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quinta-feira, 31 de março de 2016

Governo mantém Helder Barbalho no ministério após longa reunião do senador Jader com Lula

Lula e Jader
Helder e Jader
Luiz Otávio Campos
No Estadão
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que mantém o posto de articulador informal do governo Dilma Rousseff enquanto aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal sobre sua nomeação para a Casa Civil - teve ontem uma longa reunião com Jader Barbalho no apartamento do senador peemedebista, em Brasília.

O resultado do encontro pode ser medido na edição de hoje do Diário Oficial da União, com a indicação de Luiz Otávio Oliveira Campos (Pepeca) para a diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Campos, que ainda terá de ser sabatinado no Senado antes de ser efetivado na agência reguladora, é hoje o secretário executivo da Secretaria dos Portos, comandada pelo ministro Helder Barbalho, um dos seis peemedebistas que ainda integram o ministério de Dilma.

Helder fica no governo, a despeito da orientação da cúpula do PMDB, decisão tomada por aclamação na terça-feira. Ele e o pai irão trabalhar para arregimentar votos a favor de Dilma no processo de impeachment.

Jader Barbalho deixou claro, em entrevista na própria terça-feira ao Estado, que não concorda com a decisão do PMDB. Segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o senador esteve, semana passada, com o vice-presidente Michel Temer, em São Paulo. No encontro, selaram um acordo que fixava prazo até 12 de abril para os ministros do partido deixarem o governo.

No dia da convenção, o PMDB exigiu saída imediata de seus ministros. Uma ala do PMDB considerou que Temer rompeu o acordo. Os senadores Jader Barbalho (PA), Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP) não compareceram à reunião do partido que selou a debandada do PMDB do governo. As bancadas parlamentares do Pará, Alagoas e Maranhão, Estado de Sarney, passaram a despertar um interesse maior do governo e entraram na alça de mira de Lula.

Ontem, a ministra Kátia Abreu escreveu no microblog Twitter que os seis ministros peemedebistas - Henrique Alves, o sétimo, fiel escudeiro de Temer, entregou o cargo no dia da decisão anunciada pelo PMDB - permanecerão no governo. Fez a postagem depois de ser flagrada, por um fotógrafo da Folha de S.Paulo, numa conversa por mensagens de celular na qual revelava a rebeldia dos ministros e a estratégia de se licenciarem do partido para fugir do risco de expulsão. A despeito da tentativa de demonstrar unidade, com a decisão por aclamação, o PMDB está expondo cada vez mais sua divisão interna.

Vale a pena ler: Maria da tempestade

Por Edson Vidigal, Advogado, foi Presidente do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho de Justiça Federal.
Quer dizer, então, que estando o País sob essa inércia desmesurada e, tirando os corajosos sob a mira redentora da Lava a Jato, ninguém mais vai pagar por isso?

Entra Governo, passa Governo, sai Governo e o imbróglio do Brasil, à falta de reformas institucionais consistentes para serem encaradas a sério, só aumenta.

E quando se imagina que alguma coisa vai mudar, vais conferir - é casuísmo. Tudo imaginado para alcançar, por tabela, os mesmos.

A Constituição Portuguesa, promulgada após a queda da ditadura cinquentã instaurada por Salazar, passou por duas longas conquanto profundas revisões. Nós aqui fizemos apenas uma revisão. Ligeira. E no que deu? Na reeleição para Presidente, Governadores e Prefeitos. Novidade que não colou. E, num remelexo na questão tributária, a revisão tratou de melhorar as coisas para o Todo Poderoso, abaixo de Deus aqui na terra, quem? O Povo? Não, o Estado.

O sistema eleitoral datado do inicio do ultimo século está ultrapassado pelo amadurecimento da cidadania. Mas com os vícios que foram se acumulando.

Agora começa a regressiva para o impeachment da Dilma. Ao mesmo tempo em que a maioria da população, melhor dizendo, algo em torno de 69%, segundo o IBOPE, reafirma rejeição ao Governo dela, o Palácio do Planalto instala o balcão de ofertas de cargos públicos em troca de votos contra o impeachment.

Ontem o Professor Manoel Gonçalves Ferreira Filho, um dos mais conceituados constitucionalistas deste País, em palestra na Universidade de Lisboa, sustentou que “a má governança (também) configura crime de responsabilidade”. Caso indubitável da Dilma, absolutamente despreparada para os desafios de governar.(CF, Art.37 caput.)

Quanto à legitimidade, o Professor Manoel garantiu que “a legitimidade não se restringe ao que vem das urnas. Tem que se conquistada no dia a dia”.

E o que vem fazendo a Dilma nesses 5 anos em que ocupa a Presidência da República? Começou exigindo que a chamassem de Presidenta. Ridículo. Os caras só falam Presidenta em sua presença ou pela aí, mais pelo medo de serem demitidos.

Depois, inaugurou o assedio moral – tratando com grosserias os auxiliares civis ou militares. De toda e qualquer patente. Dava seus esporros em qualquer lugar. Ela iria querer então que esse pessoal, todo vítima de suas grosserias, não fosse, sempre possível, rogar aos diabos para que cuidassem dela? A Dilma agora é a queridinha de todos os demônios para todos os malfeitos. (“Para ganhar a eleição, a gente faz o diabo”, já lecionava na campanha a Presidenta.)

O inferno em que vive e para qual arrasta um País inteiro tem a ver não só com a economia em frangalhos. Nem só com os 10 milhões que perderam seus empregos. Nem só com as centenas de indústrias que fecharam. Nem só com o mosquito da dengue e os vírus da dengue e da zika. Nem só com o picolé a 10 reais. E tal.

Isso tudo tem a ver também com a corrente do pensamento negativo que a Dilma alimenta com o seu mau humor e arrogância e que dia a dia mais se volta contra ela. Eu acredito nas forças desses fluidos.

O principal e maior problema da gestão federal tem nome e sobrenome. Chama-se Dilma Roussef. A simples retirada dela do mapa político nacional já garante um recrudescimento da confiança, do otimismo e da esperança, enfim, tudo que ela não inspira.

Se não estancarmos com o impeachment essa sangria diuturna na nossa tolerância e boa fé, ainda nos resta a bala de prata no TSE. E aí quem estiver na Presidência da Suprema Corte assumirá a Presidência da República para num amplo acordo convocar uma Constituinte exclusiva para as reformas indispensáveis ao rearmamento moral da Nação. Respeitados os direitos já consagrados em cláusulas pétreas.

No "Diário do Poder" - Claudio Humberto

De 300 prefeitos, só 8 apareceram no Planalto
A presidente Dilma enfrenta dificuldade até para reunir representantes da parcela de 10% da população que, segundo o Ibope, ainda a apoia. Em mais um comício no Palácio do Planalto, ontem, a pretexto de lançar a terceira fase do “Minha Casa, Minha Vida”, apareceram apenas oito dos cerca de 300 prefeitos convidados, para espanto do cerimonial, que teve de se virar para juntar gente e fazer volume. **A maioria dos 300 prefeitos ausentes eram do PMDB. Neutralizaram a jogada malandra para atribuir a ruptura com Dilma à cúpula do partido. ** Para preencher as cadeiras vazias, no “comício” do Planalto, foram chamados às pressas sindicalistas da CUT e militantes do PT.
Dilma tenta apoio até de político com tornozeleira
Para oferecer ao ex-deputado mensaleiro Valdemar Costa Neto (SP) a indicação do ministro de Minas e Energia, em nome do PR, do qual é controlador, Dilma foi obrigada a enviar emissários para uma conversa de pé-de-orelha. Ela não poderia convidá-lo a um cafezinho porque, usando tornozeleira eletrônica, ele não pode se afastar mais que 200m de onde mora e trabalha, em Brasília, em regime de prisão domiciliar.

