanhas políticas e controle de contas partidárias.
Leia a entrevista clicando aqui > "É temerário demonizar a prática de função pública”
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