O colega Tales Faria, que conheci quando ainda trabalhava do Rio, no
JB e na Folha, publica uma nota em sua coluna no site Fato Online.
Sempre o tive na conta de bom repórter o que torna gravíssimo o que ele
diz: que a Polícia Federal tem gravações de conversas entre Delcídio
Amaral e ministros do Supremo Tribunal Federal:
Além da gravação da reunião de Delcídio com Bernardo Cerveró
mencionando encontros com ministros do Supremo, a Polícia Federal também
tem escutas telefônicas do senador, um material que permanece secreto.
Nesses telefonemas, Delcídio estaria de fato conversando com os
ministros do Supremo Tribunal Federal.Ironicamente, o teor dessas
conversas foi obtido por escuta autorizada pelo próprio STF, que
investigava Delcídio.
Se é verdade ou não, não se pode afirmar. Mas se pode afirmar que, a
esta altura, ninguém mais duvida que isso possa ter acontecido.
E que, gravada, qualquer conversa, mesmo que não tenha nada de
extraordinário, como um pedido de atenção maior a um processo ou um
argumento ou ponderação, ainda que em tese, presta-se a colocar sob
suspeita qualquer decisão de um ou mais ministros grampeados. Bastaria que um policial ou um promotor se revolvesse a vazá-la.
E, de novo, já ninguém duvida que haveria vários capazes de fazê-lo, e
a prova é que a minuta da delação premiada de Nestor Cerveró foi
encontrada nos escaninhos do banqueiro André Esteves.
Talvez seja esta a razão de o Supremo estar agindo da maneira que está fazendo.
O Estado policial faz várias vítimas, entre elas a independência do Judiciário, que deu, como diz o povão, “asa a cobras”.
Se fossem só seus integrantes os picados por elas, menos mal. Mas isso é veneno mortal para a democracia.
Delcídio Amaral é um rato, isto está claro. Mas parece que o “chumbinho” envenenou mais gente.
Fonte: Brasil 247
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