De Célio Simões, advogado, sobre a postagem Visita ao Laurimar e dona Dica
"Em meados de 1967, ainda um jovem ginasiano em Óbidos, passei uns dias em Santarém participando do primeiro conclave da SEAS - Serviço Estudantil de Assistência Social, então presidida pelo futuro deputado Benedito Guimarães. Além dos debates e reuniões de trabalho, fomos levados a conhecer a parcela de famílias carentes da cidade, pessoas que nada tinham de seu pela absoluta pobreza em que viviam. A culminância do encontro se deu no Colégio Santa Clara, onde um talentoso artista local (que eu não conhecia) interpretou uma belíssima canção denominada "Bernadete", de autoria do maestro Isoca. Era Laurimar Leal. Cantou tão bem que decorei letra e música na hora e sei até hoje. Bem depois, conheci seus belos trabalhos de pintura e escultura, reputando-o, sem nenhuma eiva de favoritismo, um ícone da cultura santarena, conceito que estendo à querida dona Dica Frazão, famosa aqui e alhures. A história revela que a prática nascida em Roma de incentivar a produção cultural e sustentar materialmente os artistas para que se dedicassem exclusivamente ao desenvolvimento de suas capacidades entrou em declínio com a Idade Média. Porém, durante o Renascimento Cultural europeu e com o enriquecimento dos comerciantes que habitavam cidades da Península Itálica durante esse período, o mecenato foi reavivado, para sorte da humanidade que até hoje preserva esse acervo de obras deixadas por verdadeiros gênios, de inestimável valor histórico. A melhor forma dos poderes municipais constituídos de agradecer e retribuir a Laurimar Leal e dona Dica Frazão tudo o que fizeram e ainda fazem por Santarém, é propiciar-lhes a ajuda material, não simbólica, porém efetiva e necessária visando minorar-lhes os inevitáveis achaques decretados pela saúde precária e a provecta idade de ambos. Parabéns, caro Ercio, por mais esse grito de alerta"
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