Diretor francês Jacques Audiard recebe prêmio em Cannes
"Dheepan", filme do cineasta francês Jacques Audiard sobre a imigração ilegal e o asilo político através do amor ganhou ontem (24) a Palma de Ouro do festival de Cannes. O filme de Audiard conta a história de um ex-guerrilheiro dos Tigres de Libertação do Eelam Tâmil do Sri Lanka que chega à França com um passaporte falso acompanhado por uma jovem e uma menina que se passam por sua família.
Depois de receber asilo político, encontra um trabalho de porteiro em um gueto, reduto de imigrantes, de exclusão e de pobreza. Com seus intensos olhos negros, "Dheepan", interpretado por Jesuthasan Antonythasan, tenta construir uma vida familiar com essas duas desconhecidas.
O filme de Audiard tem bastante da própria vida do protagonista, que se envolveu na guerrilha independentista aos 16 anos, aos 19 fugiu para a Tailândia e quatro anos depois, em 1993, chegou à França, que lhe concedeu asilo político. "Me pareço em cerca de 50% a esse personagem", confessou o escritor e ator amador, que apesar dos anos na França continua escrevendo em tâmil, resistindo à língua de Molière.
Grande Prêmio de Cannes
E o filme "Saul Fia", uma impactante história em um campo de concentração, do jovem cineasta húngaro Laszlo Nemes, foi premiado neste domingo com o Grande Prêmio do Festival de Cannes. "Saul Fia" conta o drama de um prisioneiro em um campo de concentração que acredita descobrir o corpo de seu filho entre uma pilha de mortos na câmara de gás e em meio à barbárie nazista tenta enterrá-lo segundo o ritual judeu.
Agoniante, ritmado visualmente pelos movimentos e os gestos de Saul (Geza Röhrig), o filme transborda ruídos assustadores dos fornos crematórios, barulhos de passos ou mãos que batem nas portas das câmaras de gás, ordens gritadas em alemão e fragmentos de conversas em diferentes línguas. O filme opta por mostrar essa realidade sob o ponto de vista exclusivo do protagonista, para que o espectador se sinta no lugar de um só homem, deixando de lado o campo de visão - ou fora de foco - o horror do extermínio.
No ano passado, as comemorações do 70º aniversário das deportações massivas aos campos de concentração nazistas deram lugar a numerosos debates sobre a cumplicidade húngara no genocídio. "Este continente ainda está habitado pelo tema", disse Nemes ao receber o prêmio.
Confira abaixo a lista de ganhadores:
Palma de Ouro: "Dheepan", de Jacques Audiard (França)
Grande Prêmio: "Son of Saul", de Laszlo Nemes (Hungria)
Melhor atriz: compartilhado por Emmanuelle Bercot (França), por "Mon Roi", de Maïwenn, e Rooney Mara (Estados Unidos), por "Carol", de Todd Haynes
Melhor ator: Vincent Lindon (França), por "La loi du marché", de Stéphane Brizé
Melhor diretor: Hou Hsiao-Hsien (Taiwan), por "The Assassin"
Melhor roteiro: Michel Franco (México), por "Chronic"
Prêmio do Júri: "The Lobster", de Yorgos Lanthimos (Grecia)
Câmara de Ouro: "La Tierra y la sombra", de César Augusto Acevedo (Colômbia)
Palma de Ouro de curta-metragem: "Waves'98", de Ely Dagher (Líbano)
Depois de receber asilo político, encontra um trabalho de porteiro em um gueto, reduto de imigrantes, de exclusão e de pobreza. Com seus intensos olhos negros, "Dheepan", interpretado por Jesuthasan Antonythasan, tenta construir uma vida familiar com essas duas desconhecidas.
O filme de Audiard tem bastante da própria vida do protagonista, que se envolveu na guerrilha independentista aos 16 anos, aos 19 fugiu para a Tailândia e quatro anos depois, em 1993, chegou à França, que lhe concedeu asilo político. "Me pareço em cerca de 50% a esse personagem", confessou o escritor e ator amador, que apesar dos anos na França continua escrevendo em tâmil, resistindo à língua de Molière.
Grande Prêmio de Cannes
E o filme "Saul Fia", uma impactante história em um campo de concentração, do jovem cineasta húngaro Laszlo Nemes, foi premiado neste domingo com o Grande Prêmio do Festival de Cannes. "Saul Fia" conta o drama de um prisioneiro em um campo de concentração que acredita descobrir o corpo de seu filho entre uma pilha de mortos na câmara de gás e em meio à barbárie nazista tenta enterrá-lo segundo o ritual judeu.
Agoniante, ritmado visualmente pelos movimentos e os gestos de Saul (Geza Röhrig), o filme transborda ruídos assustadores dos fornos crematórios, barulhos de passos ou mãos que batem nas portas das câmaras de gás, ordens gritadas em alemão e fragmentos de conversas em diferentes línguas. O filme opta por mostrar essa realidade sob o ponto de vista exclusivo do protagonista, para que o espectador se sinta no lugar de um só homem, deixando de lado o campo de visão - ou fora de foco - o horror do extermínio.
No ano passado, as comemorações do 70º aniversário das deportações massivas aos campos de concentração nazistas deram lugar a numerosos debates sobre a cumplicidade húngara no genocídio. "Este continente ainda está habitado pelo tema", disse Nemes ao receber o prêmio.
Confira abaixo a lista de ganhadores:
Palma de Ouro: "Dheepan", de Jacques Audiard (França)
Grande Prêmio: "Son of Saul", de Laszlo Nemes (Hungria)
Melhor atriz: compartilhado por Emmanuelle Bercot (França), por "Mon Roi", de Maïwenn, e Rooney Mara (Estados Unidos), por "Carol", de Todd Haynes
Melhor ator: Vincent Lindon (França), por "La loi du marché", de Stéphane Brizé
Melhor diretor: Hou Hsiao-Hsien (Taiwan), por "The Assassin"
Melhor roteiro: Michel Franco (México), por "Chronic"
Prêmio do Júri: "The Lobster", de Yorgos Lanthimos (Grecia)
Câmara de Ouro: "La Tierra y la sombra", de César Augusto Acevedo (Colômbia)
Palma de Ouro de curta-metragem: "Waves'98", de Ely Dagher (Líbano)
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