Perdoado pelo STF, Roberto Jefferson reassume o comando do PTB

Depois de conseguir o perdão da pena do mensalão no Supremo, Roberto Jefferson está de volta à política. Ele decidiu reassumir a presidência do PTB, ocupada desde 2014 por sua filha, Cristiane Brasil.

Jefferson, que em 1992 era o líder da tropa de choque de Fernando Collor, decidiu que precisava acompanhar de perto o processo de impeachment de Dilma Rousseff — especialmente como votarão todos os deputados do seu partido.

Clonando Pensamento

"Neste mundo de violências, insatisfações, corrupções, divisões, somos convidados a anunciar o Caminho, que sabemos que é Cristo, e que se encontra no desejo mais profundo dos corações das pessoas". (Dom Orani Tempesta)

Mais aqui > Testemunhas pascais

Romero Jucá diz que a gestão petista está "caindo de podre"

Ex-líder dos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que, ao lado vice-presidente da República, Michel Temer, foi um dos principais articuladores do desembarque da legenda, diz que a gestão petista está caindo de podre. Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, evitou ao máximo falar de um eventual governo Temer, mas, nas entrelinhas, deixou evidente que os principais atores políticos do partido já começam a configurar a composição política de um novo mandato. “Eu acho que, se o Temer assumir, teremos mais condições de reconstruir uma base política com outro eixo, que não é o eixo do PT, e fazer uma mudança de rumo para o Brasil, mudança que o PMDB tem condições para fazer”. Perguntado sobre a participação do PSDB e até do PT, Jucá repete o mantra de que “Temer tem que governar com os melhores”.

Assim como outros caciques da legenda, o peemedebista teve o nome envolvido na Operação Lava-Jato. Questionado se um governo Temer também teria a agenda paralisada pela Lava-Jato, o peemedebista diz que não há previsão, mas que é melhor apostar em um novo cenário. Demonstrando certo desconforto, o senador afirma que não se pode usar a situação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já virou réu em processo sobre o esquema de corrupção na Petrobras, para deslegitimar o processo de impeachment. “O PMDB não é Eduardo Cunha”. O senador ressalta que Temer, mesmo tendo assinado créditos suplementares no exercício da Presidência da República, não pode ser responsabilizado pelas pedaladas fiscais. “Vocês me desculpem, mas o Michel Temer não responde por isso”.

Pará adota conjunto de medidas contra crise

Meta é reduzir gastos administrativos em R$ 80 milhões
A crise nacional, que dificulta a vida dos Estados e da União, afeta também as finanças do Pará. Com a queda da receita do Estado, provocada pela retração econômica, o Governo do Pará publica, nesta quinta-feira (31), decreto em que estabelece uma série de medidas para redução de despesas administrativas. Em reunião com o secretariado na manhã desta quarta-feira, 30, o governador Simão Jatene apresentou o cenário atual nacional, o impacto que ele traz ao estado como um todo e os termos do decreto. A meta, com a contenção, é reduzir os gastos da máquina administrativa em R$ 80 milhões, de forma a garantir que o Estado continue mantendo a sua capacidade de investimento e honrando com o pagamento do funcionalismo, diferente do que já vem acontecendo em outras administrações estaduais.

A queda nas transferências federais para o Estado vem impactando fortemente na gestão administrativa. A diferença pode ser sentida com clareza na comparação entre o repasse feito no ano passado e o valor transferido em 2011, que acarretaram uma perda de R$ 400 milhões aos cofres públicos. Atualmente, as transferências federais, que correspondiam a 40% do orçamento estadual, representam pouco mais de 30%.

Segundo cálculo da Secretaria de Estado de Administração (Sead), o conjunto de medidas deverá reduzir as despesas, garantindo a manutenção do equilíbrio fiscal e financeiro que o Estado tem obtido com austeridade desde 2011. Com o decreto, assegura-se novamente o respeito aos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, por meio do controle efetivo do gasto público, evitando desperdícios e otimizando o uso dos recursos.

O decreto estabelece medidas de contenção de gastos no exercício de 2016, proibindo, por exemplo, a contratação de consultorias e a celebração de aditivos de contratos administrativos que representem aumento de despesas de qualquer natureza. Ele determina a redução de 20% por órgão e entidade nos gastos com locação de veículos, concessão de diárias, aquisição de passagens aéreas, contratos de vigilância, limpeza e conservação, telefonia fixa e energia elétrica, dentre outros.

Ficam suspensos pelo período de um ano, em todos os órgãos, a contratação de servidores temporários, criação de cargos, empregos ou funções, assim como a concessão de quaisquer vantagens que representem aumento nas despesas com pessoal. “Nos últimos anos tivemos uma política de remuneração que garantiu ganhos reais de salários. O crescimento não foi apenas de reposição. Tivemos ganhos reais. As categorias todas, umas mais, outras menos, tiveram suas remunerações corrigidas acima da inflação. Isso é uma coisa que estamos rediscutindo porque esse ano a situação é completamente diferente. A economia do país encolheu. O Brasil de 2015, em termos econômicos, é menor do que o Brasil de 2014, ou seja, produziu-se menos. Se produziu menos, gerou menos renda, então a renda por cada indivíduo também diminuiu. A manutenção do emprego, portanto, passou a ser a coisa mais desafiadora, assim como a manutenção da estabilidade, de no fim do mês receber um salário. Além disso, é necessário assegurar que os servidores possam garantir a prestação dos serviços, que é a razão da nossa existência enquanto setor público", argumentou o governador Simão Jatene.

O decreto também ordena a órgãos e entidades que revejam o quantitativo de servidores temporários visando à redução das despesas com pessoal. Os valores gastos com gratificações e vantagens variáveis deverão ser igualmente reduzidos e os órgãos devem instituir teto para o pagamento dessas vantagens.

As reestruturações de órgãos e entidades que impliquem em aumento de despesas, criação de gratificações, cessão de servidores com ônus para o Governo do Estado, criação ou implantação de planos de cargos, carreiras e remunerações que impliquem em aumento das despesas também estão suspensas. As viagens para participação em congressos, seminários e outros eventos também estão sustadas e deverão ser autorizadas pela Casa Civil apenas em caso de agendas oficiais estritamente necessárias.

O uso dos serviços de telefonia móvel com ônus para o Estado fica restrito para gestores e ocupantes de cargos de chefia, sendo limitado a valores mensais estabelecidos, assim como o abastecimento de veículos. As renovações de contratos de natureza continuada e de aluguel de imóveis deverão ser analisadas para repactuação com o objetivo de redução de preço originalmente contratado e/ou renúncia da aplicação da cláusula de reajuste.

Os veículos de representação ficam restritos a secretários e dirigentes, sendo os demais de uso corporativos dos órgãos. Foi instituída como Central de Coordenação de Compras Públicas para bens e serviços de uso comum a Secretaria de Estado de Administração, que em conjunto com o Sistema de Governança Pública (SIGOV), integrado pelas secretarias de Administração, Planejamento, Fazenda, Auditoria Geral do Estado, Instituto de Gestão Previdenciária do Estado, Procuradoria Geral do Estado, Casa Civil e Prodepa, farão o acompanhamento permanente do cumprimento de todas as medidas necessárias à racionalização dos gastos do Poder Executivo Estadual.

“Esse decreto é mais duro do que o decreto que lançamos no ano passado, que nos ajudou a sobreviver 2015. Mas tudo leva a crer que, em 2016, o cenário, será muito mais grave que 2015. Então, nós não podemos arriscar e temos que ter cuidado. Pior do que a crise é a falta de perspectivas sobre o futuro da economia brasileira”, asseverou Jatene.

