Editorial - Estadão
O trabalho investigativo da imprensa, a respeito de suspeitas e denúncias de ações criminosas nos altos escalões da administração federal, indica que se aproxima do ex-presidente Lula e de sua prole a apuração promovida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. O mensalão e o petrolão – aos quais se somam episódios delituosos paralelos e correlatos – já levaram a julgamento e à prisão altos dirigentes do PT e de poderosas empreiteiras, escancarando o caráter criminoso no trato da coisa pública que tem caracterizado o modo petista de governar. Mas até recentemente o grande líder do PT, que permaneceu oito anos na Presidência da República blindado por elevados índices de popularidade, lograva manter-se acima de qualquer suspeita, frequentemente ao custo de abandonar à própria sorte companheiros comprovadamente envolvidos com a delinquência. Mas, como é impossível enganar a todos por todo o tempo, a máscara de Luiz Inácio Lula da Silva começa a cair, o que se reflete fortemente na sua popularidade: 54% dos brasileiros garantem que “de jeito nenhum” votariam nele para presidente em 2018.
Para quem consegue manter em relação a Lula um mínimo de distanciamento crítico, as suspeitas e as acusações de que ele é alvo não são novidade e não causam surpresa. Lula é um líder pragmático que sempre soube compensar a falta de estudo formal com enorme habilidade política. A rigor, Lula não pode nem ser considerado um genuíno líder ideológico de esquerda, porque só veio a adotar discurso “esquerdista” quando a esquerda aderiu a ele – e não o contrário – na esperança vã de manipulá-lo. Teve, de qualquer modo, condições para se transformar de líder estritamente sindical em chefe político-partidário – o maior líder populista da história recente da República.
É da natureza do lulopetismo pautar-se pelo princípio de que os fins justificam os meios, e foi assim que Lula sempre agiu, até mesmo quando era contra “tudo isso que está aí”. Já na Presidência da República, passou a admitir quaisquer meios para consolidar seu projeto de poder. A maior evidência disso é o fato de ter, desde logo, aliciado o apoio do que há de pior na política brasileira, das lideranças que sempre combatera e com as quais passou a praticar o mais despudorado toma lá dá cá. Não deixa de ter razão quem afirma que essas práticas sempre fizeram parte do jogo político. Mas salta aos olhos que Lula exagerou na dose e, movido por sua obsessão pelo poder, institucionalizou-as. O resultado é o que se vê: um panorama político em que impera o salve-se quem puder e levou a um descrédito sem precedentes não apenas Lula, Dilma e companhia, mas todas as lideranças políticas, inclusive as de oposição.
Considerando o histórico de enorme flexibilidade de Lula, quando se trata de princípios morais e éticos, é perfeitamente natural que, mais tarde do que cedo, venham à luz indícios que ajudam a compreender como ele logrou conquistar, para si e todo seu clã, aquilo que prometeu para todos os brasileiros: prosperidade financeira.
E bota indício nisso. Os procuradores e os policiais federais – que deixam Lula indignado porque Dilma e José Eduardo Cardozo não conseguem “controlá-los” – estão atuando em várias frentes. No DF correm dois procedimentos investigatórios criminais (PICs) que investigam a relação de Lula, na Presidência da República e fora dela, com a maior empreiteira do País, a Odebrecht; a Operação Zelotes, que investiga irregularidades no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), esbarrou na suspeita de que Luis Claudio, filho de Lula, foi contemplado com propina proveniente de recursos de origem criminosa; na Lava Jato, investiga-se a influência do primeiro-amigo de Lula, o pecuarista Bumlai, para beneficiar a empresa Schahim com contrato milionário, sem licitação, para a exploração de navio-sonda da Petrobrás; ainda na Lava Jato, investigam-se pagamentos suspeitos feitos por grandes empreiteiras à firma de Lula, a LILS, e ao Instituto Lula; a revista Época revelou ter o Carf identificado R$ 300 milhões em “movimentações atípicas” nas contas de Lula e outros políticos petistas. São Tomé desconfiaria de tanta prosperidade.
