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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Toga não é trampolim político

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Por mais que tenha negado até o último instante antes de sua aposentadoria, em dezembro de 2013, a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon fez de sua carreira no judiciário trampolim para a vida política partidária. Ela só não esperava que sua candidatura a senadora pelo PSB fosse o fiasco que tem sido até então. A pontuação máxima que ela já conseguiu nas pesquisas de intenção de voto foi 6% e na última, divulgada pelo Ibope dia 27, ela apareceu com 4%.

Eliana dizia à imprensa que não tinha pretensão de ser política, mas justificava, e ainda justifica, que "o povo está cansado das velhas práticas dos políticos" e que ela representa "o novo". A juíza-política antecipou sua aposentadoria compulsória em dezembro e se filiou ao PSB para entrar na disputa pelo Senado e escolheu sua terra natal ao invés de Brasília.

No período pré-eleitoral, Eliana Calmon era tratada por parte da mídia como grande estrela das eleições baianas e ela própria se considerava a tal, mas depois do início da campanha e diante das pesquisas, a magistrada parece já ter baixado um pouco a bola, como diz a expressão popular. Deve-se ponderar, sem dúvida, que as pesquisas não podem ser parâmetro para afirmar resultado de eleição. Mas também não se pode ignorá-las.

A baiana Eliana Calmon teve seu primeiro cargo nacional no Judiciário brasileiro graças às bênçãos do falecido ex-governador e ex-senador Antônio Carlos Magalhães. Também foi com ajuda de ACM que ela chegou ao cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia. Mas a ascensão midiática da juíza se deu há dois anos, quando, na condição de corregedora chefe do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ela 'denunciou' a existência de "bandidos de toga" no Poder Judiciário.

A partir daí, Eliana Calmon, com ajuda massiva da mídia, se tornou a 'heroína do Judiciário brasileiro. Ela só nunca citou nenhum nome entre os "bandidos de toga".

Esqueceram de combinar com os eleitores
Eliana Calmon indubitavelmente é admirada por parte dos mais de 11 milhões de eleitores baianos e também sem dúvida, sua 'saga' aos "bandidos de toga" fez muita gente dizer 'essa é minha candidata'. Mas pelo menos nestas eleições, a juíza política não deve ter êxito nas urnas. Filiada ao PSB há oito meses, ela pouco entende de articulação político-partidária e, de acordo pelas pesquisas, sua campanha está muito aquém de suas expectativas. Há quem diga que a 'heroína' entrou na disputa com sensação de 'já ganhei'. Agora é esperar 5 de outubro.  (Brasil 247)

Um comentário:

  1. Muito me decepciona, caro Ercio, vê-lo valer-se de fonte tão carente de credibilidade quanto o Brasil247 para suas notícias. Fica expresso aqui o desapontamento de um assíduo leitor do seu blog. Um abraço.

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