Resumo das medidas do decreto de contenção de gastos
Fica determinada:
- A redução de 20% por órgão e entidade nos gastos com locação de veículos, concessão de diárias, aquisição de passagens aéreas, contratos de vigilância, limpeza e conservação, telefonia fixa e energia elétrica;
- A revisão do número de servidores temporários;
- A redução dos valores gastos com gratificações e vantagens variáveis;
- A fixação de teto para o pagamento dessas vantagens.
Ficam proibidas por um ano:
- A contratação de servidores temporários, criação de cargos, empregos ou funções;
- A contratação de consultorias e celebração de aditivos de contratos administrativos;
- As reestruturações de órgãos e entidades e criação de gratificações, cessão de servidores com ônus para o Governo do Estado, criação ou implantação de planos de cargos, carreiras e remunerações que impliquem em aumento das despesas.
Ficam suspensas:
- As viagens para participação em congressos, seminários e outros eventos.
Ficam restritos:
- O uso dos serviços de telefonia móvel com ônus para o Estado, sendo limitado a valores mensais, assim como o abastecimento de veículos;
- O uso de veículos de representação.
Ficam condicionadas:
- As renovações de contratos de natureza continuada e de aluguel de imóveis.

Tentativa desesperada com o velho fisiologismo

Editorial - O Globo
Consumada a formalização da saída do PMDB da base do governo, nos três minutos da reunião-relâmpago realizada anteontem no Congresso, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, logo definiu o novo momento do Planalto como de “repactuação”. Quer dizer, de redistribuição dos postos desocupados pelo PMDB entre aliados, para que permaneçam apoiando a presidente Dilma.

Parece manobra fadada ao fracasso. Afinal, a constelação de pequenos partidos talvez não tenha condições de compensar, em plenário, a migração de votos que seguirão os peemedebistas para dar sustentação ao impeachment.

Atrás do PMDB, ou de parte dele — o partido, sabe-se, tem como característica fazer apostas múltiplas — já foi o PSB, o PP ameaça fazer o mesmo, e por aí se vai. É visível que hoje o poder de sedução de um possível governo Temer está na praça. Mesmo que amanhã não venha a ser aprovado o impeachment da presidente Dilma.

Ela, enquanto insiste no discurso vazio de que o processo de seu impedimento é “golpe”, já exercita o jogo do toma lá, dá cá do fisiologismo, a fim de manter aliados no Congresso e garantir o mínimo de 172 votos para impedir o impeachment e/ou ausências de deputados em plenário que impeçam a oposição de somar os 342 votos correspondentes a dois terços da Câmara, requeridos para a aprovação da demissão da presidente pela Casa.

Com a debandada do PMDB, estima-se entre 500 e 600 o número de cargos à disposição do Planalto para praticar esta rodada de fisiologismo. Há, nessa barganha, preciosos gabinetes de ministros, e isso deve dar um razoável poder de barganha ao Planalto.

A prática do fisiologismo não é novidade nos governos petistas. Trata-se de “tecnologia” dominada, desde o primeiro governo Lula, quando ministérios foram doados a partidos como capitanias hereditárias, ao mesmo tempo em que a máquina pública era aparelhada por companheiros. (Em 2014, com a Lava-Jato, começou-se a ter a dimensão dos estragos que esta política havia causado à Petrobras e ao país).

A própria Dilma tentou fazer uma faxina no Ministério, no seu primeiro governo, cuja equipe inicial foi escolhida com a assessoria do ex-presidente Lula. Logo mais adiante teve de voltar atrás e recolocar em ministérios esquemas políticos que havia afastado naquele surto de limpeza ética.

A presidente não é portanto neófita no ramo do fisiologismo. Infelizmente, o toma lá, dá cá — cargos em troca de votos contra o impeachment — degradará ainda mais a qualidade já baixa dos serviços públicos.

A Saúde é um exemplo, por ter sido entregue ao deputado peemedebista Marcelo Castro quando o país começava a ser atingido pelo surto de zika, motivo de preocupação mundial. Às favas com a população. É sempre este o lema que acompanha o fisiologismo.

Sem justificativa, impeachment transparece como golpe, diz Marco Aurélio

:  
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse ontem que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não vai resolver a crise política e econômica brasileira. Ao contrário, ele afirmou que haverá possibilidade de conflitos sociais no caso de afastamento da presidente. O ministro defendeu o diálogo entre as forças políticas como solução das mazelas do país.

— É uma esperança vã (que o impeachment resolva a crise). Impossível de frutificar. Nós não teremos a solução e o afastamento das mazelas do Brasil apeando a presidente da República. O que nós precisamos, na verdade, nessa hora, é de entendimento, é de compreensão, é de visão nacional — declarou o ministro.

O ministro concordou com o argumento da presidente Dilma de que, se o impeachment for calcado em fatos que não configurem crime de responsabilidade, ocorrerá um golpe. Hoje, a presidente voltou a dizer que o processo de impeachment que tramita contra ela na Câmara dos Deputados é baseado nas chamadas “pedaladas fiscais” – ou seja, supostas artimanhas para maquiar contas públicas. Segundo Dilma, não se trata de crime de responsabilidade, como prevê a Constituição Federal em processo de impeachment. Além disso, os fatos narrados no processo referem-se a 2014 – portanto, as acusações são de fatos anteriores ao mandato atual.

— Acertada a premissa, ela tem toda razão. Se não houver fato jurídico que respalde o processo de impedimento, esse processo não se enquadra em figurino legal e transparece como golpe — concluiu Marco Aurélio.

O depoimento de Marco Aurélio diverge de outros cinco ministros do Supremo (Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski), que já disseram que o impeachment é um instrumento legítimo para viabilizar a responsabilização política de qualquer presidente da República.

O ministro pregou ainda a cautela. Ele ressaltou que a situação atual do país é diferente de 1992, quando Fernando Collor de Mello sofreu impeachment. Segundo Marco Aurélio, hoje há dois lados fortes na disputa e, se houver impeachment, haveria risco de conflitos sociais nas ruas.

— Precisamos aguardar o funcionamento das instituições. Precisamos, nessa hora, de temperança. Precisamos guardar princípios e valores e precisamos ter uma visão prognostica. Após o impedimento, o Brasil estará melhor? O que nós teremos após o impedimento? A situação é diversa de 1992, porque temos dois segmentos que se mostram, a essa altura, antagônicos, e não queremos conflitos sociais. Queremos a paz social — afirmou.

Marco Aurélio declarou que, se o Congresso Nacional decidir pelo impeachment, existe a possibilidade de o governo apresentar recurso ao STF.

— Pode (recorrer). O Judiciário é a última trincheira da cidadania. E pode ter um questionamento para demonstrar que não há fato jurídico, muito embora haja fato político, suficiente ao impedimento. E não interessa de início ao Brasil apear esse ou aquele chefe do Executivo nacional ou estadual. Porque, a meu ver, isso gera até mesmo muita insegurança. O ideal seria o entendimento entre os dois poderes, como preconizado pela Constituição Federal para combater-se a crise que afeta o trabalhador, a mesa do trabalhador, que é a crise econômico-financeira. Por que não se sentam à mesa para discutir as medidas indispensáveis nesse momento? Por que insistem em inviabilizar a governança pátria. Nós não sabemos — concluiu.

A farsa da ‘repactuação’

Editorial - Estadão
A arte de manipular as palavras com o objetivo de escamotear, engabelar, falsear, dissimular, dourar a pílula, enganar os incautos, enfim, é um recurso a que os políticos tanto mais recorrem quanto maior é sua falta de escrúpulos ou a necessidade de se livrar de apertos. Em situações-limite, essa capacidade de vender gato por lebre pode extrapolar as fronteiras da plausibilidade, em explícita demonstração de caradurismo do artista. Foi o que se permitiu o ministro Jaques Wagner, chefe de Gabinete da Presidência da República, na terça-feira passada, ao explicar a posição do governo diante da saída do PMDB de sua base de sustentação. Ignorando o fato de que dias antes Dilma Rousseff havia declarado que “queria muito” manter a aliança com os peemedebistas, Wagner tentou minimizar a importância do ocorrido e garantiu que a notícia do rompimento chegava “em boa hora”, porque abria para o governo a oportunidade de “repactuar a relação” com seus aliados. Com os que sobrarem, faltou acrescentar.

