Gilberto Carvalho transmite o cargo a Miguel Rossetto
Em um longo discurso de despedida da Secretaria Geral da Presidência da República, o ministro Gilberto Carvalho foi contundente e disse que pertence à "quadrilha dos pobres", uma resposta indireta ao candidato derrotado à Presidência, Aécio Neves (PSDB), que disse ter perdido a eleição para uma quadrilha. “Aquele que diz que perdeu uma eleição para uma quadrilha, quero dizer que essa é a nossa quadrilha. É a quadrilha dos pobres, que está sendo tratada agora com dignidade”, afirmou Gilberto Carvalho, bastante aplaudido por servidores do Palácio do Planalto e convidados. “Eu quero afirmar que a imensa maioria dos nossos companheiros, dos nossos ministros, trabalham aqui para servir. Nós não somos ladrões”, disse, ao transmitir o cargo para Miguel Rossetto.
Gilberto Carvalho atuou como chefe de gabinete do ex-presidente Lula e foi o titular da Secretaria Geral durante o primeiro mandato de Dilma. Amigo de Lula, o agora ex-ministro era conhecido por dar declarações polêmicas a jornalistas.
“Eu dei muita dor de cabeça a ela (Dilma), particularmente com as minhas falas com os companheiros da imprensa. Eu confesso que muitas vezes eu passava para as reuniões e eles estavam com uma cara de órfãos porque ninguém falava neste palácio. Aí eu falava uma coisa e virava uma bomba”, brincou.
Gilberto Carvalho disse ainda ser amigo de Miguel Rossetto e afirmou que o novo ministro da Secretaria-Geral terá "um monte de abacaxis para descascar". Segundo o agora ex-ministro, a escolha de Dilma por Rossetto foi "um presente".
Ele contou que o dia "mais emocionante" destes 12 anos em que atuou no Palácio do Planalto foi quando se reuniu com os filhos de pessoas com hanseníase. O ex-ministro disse só ter um pedido a fazer para Rossetto, que segundo ele, não foi realizado pela Secretaria-Geral: a reparação para os filhos do hansenianos.
Carvalho encerrou o discurso dizendo que sai da Secretaria-Geral com "esperança". Ele pediu para "quebrar o protocolo" e começou a cantar a música "Viver e não ter a vergonha de ser feliz", de Gonzaguinha. A plateia o acompanhou e o ovacionou após a música.
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