“Ao saber no dia de hoje do conteúdo da reforma, cumpre-me, por um dever de lealdade e em memória aos que me antecederam, lamentar a decisão tomada que, no mais curto prazo, desejo que seja retificada para o bem da sociedade e do BRASIL”, desabafou o general Elito. A nota distribuída à imprensa, criticando a decisão presidencial, não passou pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).
Em seu pronunciamento, Dilma anunciou a extinção do GSI e informou que a segurança presidencial, sob o comando do general Marcos Antonio Amaro, ficará em uma espécie de gabinete militar, vinculado diretamente a ela. As demais atribuições do extinto GSI, que têm na sua estrutura a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), passarão para a nova Secretaria de Governo, que nascerá da atual Secretaria-Geral a ser comandada por ministro Ricardo Berzoini. No mesmo guarda-chuva, ao lado da Abin, estarão as secretarias de micro e pequenas empresas e de relações institucionais.
Esta decisão de subordinar a Abin à nova Secretaria de Governo foi criticada por diversos setores, que lamentam o fato de a presidente Dilma não dar a devida importância a este "importante e imprescindível órgão de Estado a qualquer governo". Na tarde desta sexta-feira, depois de ver concretizada sua demissão e a extinção de sua pasta, o general Elito foi à Abin se despedir e voltou a tecer críticas à decisão da presidente sobre o fim do GSI, repetindo os termos usados em sua carta divulgada à imprensa.
Saga do general - Na mesma nota, Elito narra passo a passo sua saga para tentar manter o GSI funcionando. Ele lembra que desde quando a presidente Dilma lhe comunicou “sua intenção de incluir o GSI na reforma administrativa, argumentei sobre a possibilidade de não inserir, em uma mudança política, um Ministério de Estado com 77 anos de existência (desde 1938) e com competências institucionais que exigiram, desde a sua criação, o nível ministerial”. Elito prossegue comentando que Dilma lhe disse que ainda não havia decidido e que a argumentação deveria ser submetida ao ministro da Casa Civil, Aloízio Mercadante.
Além de procurar Dilma e Mercadante, para “enfatizar o porquê de o GSI não ser incluído nesta reforma”, o general Elito insistiu em buscar apoio político junto a vários ministros da Esplanada e achou que tinha sido bem sucedido. “Julguei, naquele momento, que a decisão a ser tomada pudesse ser favorável ao GSI”, lembrou o ministro, que passou, então, a “lamentar” a decisão de Dilma e pedir a volta do órgão, "no mais curto prazo". (Estadão)
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