“Repactuar a relação”, em português claro, significa concentrar a ação política do governo no varejo do toma lá dá cá com os parlamentares que aceitarem o risco de se beneficiarem de uma sinecura com prazo de validade certamente muito curto. A tarefa dos governistas é árdua tanto pela urgência como por sua amplitude, já que teoricamente, com o desembarque do PMDB, há cerca de 600 cargos de primeiro, segundo e terceiro escalões a serem “repactuados”. O objetivo é garantir, no mínimo, cerca de 80 votos que o Planalto julga necessários para, somados aos outros 100 de que julga já dispor, obter os 172 necessários para barrar o processo de impeachment na Câmara dos Deputados.

A absoluta prioridade dessa “repactuação” é demonstrada por alguns fatos concretos, como a decisão de Dilma de cancelar a viagem que faria hoje aos Estados Unidos para participar da Cúpula Sobre Segurança Nuclear da ONU. A presidente permanecerá em Brasília para poder sacramentar alguns acordos, mas também para evitar que a vacância temporária da Presidência da República provoque a constrangedora situação de a chefia do governo ser ocupada, por algumas horas que seja, pelo vice-presidente que também é o chefe do partido que era o maior aliado do Planalto e agora se tornou o potencial beneficiário do impeachment de Dilma.

“Repactuar” implicará também – e principalmente – substituir os ministros peemedebistas, pelo menos quatro dos sete, que em função do rompimento do partido com o governo entregarão seus cargos. Essa movimentação, a propósito, fornece um bom exemplo do nível de qualidade, pelo menos do ponto de vista ético, dos políticos que governam o País. A partir do momento em que um partido rompe sua aliança com o governo, o natural e óbvio é que os filiados que integram os quadros da administração pública em nome da legenda, principalmente no primeiro escalão, renunciem imediatamente. É uma questão elementar de ética.

Henrique Eduardo Alves, estreitamente ligado à cúpula dirigente do PMDB, não esperou a decisão do Diretório Nacional para entregar o cargo de ministro do Turismo. Deverão fazer o mesmo, provavelmente ainda esta semana, mais três ministros que pediram um tempo apenas para ultimar providências que consideram importantes: Eduardo Braga, de Minas e Energia; Helder Barbalho, dos Portos; e Mauro Lopes, da Aviação Civil. Outros três já declararam que permanecerão onde estão: Kátia Abreu, da Agricultura – que é amiga de Dilma, sempre foi considerada escolha pessoal da presidente e admite que está pensando em mudar de partido –; Marcelo Castro, da Saúde; e Celso Pansera, de Ciência e Tecnologia.

O desempenho opaco dos dois últimos, integrantes do chamado baixo clero da Câmara, demonstra que jamais teriam sido alçados à condição de ministros de Estado se não fosse pela imposição de acordos fechados para atender a interesses de grupos políticos. Ambos sabem disso e não abrem mão de desfrutar, nem que seja por mais umas poucas semanas, as prebendas dos cargos que, por obra do acaso, tiveram a sorte de assumir. São produtos legítimos do “presidencialismo de coalizão” à moda de Lula.

A morta-viva e os vampiros

Por Clovis Rossi - Folha de SP
É fácil apontar a causa pela qual o PMDB decidiu romper com o governo Dilma Rousseff: vampiros abandonam corpos quando estão exangues. Dilma Rousseff é, hoje por hoje, uma morta-viva, que deixou de governar faz algum tempo e que, quando governou, semeou a ruína que agora colhe e pavimenta seu caminho para o cadafalso.

Hélio Schwartsman, excelente colunista, já deixou claro, na sua coluna de ontem, 30, que a presidente cairá, se cair, não por algum crime hediondo mas porque está desesperadoramente sozinha.

O problema é que, se cair pela via do impeachment, o que virá não traz esperança, a não ser para os que, ingênua ou interessadamente, acreditam que Dilma é a causa de todos os problemas.

Qualquer um que conheça a trajetória dos que aparecem nas fotos comemorativas do desembarque do PMDB só pode suar frio: o que vem por aí é parte do "sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país", denunciado por uma grande financiadora, no caso a Odebrecht.

O fato, inegável, é que o sistema está podre e o rompimento do PMDB apenas acrescenta anomalia à podridão: a coalizão que foi legitimamente eleita em 2014 rompeu-se na terça-feira. No entanto, o governo continua em funções, ainda que não exerça mais função alguma já faz um bocado de tempo.

Agora, o PT diz que vai procurar pedaços de partidos para montar um novo monstro de Frankenstein e reanimar o corpo exangue.

Pode até conseguir, mas não há partido que não esteja na planilha da Odebrecht e, se ela própria diz que é "ilegal e ilegítimo" o sistema de financiamento, não há por que não suspeitar de todos os que constam da lista, mesmo os beneficiados por doações declaradas.

Temos, pois, um morto-vivo, o governo Dilma, buscando carne possivelmente putrefata para sobreviver. No campo oposto, um bando de oportunistas que deixa a teta gorda em que mamou durante todo o governo, na expectativa de que mude o dono da teta, mas preserve a mamada ampla, geral e irrestrita que a Lava Jato aponta dia sim, o outro também.

O governo do PMDB, pelo que já está vazando, será outra criatura de Frankenstein, com outra cara, mas com o mesmo coração.

Tudo somado, só resta repetir o que já escrevi neste espaço na semana passada: a única eventual possibilidade de saída para o impasse em que o país mergulhou de cabeça é a convocação o mais depressa possível de novas eleições, de preferência eleições gerais, para a Presidência e para o Congresso. Se a iniciativa partisse da Presidência da República, como, segundo o noticiário, chegaram a cogitar assessores de Dilma, seria o ideal.

A presidente sairia mas ninguém poderia gritar "golpe", o que, em tese, acalmaria as ruas excitadas como raramente se viu antes neste país. Só um governo banhado pela legitimidade que dá o voto popular teria, se Deus ajudasse, condições para construir uma verdadeira ponte para o futuro. Eu não transitaria por uma erguida por quem foi governo, com um bando ou com o outro, e que lega essa terra arrasada.

Movimentos sociais fazem atos contra impeachment em 25 capitais hoje

Movimentos sociais e sindicatos realizam atos contra o impeachment em ao menos 25 capitais e outras 31 cidades brasileiras nesta quinta-feira (31).

A pauta das manifestações também critica o ajuste fiscal promovido pelo governo e repudia a possibilidade de reforma da Previdência.

O protesto mais importante, segundo os organizadores, será em Brasília, para onde irá a maioria das lideranças dessas entidades. É esperado que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareça ao evento, mas sua assessoria não confirma a informação.

A concentração de esforços na capital federal marca uma mudança na estratégia dos grupos pró-governo, que pretendem, agora que o processo de impeachment entra em período decisivo, pressionar de perto senadores e deputados. Na última série de protestos anti-impeachment, no dia 18, o maior ato foi em São Paulo (foto).

"A partir de agora, Brasília vai ficar cada vez mais importante porque precisamos influenciar os setores golpistas", afirma Tiago Pará, do Levante Popular da Juventude.

A data, 31 de março, foi escolhida para coincidir com o aniversário de 52 anos do golpe militar de 1964. "Para fazer um paralelo com o golpe que está em curso agora", explica Raimundo Bonfim, coordenador da CMP (Central de Movimentos Populares).

Ao todo, mais de 60 entidades participam do evento organizado pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A primeira reúne movimentos historicamente ligadas ao PT, como CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos Sem Terra) e UNE (União Nacional dos Estudantes), enquanto a segunda é composta, entre outros, por MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e Psol.

