Daqui em diante, os discursos da presidente Dilma, seguido por ministros do PT, têm uma marca registrada: a de demarcar território e exibir o chamado “projeto popular” que o partido executa desde que chegou ao poder em 2003. O objetivo é tentar se diferenciar dos opositores e assegurar que somente com a chegada dos governos petistas ao poder é que os mais pobres tiveram acesso à políticas públicas e até mesmo puderam frequentar os palácios.
“Eu represento um projeto de Nação que é detentor do mais profundo e duradouro apoio popular de nossa história democrática, projeto que pertence ao povo e governa para o governo ... este projeto triunfou” – disse a presidente logo no início de seu discurso de posse. Nesta sexta-feira, o mesmo tom foi usado em vários discursos de ministros que ingressavam no governo. “Nos últimos 12 anos, um movimento progressista transformou a sociedade brasileira. Sob a liderança do presidente Lula e agora de Dilma, em seu segundo mandato, o povo brasileiros saiu da pobreza, entrou na classe média, passou a frequentar escolar e universidades, atingiu inéditos de emprego e pôde comprar sua casa própria”, disse o ministro da Defesa, Jaques Wagner. Foi ele que, em 2006, quando Lula foi levado para o segundo turno na disputa com Geraldo Alckmin, introduziu o discurso sobre “a diferença entre os dois projetos – o do PT e o do PSDB”.Foi o discurso da campanha eleitoral. Lula passou a repetir que governava para todos os brasileiros e que os governos anteriores, o de Fernando Henrique, por exemplo, só consideravam uma parcela da população, a parcela dos mais ricos.
“Eu represento um projeto de Nação que é detentor do mais profundo e duradouro apoio popular de nossa história democrática, projeto que pertence ao povo e governa para o governo ... este projeto triunfou” – disse a presidente logo no início de seu discurso de posse. Nesta sexta-feira, o mesmo tom foi usado em vários discursos de ministros que ingressavam no governo. “Nos últimos 12 anos, um movimento progressista transformou a sociedade brasileira. Sob a liderança do presidente Lula e agora de Dilma, em seu segundo mandato, o povo brasileiros saiu da pobreza, entrou na classe média, passou a frequentar escolar e universidades, atingiu inéditos de emprego e pôde comprar sua casa própria”, disse o ministro da Defesa, Jaques Wagner. Foi ele que, em 2006, quando Lula foi levado para o segundo turno na disputa com Geraldo Alckmin, introduziu o discurso sobre “a diferença entre os dois projetos – o do PT e o do PSDB”.Foi o discurso da campanha eleitoral. Lula passou a repetir que governava para todos os brasileiros e que os governos anteriores, o de Fernando Henrique, por exemplo, só consideravam uma parcela da população, a parcela dos mais ricos.
Naquela ocasião, o ministro de Comunicação de governo, Franklin Martins, passou a construir os discursos a partir dessa estrutura. O discurso dos palanques entrou para dentro do Palácio – o de que o governo petista iria governar para todos os brasileiros e que os tucanos só olhavam para a parcela mais rica que representava apenas um terço dos brasileiros.
Para a campanha de 2010, com o Brasil crescendo a taxas inéditas de 7,5% e programas sociais com êxito, como Bolsa Família e o início do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, o PT decidiu “fidelizar” o eleitor mais pobre. Na campanha, já começava o discurso de que o PT governava para os mais pobres e, se o adversário vencesse, os programas sociais seriam extintos. Com altíssima popularidade, Lula elegeu Dilma.
Nos primeiros meses de 2011, ao fazer uma sucessão de demissões que ficou conhecida como “faxina”, Dilma ampliou seu eleitorado e conseguiu conquistar boa parte da classe média brasileira. Voltou o discurso de “governar para todos”.
Agora, com as manifestações de 2013, engrossadas com a juventude de classe média, e depois do escândalo da Petrobras, o PT retoma o discurso que ressalta o “projeto do governo popular” – cujo eleitorado garantiu a vitória de Dilma Rousseff numa apertadíssima disputa. De lá para cá, este será o tom. E, ao que tudo indica,
Dilma não pretendeu (pelo menos pelos discursos no dia da posse) a fazer qualquer aceno para o eleitor que votou em outro candidato e não nela. Em lugar de tentar ampliar apoios, a estratégia, agora, é manter os votos recebidos e acentuar, tanto quanto possível, o duelo que ficou conhecido como “nós contra eles”. O discurso do projeto.
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