Por Kalleo Coura/Veja
Como tirar 4600 bois afogados do fundo do rio, a uma profundidade de 13 metros? É esse o desafio que começará a ser enfrentado nas próximas semanas, em Barcarena, no Pará, na maior operação desse tipo na história.
O problema veio à tona no último dia seis, quando o navio de bandeira libanesa Haidar adernou para bombordo e depois de poucos minutos naufragou no píer de atracação número 02 no porto de Vila do Conde, em Barcarena. O acidente ganhou atenção mundial pela carga peculiar e imensa: 4 965 bois vivos, dos quais cerca de 4 600 agora jazem no fundo do rio Pará.
VEJA teve acesso a um documento enviado pela Companhia Docas do Pará aos órgãos ambientais, que detalha um planejamento da operação. O plano, que ainda tem que ser aprimorado, prevê a utilização de dez mergulhadores. Eles irão até o naufrágio e vão abrir as portas que interligam as baias de armazenamento de animais. Uma vez que isso tiver sido feito, as carcaças então deverão flutuar e atingir a superfície.
O passo seguinte será içar as mais de 2 000 toneladas de bois mortos com um guindaste instalado numa embarcação com rampa móvel na proa. Depois de retiradas da água, as carcaças devem ser acondicionadas em containers e levadas para um aterro impermeável, onde serão enterradas.
O destino dos 4600 cadáveres bovinos foi motivo de controvérsia entre os órgãos ambientais. Foram discutidas várias outras hipóteses, como: colocar as carcaças numa balsa, selar e afundá-la em alto mar; queimá-las num incinerador; e até cavar buracos para queimar as carcaças dentro.
As carcaças terão de ser retiradas do fundo do mar para evitar que a sua decomposição contamine toda a região. "Como o acidente aconteceu no porto, próximo da cidade, é necessário fazer a salvatagem para minimizar o impacto", explica Parsifal Pontes, diretor-presidente da Companhia Docas do Pará, autoridade portuária responsável pelo local do acidente.
Enquanto durar este trabalho não é seguro que os pescadores atuem na região. O Ministério dos Portos e a Companhia Docas do Pará anunciaram que as famílias afetadas irão receber mensalmente 5 000 cestas básicas e um subsídio de um salário mínimo até que o problema esteja resolvido.
A carga, que pertencia à empresa barretense Minerva Foods, estava sob a responsabilidade da empresa libanesa Tamara Shipping. A estimativa é que serão gastos 30 milhões de dólares com o trabalho de resgate, quantia três vezes superior ao valor da embarcação. Os trabalhos para a retirada de 600 000 litros de óleo dos tanques do navio começaram na última semana e devem durar 19 dias.
A retirada está sendo feita pela empresa holandesa Mammoet, que também atuou na salvatagem do Costa Concordia, na Itália. Mais de 10 000 litros vazaram da área de contenção e chegaram a afetar a pesca nas ilhas vizinhas a Belém, capital do estado.
Depois disso, começa o trabalho para a remoção das carcaças dos bois, previsto para terminar apenas em janeiro. "Elas precisam ser retiradas de lá o quanto antes. A ingestão de peixes contaminados pelas aminas liberadas na putrefação dos bois pode ser fatal", diz Simone Pereira, coordenadora do Laboratório de Química Analítica e Ambiental da Universidade Federal do Pará.
Como tirar 4600 bois afogados do fundo do rio, a uma profundidade de 13 metros? É esse o desafio que começará a ser enfrentado nas próximas semanas, em Barcarena, no Pará, na maior operação desse tipo na história.
O problema veio à tona no último dia seis, quando o navio de bandeira libanesa Haidar adernou para bombordo e depois de poucos minutos naufragou no píer de atracação número 02 no porto de Vila do Conde, em Barcarena. O acidente ganhou atenção mundial pela carga peculiar e imensa: 4 965 bois vivos, dos quais cerca de 4 600 agora jazem no fundo do rio Pará.
VEJA teve acesso a um documento enviado pela Companhia Docas do Pará aos órgãos ambientais, que detalha um planejamento da operação. O plano, que ainda tem que ser aprimorado, prevê a utilização de dez mergulhadores. Eles irão até o naufrágio e vão abrir as portas que interligam as baias de armazenamento de animais. Uma vez que isso tiver sido feito, as carcaças então deverão flutuar e atingir a superfície.
O passo seguinte será içar as mais de 2 000 toneladas de bois mortos com um guindaste instalado numa embarcação com rampa móvel na proa. Depois de retiradas da água, as carcaças devem ser acondicionadas em containers e levadas para um aterro impermeável, onde serão enterradas.
O destino dos 4600 cadáveres bovinos foi motivo de controvérsia entre os órgãos ambientais. Foram discutidas várias outras hipóteses, como: colocar as carcaças numa balsa, selar e afundá-la em alto mar; queimá-las num incinerador; e até cavar buracos para queimar as carcaças dentro.
As carcaças terão de ser retiradas do fundo do mar para evitar que a sua decomposição contamine toda a região. "Como o acidente aconteceu no porto, próximo da cidade, é necessário fazer a salvatagem para minimizar o impacto", explica Parsifal Pontes, diretor-presidente da Companhia Docas do Pará, autoridade portuária responsável pelo local do acidente.
Enquanto durar este trabalho não é seguro que os pescadores atuem na região. O Ministério dos Portos e a Companhia Docas do Pará anunciaram que as famílias afetadas irão receber mensalmente 5 000 cestas básicas e um subsídio de um salário mínimo até que o problema esteja resolvido.
A carga, que pertencia à empresa barretense Minerva Foods, estava sob a responsabilidade da empresa libanesa Tamara Shipping. A estimativa é que serão gastos 30 milhões de dólares com o trabalho de resgate, quantia três vezes superior ao valor da embarcação. Os trabalhos para a retirada de 600 000 litros de óleo dos tanques do navio começaram na última semana e devem durar 19 dias.
A retirada está sendo feita pela empresa holandesa Mammoet, que também atuou na salvatagem do Costa Concordia, na Itália. Mais de 10 000 litros vazaram da área de contenção e chegaram a afetar a pesca nas ilhas vizinhas a Belém, capital do estado.
Depois disso, começa o trabalho para a remoção das carcaças dos bois, previsto para terminar apenas em janeiro. "Elas precisam ser retiradas de lá o quanto antes. A ingestão de peixes contaminados pelas aminas liberadas na putrefação dos bois pode ser fatal", diz Simone Pereira, coordenadora do Laboratório de Química Analítica e Ambiental da Universidade Federal do Pará.
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