São Paulo - O ato na capital paulista, batizado de "Canto da Democracia", acontece na praça da Sé, das 16h às 21h. "Escolhemos o mesmo lugar onde foi a manifestação pelas Diretas-já, para mostrar que, como naquela ocasião, estamos lutando pela democracia", afirma Bonfim.

Haverá apresentações de artistas entre os discursos de líderes sindicais e de político –organizadores confirmaram a participação dos grupos Mistura Popular e Trio Alvorada, além da cartunista Laerte.

Não há expectativa de público definida. "O mais importante agora não é quantas pessoas comparecem, mas que tenhamos atos cotidianamente em todo o Brasil", diz Pará.

Fora do Brasil -  Há ainda previsão de atos em oito cidades fora do Brasil: Berlim, Barcelona, Cidade do México, Montevidéu, Munique, Londres, Paris e Santiago.

Pelé é um dos ex-atletas que mais faturaram em 2015; Jordan lidera

Pelé aparece em uma lista divulgada pela revista "Forbes" ontem (30) com os ex-atletas mais bem pagos de 2015.

O ex-jogador faturou US$ 14 milhões no ano passado (cerca de R$ 50,5 milhões) principalmente com viagens pelo mundo, onde representou grandes empresas. A cirurgia no quadril que precisou fazer diminuiu o ritmo dos compromissos, mas não impediu que ele figurasse entre os aposentados mais lucrativos do esporte.

A revista destacou os Jogos Olímpicos do Rio e o filme "Pelé: o Nascimento de uma Lenda", que estreia em abril no Festival de Tribeca, como fatores de exposição do craque.

O ex-atleta que mais faturou no ano passado foi Michael Jordan, lenda do Chicago Bulls que hoje é dono do Charlotte Hornets, também da NBA. A marca dele em parceria com a Nike aumentou 14% suas vendas em 2015. Além dela, seus contratos com outras empresas ajudaram a totalizar US$ 110 milhões de faturamento.

De acordo com a revista, este ano Jordan ganhará mais do que qualquer atleta, aposentado ou em atividade.

O ex-jogador inglês David Beckham é o segundo da lista, com US$ 65 milhões.

Quatro ex-golfistas integram o seleto grupo: Arnold Palmer, Jack Nicklaus, Gary Player e Greg Norman. Ex-atletas da NBA são mais três: Junior Bridgeman, Shaquille O'Neal e Ervin "Magic" Johnson. A NFL, liga de futebol americano, conta com dois representantes: Jerry Richardson e Michael Strahan.

Roger Penske representa os ex-pilotos, e a chinesa Na Li, que se aposentou há dois anos e é uma estrela televisiva em seu país, o mundo do tênis.

Os 14 ex-atletas são de seis países diferentes (EUA, Inglaterra, Austrália, África do Sul, Brasil e China) e têm idades que variam entre 34 e 86 anos.

Juristas que pedem impeachment falam à comissão da Câmara

Uma das autoras do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a jurista Janaina Paschoal abriu sua apresentação na comissão do impeachment nesta quarta-feira, 30, rebatendo a afirmação de que impeachment sem crime fundamentado é golpe. "Estamos diante de um quadro em que sobram crimes de responsabilidade", acusou Janaina, para um plenário lotado.

A jurista disse que os eleitores foram vítimas de um golpe e que governo criou um ambiente de falsa sensação de estabilidade. "Vítimas de golpe fomos nós", declarou.

Janaina afirmou que há configuração de um "quadro omissivo doloso da presidente", principalmente no que se refere às denúncias de corrupção na Petrobrás. Sobre as pedaladas fiscais, tema principal do pedido de afastamento da presidente, a jurista ressaltou que foi utilizado dinheiro de bancos públicos "sem ter condições, sem ter arrecadação". Ela enfatizou que o governo fez operações de crédito com instituições financeiras controladas de forma irregular.

Assim como o jurista Miguel Reale Jr., Janaina também foi interrompida algumas vezes em sua apresentação por deputados alinhados com o Palácio do Planalto. "Se tomaram empréstimos de instituições controladas e se fez isso em um número de operações justamente no ano eleitoral. Isso é importante para nossa denúncia. Isso caracteriza a fraude eleitoral. Na população, se criou um sentimento de segurança financeira e fiscal que já não havia", pontuou.

Para a jurista, o eleitorado foi iludido ao acreditar que tudo que estava sendo prometido em campanha seria cumprido, enquanto havia uma "sangria do lado de lá". Ela também questionou a fonte de financiamento de campanhas no exterior e a indicação do marqueteiro do PT João Santana para esses trabalhos. "Quem pagou essa conta?", ponderou.

No final de seu discurso, a jurista voltou a dizer que "o povo foi enganado" e que não lhe é agradável a pecha de "golpista". "Não é confortável esse sentimento que estamos praticando um golpe", afirmou.

Em sintonia com a oposição, Janaina disse que a responsabilidade fiscal e a capacidade de programação não são valores "nesse governo" e acusou o governo petista de agir como se o Estado pertencesse ao PT. Neste momento, a jurista foi aplaudida pela oposição e os governistas protestaram. Ela ainda sugeriu que os parlamentares assistissem a um vídeo onde o atual advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, diz que o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal é passível de impeachment.

"Estamos passando um País a limpo. Quando as pessoas vão às ruas, estão esperando que essa Casa tome providências. Não é só afastar a presidente, é afastar e mudar tudo que está errado na política brasileira", finalizou a jurista, sob aplausos efusivos da oposição e gritos de "não vai ter golpe" dos contrários ao impeachment.

Reale - Em 20 minutos de exposição na comissão, o jurista Miguel Reale Jr., que assina o pedido de afastamento da presidente com Janaina disse que as pedaladas fiscais não são um mero problema contábil e acusou o governo de "falsidade ideológica" por não fazer o devido registro da dívida. O jurista lembrou que as pedaladas começaram em 2014 e se estenderam para 2015.
Reale afirmou que o equilíbrio fiscal é um bem público e jurídico e que ele foi quebrado com as pedaladas. Em suas palavras, as pedaladas constituem crime grave, um "expediente malicioso onde foi escondido o déficit fiscal" e uma afronta a Lei de Responsabilidade Fiscal. Para ele, a dívida da União foi "empurrada com a barriga" e o superávit primário foi "falseado". "De repente se percebeu que o Estado estava falido e a consequência foi a emissão de títulos, o aumento dos juros", declarou.

O jurista disse que o País perdeu a credibilidade e a esperança foi "sequestrada". "Isso não é crime?", questionou. "Crime não é apenas colocar a mão no bolso do outro. Crime aqui é eliminar as condições do País de ter desenvolvimento, cuja base é a responsabilidade fiscal", completou.
Mais aqui >Miguel Reale Junior: pedalada fiscal é “crime grave”

Audiência com autores do pedido de impeachment termina em agressão


BRASILIA, DF, BRASIL, 30-03-2016, 20h00: Deputados integrantes da comissão especial do impeachment discutem e trocam empurrões ao final da sessão que ouviu os juristas Miguel Reale Junior e Janaina Paschoal. Os deputados Caio Narcio (PSDB-MG) e Ivan Valente (PSOL-SP) quase chegaram as vias de fato. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Os deputados Caio Narcio (PSDB-MG), à esq., e Ivan Valente (PSOL-SP), de barba, brigam
Terminou em confusão e agressão física a audiência na comissão da Câmara que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff com a presença dos juristas Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, autores da denúncia, ontem (30).
A decisão do presidente da comissão, Rogério Rosso (PSD-DF), de encerrar a sessão por causa do início da ordem do dia no plenário gerou uma reação imediata dos parlamentares contrários ao impeachment que não tiveram a chance de falar na audiência.

