Babá teve quase 11 mil votos em 2012
As eleições do ano passado definiram deputados, mas alteraram a composição da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. A partir de 2 de fevereiro, três novos ocupantes entrarão no Palácio Pedro Ernesto, nos lugares daqueles que se tornarão deputados. Tio Carlos (SDD) e Eliomar Coelho (Psol) vão para a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), e, em seus gabinetes, entrarão Célio Lupparelli (DEM) e o paraense Babá (Psol). Já Luiz Carlos Ramos do Chapéu (PSDC), eleito deputado federal, dará lugar a Rogério Rocal (PSDC). Figura conhecida da esquerda carioca, Babá é um dos fundadores do Psol. Seu primeiro mandato foi como vereador em Belém do Pará, em 1989, e ele chegou a deputado federal em 1999, pelo PT, partido que também ajudou a fundar. Ficou na legenda até ser expulso pelo ex-presidente Lula, em 2003, ao lado de outros parlamentares, como Heloísa Helena e Luciana Genro, por votar contra a Reforma da Previdência. “O relator do meu processo de exclusão dos quadros do PT foi o Delúbio Soares, para você ter uma ideia”, ironizou Babá, ao mencionar o ex-tesoureiro e dirigente petista condenado a seis anos e oito meses de prisão por envolvimento no processo do mensalão.
Sem partido, Babá transferiu seu domicílio eleitoral de Belém para o Rio, onde ajudou a construir o Psol, ao lado de ex-petistas como o hoje deputado federal Chico Alencar. Ele vê com apreensão a aproximação de seu partido com o PT, e critica a adesão de seus correligionários à campanha de Dilma Rousseff (PT) nas eleições presidenciais. “Temos que ter cuidado, pois vivemos a experiência do PT. Votei nulo, mas Chico Alencar, Marcelo Freixo e Jean Wyllys votaram na Dilma. E isso, vide a composição do ministério, se mostrou incorreto”, avaliou o futuro vereador do Rio.
Tido como radical, Babá foi duramente criticado nas eleições municipais de 2012, quando queimou em público uma bandeira do Estado de Israel. “Fiz aquilo em repúdio ao massacre contra os palestinos. A vida das pessoas vale mais do que a bandeira de Israel”, justificou-se o então candidato a vereador. À época, Freixo, que era candidato a prefeito, discordou da atitude do aliado. Ao fim, ele teve quase 11 mil votos e se credenciou a ser o primeiro suplente do partido. “Um dia, estava no Largo da Carioca e um judeu passou me xingando de terrorista. Mas eu não sou: fiz aquele ato em defesa de um povo”, contou Babá.
Para os dois anos de mandato que terá pela frente, Babá promete tentar reativar a CPI dos Ônibus, proposta por seu antecessor Eliomar, que apuraria a existência de um suposto cartel no controle do sistema de ônibus, mas está parada na justiça. “Priorizarei isso. O transporte no Rio é caótico, e dominado por empresas. Seremos oposição intransigente.” (O Dia)
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