"Os conselheiros tiveram tempo hábil para examinar o contrato. Se não o fizeram, foram no mínimo levianos ou praticaram gestão temerária", disse Ribeiro. "Cerveró não vai aceitar ser bode expiatório, porque não há nada de errado com o negócio", acrescentou. Cerveró, que foi demitido da diretoria financeira da BR Distribuidora (braço da Petrobras) nos últimos dias, decidiu antecipar o fim das férias na Europa e já está no Rio.
O advogado ressalta que esta não é uma acusação contra os conselheiros ou contra a presidente Dilma, mas uma explicação sobre o processo de aprovação de contratos dentro da empresa. Na época, o conselho tinha como alguns de seus membros, além de Dilma, o então ministro da Fazenda, Antônio Palocci, o então ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, e os empresários Fábio Barbosa, Jorge Gerdau e Claudio Luiz Haddad. Cerveró ocupava a diretoria internacional da Petrobras.
Ele explica que não havia as informações sobre as cláusulas "put" e "Marlin" no resumo de Cerveró – o definido como "falho" por Dilma – que tinha "apenas uma página e meia", mas reforça que os conselheiros tiveram acesso ao contrato com antecedência. O advogado aponta que os conselheiros podem ter se esquecido desse fato – de que receberam o contrato com antecedência – por conta do "lapso temporal" da aprovação da compra da refinaria, negócio fechado em 2006.
As duas cláusulas citadas por Ribeiro obrigavam a Petrobras a comprar uma parte da refinaria em caso de desentendimento e garantir uma rentabilidade mínima para o sócio. Em nota, Dilma informou que, se tivesse conhecimento das condições dessas cláusulas pelo resumo, não teria autorizado o negócio. Nesta terça-feira, o advogado de Cerveró esteve em Brasília, onde passou pela Câmara, pelo Senado, pela Procuradoria-Geral da República e pela Polícia Federal e entregou uma carta de seu cliente, que afirmou estar disposto a prestar esclarecimentos sobre o caso. (Brasil 247)
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