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) reclamava a jornalistas sobre a decisão de Rosso quando Caio Narcio (PSDB-MG) o empurrou. Os dois tiveram que ser separados por colegas.

Antes da agressão, Valente disse que os líderes tinham acordado com Rosso que, independentemente do início da ordem do dia no plenário, a audiência continuaria. "A audiência não vota, tinha um acordo de todos os líderes de manhã. Isso é um golpe. Nem como líder eu consegui falar", disse Valente.

Deputados petistas acusaram Rosso de ter gerado essa situação ao decidir cancelar a sessão. Segundo a assessoria de Rosso, 11 líderes de partidos foram chamados a falar, dos quais sete se manifestaram: PT, PSDB, PSB, DEM, PRB, PDT e PTB.

quarta-feira, 30 de março de 2016

82% dos entrevistados desaprovam a maneira de governar de Dilma

A porcentagem da população que considera o governo da presidente Dilma Rousseff ruim ou péssimo oscilou de 70% para 69% de dezembro para março, de acordo com pesquisa realizada pelo Ibope sob encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A parcela dos entrevistados que avalia a atual gestão como ótima ou boa também oscilou, de 9% para 10%. Já os que consideram o governo regular oscilaram de 20% para 19%. Todas as variações ocorreram dentro da margem de erro máxima de dois pontos porcentuais.

De acordo com a pesquisa, 82% dos entrevistados desaprovam a maneira de governar de Dilma em março, mesmo patamar desde setembro de 2015. A proporção dos que aprovam também se manteve em 14%. Não souberam ou não responderam 3%.

A CNI e o Ibope também perguntaram sobre a confiança em relação à presidente Dilma Rousseff. A parcela dos que não confiam nela oscilou de 78% em dezembro para 80% em março - o pior nível desde o governo José Sarney, quando em junho de 1989 a parcela que não confiava em Sarney era de 80%. O porcentual daqueles que confiam na pessoa da presidente permaneceu em 18%.

Políticas públicas.
A pesquisa mostra um recuo na desaprovação da política do governo no combate ao desemprego. Em dezembro, 87% desaprovavam o governo nessa área, hoje são 86%. Também caiu a desaprovação das políticas do governo no combate à fome e à pobreza (de 71% para 69%), na educação (de 76% para 74%), na segurança pública (de 85% para 84%) e no meio ambiente (de 74% para 68%).

A pesquisa mostra ainda que a parcela dos entrevistados que percebe o noticiário mais desfavorável ao governo subiu de 75% para 76%, enquanto aqueles que vêm o noticiário mais favorável subiram de 9% para 10%. O porcentual dos que enxergam o noticiário nem favorável nem desfavorável ao governo caiu de 11% para 9%.

As notícias sobre o governo mais lembradas pela população são Presidente Dilma convida o ex-presidente Lula para assumir ministério(31%); notícias sobre manifestações a favor da do impeachment (17%) e notícias sobre Operação Lava-Jato (13%).

A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 20 deste mês, tendo sido iniciada quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi anunciado como ministro da Casa Civil e teve início uma série de manifestações na porta do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 142 municípios. O grau de confiança da pesquisa é de 95%.



Na coluna da Mônica Bergamo - Folha de SP

Advogados vão pedir saída de Temer
Um grupo de advogados que integram entidades representativas da profissão estudam apresentar pedido de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). Devem usar texto idêntico ao da OAB , que nesta semana pediu o afastamento de Dilma Rousseff do cargo.
Mesma coisa
Alegando que a lei que prevê o impeachment de presidentes poderia ser aplicada aos vices por "analogia", eles vão dizer que razões que a OAB apresentou contra Dilma valem para Temer: como ela, o vice é citado na delação de Delcídio do Amaral e também assinou decretos de pedaladas fiscais.
Espelho
Além disso, assim como o PT, o PMDB, presidido por Temer, foi apontado em delações da Lava Jato como beneficiário de propinas do esquema da Petrobras.

Ministério Público entrega 2 milhões de assinaturas contra a corrupção

O abaixo-assinado foi entregue ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O documento é apoiado por grupos que defendem a saída de Dilma
O abaixo-assinado foi entregue ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O documento é apoiado por grupos que defendem a saída de Dilma
Ontem (29), o evento que marcou a entrega das mais de 2 milhões de assinaturas da campanha “10 medidas contra a corrupção”, de iniciativa do Ministério Público Federal, foi marcada pela pressão aos parlamentares para que aprovem as propostas que compõem o pacote anticorrupção. Aos gritos de “Não é para enrolar, é para aprovar!”, representantes de organizações da sociedade civil cobraram celeridade por parte dos políticos presentes.

A cerimônia lotou o auditório Nereu Ramos, na Câmara. O presidente da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção, deputado Mendes Thame (PV-SP), destacou que a entrega das assinaturas representam “o início de uma nova era, se aprovarmos essas medidas que têm contado com tanto apoio por parte da população”.

No entanto, boa parte dos deputados presentes deixou o evento pouco depois da abertura. Aliel Machado (Rede-PR) anunciou que, após o início da Ordem do Dia, estava em curso a chamada nominal no Plenário da Câmara, obrigando os parlamentares a se dirigir até lá para registrar a presença. Para Aliel, tratou-se de uma manobra para desmobilizar o evento, “talvez por parte de quem menos interessa essas medidas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha”, disse o deputado.

Após a debandada de boa parte dos parlamentares, crianças de diferentes escolas de Brasília entregaram cartas aos políticos que ainda permaneciam no local, em texto pedindo a aprovação do pacote anticorrupção.

A relação de medidas anticorrupção contém 20 anteprojetos de lei com o objetivo de prevenir e punir com mais rigor os crimes de corrupção definidos na legislação pertinente. As proposições também visam assegurar que sejam devolvidos aos cofres públicos recursos desviados por ação de agentes da administração pública.

Estão entre os apoiadores da campanha, entre outros, personalidades como Nelson Freitas Junior, Thiago Lacerda, Vanessa Loes, Maurren Maggi, Andrea Kisser, Rodrigo Minotauro, Jorge Pontual, Luana Piovani, Ricardo Macchi, Luciano Szafir e Danilo Gentili. Os famosos eram esperados no Congresso, mas não apareceram para a cerimônia.
Aqui > Leia o documento completo

De olho nos cargos da próxima esquina

O Diretório Nacional do PMDB abriu as portas para que outros aliados também caminhem para o rompimento com o Planalto. O PP, o PR, o PSD, que juntos somam uma bancada de 120 deputados, foram liberados. Isso significa que cada um de seus deputados votará em função de seus interesses pessoais e conforme a expectativa de poder que tiverem em cada um dos governos, o da presidente Dilma ou o do vice-presidente Michel Temer.

Nesse embate, o Planalto tem muito a oferecer para quem ficar ao seu lado. Há muitos cargos para distribuir. Mas Temer não fica atrás. Ele tem muitos cargos para prometer, caso chegue a Presidência. O PMDB está entregando parte de seus ministérios, mas poderá tê-los de volta na próxima esquina. Essa batalha por cargos não foi inventada agora. Foi assim que os governos Fernando Henrique e Lula se mantiveram oito anos no poder.

Por isso, os peemedebistas estão cautelosos. Dizem que o afastamento do governo não significa automaticamente a aprovação da admissibilidade do impeachment na Câmara. Para eles, não dá para colocar as mãos na taça antes do final da partida. A oposição, especialmente o PSDB, comemora como se o jogo já estivesse acabado.

Na coluna do Lauro Jardim - O Globo

O contra-ataque de Dilma
De hoje até o dia da votação do impeachment Dilma Rousseff deve falar, falar e falar — este é o conselho que está recebendo de seus principais assessores.

A ideia é que ela ocupe espaços. Dê entrevistas a veículos diversos e discurse em inaugurações e cerimônias oficiais. Está prevista também uma nova entrevista com os repórteres que cobrem o Palácio do Planalto, ao estilo de um café da manhã que aconteceu no dia 7 de janeiro.

