Após doze horas de julgamento, os jurados do 2º. Tribunal do Júri
de Belém absolveram Lourival Souza, 78 anos, e seu ex-empregado Domício
de Souza Neto, acusados de mandar matar e intermediar a morte do líder
sindical José Dutra da Costa, conhecido como Dezinho. Por maioria dos
votos, os jurados acolheram a tese de negativa de coautoria, sustentada
pelos advogados Antonio Freitas Leite Júnior e Adalberto Benigno. Na
acusação atuou o promotor de justiça Franklin Lobato, em conjunto com os
assistentesAna Cláudia Lins, Marco Apolo Leão e José Afonso Batista,
este último da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Muitos
estudantes e cerca de 60 trabalhadores rurais da região de Rondon do
Pará vieram em caravana para acompanhar o júri. Eles se deslocaram desde
a quarta-feira para assistirem ao julgamento que começou às 08h desta
quinta-feira (24), no plenário do Fórum Criminal de Belém, sob a
presidência do juiz Raimundo Moisés Alves Flexa.
Após
a leitura da sentença, a viúva do sindicalista, em entrevista à
imprensa, afirmou que deverá recorrer, através dos assistentes de
acusação, da sentença absolutória.
Na
frente do prédio, os agricultores foram prestar solidariedade à Maria
Joel, viúva do sindicalista. Nas manifestações, a palavra de ordem
repetiam que “a luta não acabava ali”. Os agricultores cantaram
músicas, repetiam “Dezinho Vive”. Integrantes do Movida também se
juntaram aos manifestos de solidariedade e apoio aos companheiros e
familiares da vítima
Entenda o caso -
Dezinho foi assassinado por disparos de arma de fogo, bem em frente de
sua casa, em 21/11/2000, em Rondon do Pará, município localizado na
Região da Transamazônia, Sudeste do Estado. O sindicalista baleado
procurou segurar o atirador, que ao tentar escapar, ensanguentado, caiu
junto da vítima e foi capturado pelos vizinhos e mulher do sindicalista,
que o impediram de fugir.
Além do executor e
dos dois julgados hoje, mais três foram denunciadas e acusados como
coautores do crime, entre eles o fazendeiro e madeireiro da região Décio
José Barros Nunes, o Delsão. Ele também responde como mandante da
execução. O processo foi desmembrado por se encontrar em grau de
recurso. Outros dois, Igoismar Mariano Nunes e Rogério de Oliveira Dias,
estão foragidos e têm prisão preventiva decretada pela justiça. (Portal ORM)
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