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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Obama se reúne com Dilma para explicar espionagem

Após um dia inteiro de suspense, a presidente Dilma Rousseff e o americano Barack Obama finalmente conversaram, ontem, cara a cara, durante cerca de 30 minutos, para tratar das denúncias de espionagem sobre as ligações, mensagens de telefone e emails da mandatária brasileira pelo serviço secreto dos Estados Unidos. O encontro, que não chegou a entrar nas agendas oficiais dos presidentes, foi confirmado pouco depois pela própria Casa Branca, sem maiores detalhes. A assessoria do Palácio do Planalto não se pronunciou.
Mais cedo, o vice-assessor de Segurança para Comunicações Estratégicas da Presidência dos Estados Unidos, Ben Rhodes, já havia sinalizado que Obama pretendia dar ele próprio as explicações sobre a "natureza dos esforços da inteligência", mecanismo de espionagem que tanto irritou a presidente brasileira.

Dilma e Obama se reuniram a portas fechadas na saída da reunião do grupo das 20 maiores economias do mundo, em São Petersburgo, por volta das 21h (horário local). Por esta razão, acabaram se atrasando para o jantar oferecido pelo presidente da Rússia, Vladmir Putin, aos líderes da cúpula no Peterhof, o palácio imperial russo por excelência. Participou da reunião bilateral ainda pelo lado brasileiro o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo.Segundo o assessor da Casa Branca, são coletados dados de inteligência sobre praticamente todos os países. "Entendemos a força do sentimento deles (brasileiros) sobre o assunto - afirmou, lembrando a importância do Brasil para os Estados Unidos".

Horas antes, durante a 8a. cúpula do G20, Dilma e Obama acabaram sentados lado a lado. Embora próximos, os dois não chegaram a conversar. Já sentada à mesa de reuniões, antes do vizinho, a presidente brasileira chegou a se levantar por duas vezes, enquanto o americano cumprimentava colegas ao lado, fazendo parecer que não queria dar a oportunidade para que ele se aproximasse.

Mesmo assim, foi vista trocando algumas palavras com ele pouco antes do discurso de apresentação da cúpula feito por Putin. O clima era frio, deixando claro o constrangimento.

Ainda não está claro se o governo brasileiro ficou satisfeito com a informações, nem se o gesto de Obama foi interpretado como um pedido de desculpas. De todo, Hodes já havia se adiantado em garantir que a Casa Branca pretende trabalhar com o governo brasileiro para entender melhor as suas "inquietações".

Irritada, Dilma não havia considerado suficientes as explicações fornecidas pelos Estados Unidos desde as denúncias de espionagem dos seus dados. O governo brasileiro cobrou satisfações e chegou a chamar o embaixador americano Thomas Shanon duas vezes para que se explicasse.

Dilma volta nesta sexta-feira para o Brasil, antes do almoço de encerramento do G20, para garantir que estará presente nas comemorações de 7 de setembro em Brasília. A expectativa é que faça um balanço da viagem aos jornalistas já no aeroporto caminho de casa. Pela manhã, depois de encontro com o presidente da China, Xi Jinping, não quis comentar o assunto.  (O Globo)

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