A hora do varejão
O comércio está em alta, é a hora do varejo. Não se trata de economia, evidentemente. Mas de negociação política. O governo desistiu de negociar com bancadas partidárias. A aposta é negociar voto a voto dos deputados, com a moeda de troca preferida da turma — cargos.

Dunga diz que é normal ser contestado na seleção brasileira

O empate com o Paraguai por 2 a 2, ontem (20), deixará a seleção brasileira por seis meses fora da zona de classificação para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, e aumentará a pressão sobre o técnico Dunga. Criticado pelo seu trabalho e o início ruim nas eliminatórias, que deixam a seleção na sexta colocação após um terço do torneio já disputado, o treinador diz estar preparado para as críticas. Dunga citou nomes de outros técnicos campeões do mundo que sofreram pressão do público e da imprensa e disse que não é novidade um técnico ser contestado.

- É responsabilidade do treinador a forma da equipe jogar, e não é novidade alguma o treinador da seleção ser contestado. Vocês (da imprensa) contestaram o Zagallo, quatro vezes campeão do mundo, o Felipão e o Parreira, campeões do mundo. Eu não ganhei, é normal eu ser contestado - afirmou.

Com o empate em Assunção, a seleção soma nove pontos nas eliminatórias. O Brasil tem apenas duas vitórias em seis jogos. Apenas os quatro primeiros colocados se classificam para o Mundial. O quinto colocado disputará uma repescagem contra o campeão da Oceania.

Dunga viu qualidades no jogo do Brasil. E destacou a capacidade de reação do time, que perdia por 2 a 0 e arrancou o empate com um gol de Daniel Alves nos acréscimos.

- A equipe sabe reagir, não se acomoda com nenhum resultado, entende quando as coisas não vêm e faz esforço para mudar. Vamos criando mais posições, jogadores, formas diferentes de atuar. Não temos tempo para treinar, então testamos durante os jogos. Os jogadores têm correspondido e, principalmente hoje, no segundo tempo, mostraram que têm vontade de estar aqui e se classificar para a Copa do Mundo - afirmou o treinador, lembrando que a seleção não vence em Assunção desde 1985.

- O Brasil não ganhava aqui desde 1985, tínhamos que ter feito o resultado contra o Uruguai, em casa. Sabíamos que seria complicado, mas a equipe entendeu como se joga uma eliminatória. Quando falei que temos de ser um pouco mais viris sem a bola, alguns não entenderam ou não querem entender. Tem que lutar como fazem os adversários.

COPA AMÉRICA E OLIMPÍADAS
Como o Brasil só voltará a jogar pelas eliminatórias em setembro, Dunga agora se voltará para a preparação para os Jogos Olímpicos do Rio e a Copa América dos Estados Unidos.

O técnico disse que já pensou em usar a Copa América para preparar parte do time olímpico, mas ainda não definiu qual será a posição da comissão técnica da seleção.

- Já pensamos em duas hipóteses (mesclar na Copa América ou ter força máxima), mas não queremos comunicar nada ainda porque temos de falar com os clubes, e da autorização deles para ter algo definido. Vamos chegar a um bom senso que seja bom para todos.

Pelas eliminatórias o Brasil só volta a jogar no dia 2 de setembro contra o Equador, em Quito. Depois, a seleção enfrentará a Colômbia, no dia 6 de setembro.
Aqui > Confira os jogos e a classificação das eliminatórias

Vale a pena ler: A oligarquia depenou o PT

Por Elio Gaspari - O Globo
O PMDB nunca pensou, não pensa em sair do governo e sente-se ofendido se alguém admite essa hipótese. Quem corre o sério risco de sair do governo é o PT. O partido que foi de Ulysses Guimarães e Tancredo Neves e hoje é de Eduardo Cunha e Renan Calheiros quer apenas tirar uma licença de alguns meses, até o início do governo de Michel Temer, seu atual presidente.

A ideia de que o PMDB resolveu sair do governo não tem nexo nem propósito e destina-se apenas a esconder um objetivo. Os doutores querem que se creia que nada têm a ver com a ruína e pretendem retornar ao poder como se Michel Temer fosse o sucessor constitucional da senhora Rousseff por ocupar a vice-presidência do Flamengo, não a da República, eleito por duas vezes, sempre compartilhando a chapa.

O PMDB sai do governo para continuar no poder, dando esperanças a oposicionistas que não tiveram votos e a todos os gêneros de maganos tementes da Operação Lava-Jato. Ninguém sabe quais são os planos dessa coalizão para um eventual dia seguinte à posse de Temer, mas seu objetivo essencial está claro: trata-se de desossar a Lava-Jato.

A armação oligárquica precisa sedá-la, pois há barões na cadeia e marqueses temendo a chegada dos homens de preto da Federal.

O PT e Dilma reagiram às investigações das ladroeiras com uma conduta que foi da neutralidade-contra à pura hostilidade. Se hoje a rua grita o nome do juiz Sérgio Moro e pede “Fora PT”, isso se deve em parte à incapacidade dos companheiros de perceber que se tornaram fregueses num jogo viciado.

O comissariado acorrentou-se à própria falta de princípios. Desprezou a lição trazida pelas sentenças do mensalão e achou que pularia a fogueira do petrolão. A cada um desses lances de soberba jogou n’água uma parte de suas bases populares. Confiando na própria esperteza, foi para um carteado com jogadores profissionais e um baralho viciado. Os oligarcas depenaram-no. (Refresco para a crise: Quem quiser pode ver “Cincinatti Kid”, com Steve McQueen e Edward G. Robinson num de seus melhores momentos. Nessa mesa o baralho era honesto.)

Sem cartas, Lula compara-se a Getúlio Vargas e seu comissariado grita “Golpe”. Tudo parolagem. Getúlio foi encurralado por uma rebelião militar a partir de um caso em que membros de sua guarda pessoal tentaram matar o principal líder da oposição. Getúlio era um homem frugal. Ao contrário de Lula, nunca teve apartamento na praia e sua fazenda vinha de herança familiar. Não pode ser golpe o cumprimento de um dispositivo constitucional seguindo-se o ritual da lei, sob as vistas do Supremo Tribunal.

Resta uma questão: as pedaladas fiscais não seriam motivo suficiente para o impedimento de um presidente. Além das pedaladas, há sobre a mesa otras cositas más. Admita-se que essas cositas fazem parte de outro processo. Na atual etapa, tudo desemboca numa questão político-aritmética: a Câmara só poderá decidir a abertura do processo contra a doutora pelo voto de dois terços mais um de seus deputados. Como Dilma, eles foram eleitos pelo povo, e a Constituição diz que é deles a decisão nessa fase do julgamento. Sem os dois terços, não haverá impeachment. Com eles, haverá. Ademais, era nesse Congresso que o PT cevava sua maioria, a famosa base de apoio.

A farsa do ‘golpe’ construída pelo lulopetismo

Editorial - O Globo
Na estratégia de defesa e nas ações de agitação e propaganda de um PT e de uma presidente acuada no Planalto, a palavra “golpe” ganha grande relevância. “Golpe” é curto, fácil de pronunciar e adequado para ser gritado em manifestações — mas nada tem a ver com a crise política por que passa o país, na qual estão atolados PT e Dilma, e muito menos com o processo de impeachment da presidente em tramitação na Câmara.

O partido se encalacra a cada avanço da Lava-Jato, e ontem a presidente sofreu derrota emblemática, com a formalização pelo PMDB da saída da base do governo. Deve puxar uma fila de novas defecções, porque político, em geral, não gosta de ser sócio de derrocadas.

