Três dias depois da revelação de que os Estados Unidos monitoraram o conteúdo de telefonemas, e-mails e mensagens de celular da presidente Dilma Rousseff, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira que a coleta de informações de inteligência pelos EUA é direcionada a áreas específicas de preocupação, e que é preciso mirar em alvos específicos. Obama disse ainda que os EUA não espionam as ligações telefônicas e as correspondências de pessoas comuns. — Eu posso assegurar ao público na Europa e ao redor do mundo que nós não estamos bisbilhotando os e-mails das pessoas ou escutando seus telefonemas — disse Obama durante uma coletiva de imprensa conjunta com o premiê sueco, Fredirik Reinfeldt, sem fazer referência direta ao Brasil: — O que nós estamos tentando fazer é mirar, bem especificamente, em algumas áreas de preocupação — acrescentou o presidente americano, destacando que tais áreas incluem ações contra o terrorismo, armas de destruição em massa e segurança cibernética.
No último domingo, reportagem da TV Globo exibida no 'Fantástico' revelou que outros assessores-chave do governo foram monitorados, como o presidente do México, Enrique Peña Nieto, quando ainda era candidato, e membros da equipe do governo mexicano.
As informações baseiam-se em uma apresentação feita pela Agência de
Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), em junho de 2012,
em caráter confidencial. O documento, segundo a reportagem, foi
repassado por Edward Snowden ao jornalista Glenn Greenwald,
correspondente de um jornal britânico que mora no Rio de Janeiro. A
apresentação em que a presidente Dilma Rousseff e Peña Nieto são
citados, na qual também há fotos, tem um total de 24 slides, mas não
traz exemplos de e-mail ou de ligações telefônicas da presidente.
Segundo a denúncia, também publicada pelo jornal O Globo, a apresentação da NSA tem como título 'Intelligency
filtering your data: Brazil and Mexico case studies'. A interceptação
pelos EUA de dados eletrônicos e de telefonia no Brasil já havia sido
denunciada anteriormente. Na semana passada, o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, reuniu-se na Casa Branca com o vice-presidente
norte-americano, Joe Biden, para tratar do tema.
Presidente do México quer reunião com Obama - Para o presidente mexicano, a espionagem configura um ato ilegal.
Enrique Piena Neto afirmou que o governo americano deve investigar as
denúncias do 'Fantástico'.
- Se a espionagem for provada, é um ato fora da lei - disse.
Ele, que está na Rússia para o G-20, disse que pretende discutir o
assunto com Barack Obama. Na segunda-feira, o ministro das relações
exteriores do México afirmou que convocaria o embaixador americano para
expressar as preocupações do país.
Fonte: O Globo
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