O trabalho investigativo da imprensa, a respeito de suspeitas e denúncias de ações criminosas nos altos escalões da administração federal, indica que se aproxima do ex-presidente Lula e de sua prole a apuração promovida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. O mensalão e o petrolão – aos quais se somam episódios delituosos paralelos e correlatos – já levaram a julgamento e à prisão altos dirigentes do PT e de poderosas empreiteiras, escancarando o caráter criminoso no trato da coisa pública que tem caracterizado o modo petista de governar. Mas até recentemente o grande líder do PT, que permaneceu oito anos na Presidência da República blindado por elevados índices de popularidade, lograva manter-se acima de qualquer suspeita, frequentemente ao custo de abandonar à própria sorte companheiros comprovadamente envolvidos com a delinquência. Mas, como é impossível enganar a todos por todo o tempo, a máscara de Luiz Inácio Lula da Silva começa a cair, o que se reflete fortemente na sua popularidade: 54% dos brasileiros garantem que “de jeito nenhum” votariam nele para presidente em 2018.
Para quem consegue manter em relação a Lula um mínimo de distanciamento crítico, as suspeitas e as acusações de que ele é alvo não são novidade e não causam surpresa. Lula é um líder pragmático que sempre soube compensar a falta de estudo formal com enorme habilidade política. A rigor, Lula não pode nem ser considerado um genuíno líder ideológico de esquerda, porque só veio a adotar discurso “esquerdista” quando a esquerda aderiu a ele – e não o contrário – na esperança vã de manipulá-lo. Teve, de qualquer modo, condições para se transformar de líder estritamente sindical em chefe político-partidário – o maior líder populista da história recente da República.
É da natureza do lulopetismo pautar-se pelo princípio de que os fins justificam os meios, e foi assim que Lula sempre agiu, até mesmo quando era contra “tudo isso que está aí”. Já na Presidência da República, passou a admitir quaisquer meios para consolidar seu projeto de poder. A maior evidência disso é o fato de ter, desde logo, aliciado o apoio do que há de pior na política brasileira, das lideranças que sempre combatera e com as quais passou a praticar o mais despudorado toma lá dá cá. Não deixa de ter razão quem afirma que essas práticas sempre fizeram parte do jogo político. Mas salta aos olhos que Lula exagerou na dose e, movido por sua obsessão pelo poder, institucionalizou-as. O resultado é o que se vê: um panorama político em que impera o salve-se quem puder e levou a um descrédito sem precedentes não apenas Lula, Dilma e companhia, mas todas as lideranças políticas, inclusive as de oposição.
Considerando o histórico de enorme flexibilidade de Lula, quando se trata de princípios morais e éticos, é perfeitamente natural que, mais tarde do que cedo, venham à luz indícios que ajudam a compreender como ele logrou conquistar, para si e todo seu clã, aquilo que prometeu para todos os brasileiros: prosperidade financeira.
E bota indício nisso. Os procuradores e os policiais federais – que deixam Lula indignado porque Dilma e José Eduardo Cardozo não conseguem “controlá-los” – estão atuando em várias frentes. No DF correm dois procedimentos investigatórios criminais (PICs) que investigam a relação de Lula, na Presidência da República e fora dela, com a maior empreiteira do País, a Odebrecht; a Operação Zelotes, que investiga irregularidades no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), esbarrou na suspeita de que Luis Claudio, filho de Lula, foi contemplado com propina proveniente de recursos de origem criminosa; na Lava Jato, investiga-se a influência do primeiro-amigo de Lula, o pecuarista Bumlai, para beneficiar a empresa Schahim com contrato milionário, sem licitação, para a exploração de navio-sonda da Petrobrás; ainda na Lava Jato, investigam-se pagamentos suspeitos feitos por grandes empreiteiras à firma de Lula, a LILS, e ao Instituto Lula; a revista Época revelou ter o Carf identificado R$ 300 milhões em “movimentações atípicas” nas contas de Lula e outros políticos petistas. São Tomé desconfiaria de tanta prosperidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário