Por: Cardeal Orani Tempesta
Estamos no período quaresmal e a sua espiritualidade muito rica nos ajuda a aprofundar alguns pontos: oração, jejum e esmola (caridade). Foi com esses temas que iniciamos a Quaresma na Quarta-feira de Cinzas. Quais seriam os efeitos e o sentido espiritual da esmola (caridade) para as nossas vidas?
Quando ouvimos a palavra esmola, logo vem em nossas cabeças a imagem de algumas moedas ou um trocadinho que tiramos do bolso para dar a alguém que nos pede, na porta de casa, no farol ou nas calçadas das nossas cidades ou na porta de nossas igrejas. Geralmente, esta doação que fazemos é algo que nos sobra ou um restinho do que a gente tem. Porém, esmola (caridade) é muito mais do que isso. É dar mais de si do que aquilo que se tem. Precisamos, sim, ajudar os nossos irmãos nas suas necessidades, a fome não espera, mas esmola é muito mais que assistencialismo: é dar vida, dignidade, tirar o irmão da situação que ele se encontra. Dar algo material é muito mais fácil e cômodo do que dar de si, do seu tempo, das suas capacidades, daquilo que você sabe fazer, e principalmente, do amor humano carregado do amor Divino.
Mas podemos nos perguntar: o que significa a esmola (caridade)? Dar esmola significa dar de graça, dar sem interesse de receber de volta, dar sem egoísmo, sem pedir recompensa, em atitude de compaixão. Nisto, nós imitamos o próprio Deus no mistério da criação, e a Jesus Cristo no mistério da Redenção. O homem recebeu tudo do seu criador. Tudo quanto tem, possui o porquê recebeu. Ora, se Deus dá de graça e se o homem é criado à imagem e semelhança de Deus, se Cristo se doou totalmente, dando sua vida, também ele será capaz de dar de graça. Ao descobrir que dentro de si existe a sublime capacidade de dar de graça, a exemplo de Deus e de Cristo, brota nele o desejo de celebrá-la.
Mais aqui >Esmola e caridade
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