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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Juros sobem a 13,75%, maior nível desde 2006

O Banco Central decidiu aumentar ontem a taxa básica de juros (Selic) para 13,75% ao ano. O ritmo de 0,50 ponto porcentual de alta é o mesmo desde dezembro do ano passado e já era, portanto, amplamente aguardado pelo mercado financeiro. A última vez que a taxa chegou a esse patamar foi em dezembro de 2008, no auge da crise financeira internacional.
A versão do comunicado que se seguiu à decisão unânime também foi mantida. Desde janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC mantém as mesmas palavras: “Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 pp (ponto porcentual), para (...), sem viés”. Os detalhes sobre o que levou o colegiado a promover uma nova rodada de alta devem vir apenas na quinta-feira da semana que vem, quando será divulgada a ata do encontro.

Essa é a sexta alta consecutiva da Selic, movimento iniciado logo após a eleição presidencial, no ano passado. Para o BC, porém, a contagem é ainda mais antiga. A elevação começou em abril de 2013, ficou estacionada de maio a setembro de 2014 e foi retomada em outubro.

Repercussão. O comunicado vago não deu pistas concretas se o Copom voltará a elevar a Selic em mais 0,50 ponto porcentual na reunião do final de julho. Trata-se de uma estratégia, dizem analistas de mercado, para deixar a porta aberta para qualquer decisão.

Para Alberto Ramos, diretor de pesquisas para a América Latina do banco Goldman Sachs, a decisão do BC e a repetição do comunicado foram corretas. Elas podem ajudar baixar as expectativas de mercado em relação à inflação de 2016. O BC, na visão de Ramos, ganha tempo para analisar a inflação, o câmbio e a economia até a próxima reunião do Copom.

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