À medida que a campanha pelo impedimento crescia e o juiz Sérgio Moro, com a força-tarefa da Lava-Jato, se aproximava do ex-presidente Lula, a militância criou termos paradoxais, como “golpe constitucional”. Ora, se é golpe, não pode ser constitucional.

PT e aliados marcaram para amanhã, 31 de março, manifestações em defesa do governo e, por óbvio, farão referência ao golpe dado pelos militares, apoiados pelas classes médias e alta, há 52 anos.

Pura manipulação, porque o Brasil de 2016 nada tem a ver com o de 1964. A Lava-Jato, em que atuam de maneira coordenada a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal, trabalha sem atropelos constitucionais. E quando a defesa considera haver alguma ilegalidade, recorre às devidas instâncias judiciais. Se não tem conseguido muitos êxitos, é pela solidez das provas e argumentos do juiz Sérgio Moro. Equivocam-se, então, os que enxergam uma conspiração antidemocrática no combate à corrupção.


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Já o processo de impeachment de Dilma, por sua vez, transita pelas instituições sem atropelos. Em 64 seria diferente. Acreditar no conto da carochinha do “golpe” é aceitar como verdadeiro o conluio do Supremo numa operação para defenestrar ilegalmente Dilma do Planalto. Só numa alucinação. Vários ministros da Corte já negaram esta ideia tresloucada: seu presidente, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso, Celso de Mello. Prova irrefutável da institucionalidade do impeachment é que seu rito foi estabelecido pelo próprio STF, com base naquele seguido contra Collor, em 1992.

Em 1964, houve ruptura institucional, com o atropelamento, pelos militares, das instituições. O golpe farsesco convence apenas desinformados e ingênuos, serve tão-somente aos mal-intencionados — estes, sim, golpistas — que desejam envolver numa espessa nuvem de fumaça as provas e evidências de grossa corrupção que envolve quadros petistas.

Aceite quem quiser que políticas de supostos benefícios aos pobres podem justificar a roubalheira. Não num país com instituições republicanas sólidas.

Sem PMDB, Dilma vai usar cargos contra impeachment

Após o já esperado rompimento formal do PMDB com o governo, a presidente Dilma Rousseff começou a preparar uma reforma ministerial, que deverá ser anunciada até sexta-feira. Escalado para falar em nome do governo, o ministro da Chefia de Gabinete da presidente, Jaques Wagner, chegou a falar em “governo novo” e a dizer que a saída do principal aliado abre uma “boa” oportunidade para que Dilma inicie uma nova fase, com outros aliados nos espaços deixados pelo PMDB. O governo conta com um mapa dos cerca de 580 cargos da máquina federal hoje ocupados por indicação de peemedebistas.

— A decisão dele (PMDB) chega numa boa hora. Numa boa hora porque oferece à presidenta Dilma uma ótima oportunidade de repactuar o seu governo. Eu poderia até falar de um novo governo, no sentido de que sai um parceiro importante e, portanto, abre espaço político para uma repactuação de governo. Política é assim. É vivida da realidade — disse Wagner. — Estou muito confiante de que esta oportunidade será uma boa caminhada da presidente Dilma.

Ontem (29), Dilma deixou o Palácio do Planalto no início da noite rumo ao Palácio da Alvorada, residência oficial, para decidir com seus principais ministros quem poderá substituir os peemedebistas no governo. O Planalto espera que o desembarque do PMDB possa facilitar a batalha por votos contra o impeachment de Dilma.

O raciocínio é matemático: o PMDB “bloqueava” sete ministérios e só entregava de 25 a 30 votos na Câmara. Com a liberação desses ministérios, outros partidos aliados poderão ocupá-los e entregar, em troca, no mínimo o dobro dos votos. Segundo um auxiliar da presidente, o cálculo é chegar a 80 votos — como o governo tem pelo menos cem votos já garantidos, isso seria suficiente para chegar aos 172 necessários para barrar o impeachment.

Outra aposta do governo é redistribuir cargos nos diversos escalões da República, além de atender demandas específicas de parlamentares. Segundo interlocutores do Planalto, Lula está à frente desse trabalho. O governo pretende redistribuir os cargos para garantir votos contra o impeachment. O ex-presidente tem dito a pessoas próximas que pretende fazer uma “higienização” no quadro de apadrinhados políticos para assegurar que cada cargo ou demanda atendida corresponda a ao menos um voto contrário ao afastamento de Dilma no Congresso.

PT QUER COLAR TEMER A CUNHA
O PT, por sua vez, intensificou o discurso de fortes críticas a Temer e ao que chama de “conspiração” para tomar o lugar da presidente. O vice foi escolhido como alvo prioritário do partido; uma das estratégias nesse sentido será a de colar sua imagem à do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na tentativa de enfraquecê-lo.

Os petistas creem que os manifestantes a favor do impeachment de Dilma não defendem a entrada de um governo do PMDB. A ideia, portanto, é mostrar que Temer, Cunha e os demais peemedebistas estão aproveitando o momento político para “assaltar” o poder.

— O Temer, infelizmente, está tendo uma postura lamentável. Ele virou um conspirador e, para mim, chefia o golpe com o Eduardo Cunha, os dois estão à frente do golpe — disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

O PT ainda atacará o programa que o PMDB defende, caso chegue ao poder, chamado “Ponte para o futuro”. Esse programa sugere a redução de gastos públicos, a necessidade de um rigoroso ajuste fiscal e a desvinculação orçamentária na Saúde e na Educação. Os petistas dirão que essas medidas ceifariam os direitos dos trabalhadores.

Ciro: Temer é anão moral, sócio de Cunha

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Pré-candidato a presidente da República pelo PDT e ex-ministro, Ciro Gomes não poupou críticas ao vice-presidente Michel Temer por ter liderado o PMDB no desembarque do governo Dilma Rousseff.

"Acabo de assistir a uma das cenas mais repugnantes de minha já longa vida política. Em apenas três minutos o PMDB anunciou o abandono do governo da presidente Dilma após 5 anos de fisiologia e roubalheira. Trata-se de capítulo que deve encher de vergonha todo e qualquer cidadão ou cidadã deste sofrido País!", disse.

Ele classificou Temer como "anão moral, traidor e parceiro intimo de tudo que não presta, à frente deste capítulo do golpe de estado em marcha no Brasil".

Abaixo a publicação na íntegra:
Acabo de assistir a uma das cenas mais repugnantes de minha já longa vida política. Em apenas três minutos o PMDB anunciou o abandono do governo da presidente Dilma após 5 anos de fisiologia e roubalheira. Trata-se de capítulo que deve encher de vergonha todo e qualquer cidadão ou cidadã deste sofrido País!

Como anão moral, traidor e parceiro intimo de tudo que não presta, à frente deste capítulo do golpe de estado em marcha no Brasil, Michel Temer e seu sócio Eduardo Cunha. Levantemo-nos, povo brasileiro! VAI TER LUTA!

Navio fantasma

Por Celso Ming - Estadão
 
Dilma. E agora?
Com o desembarque do PMDB, o governo Dilma se transforma em navio fantasma. Sem timoneiro, sem mastros, sem lanterna de popa, transforma-se em massa informe e passiva, ao sabor do vento e das ondas.

Nem uma estratégia de sobrevivência a presidente Dilma parece capaz de adotar. Por ora, dedica-se a repetir a seus devotos que “não vai ter golpe”, como se o que está por acontecer seja realmente um golpe e como se bastasse recitar esse mantra para afastar o pior.

Os ataques indiscriminados à Justiça e ao Ministério Público sugerem que a presidente Dilma tem uma concepção confusa do que seja a independência dos Três Poderes e dos valores republicanos. Começou por dizer, em junho de 2015, que não respeita delator, esquecida de que foi ela própria quem promulgou a lei da delação premiada. Continuou por afirmar que a Operação Lava Jato trabalha com alvos seletivos, sem dar-se conta de que ela esteve entre os que pretendiam que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, fosse alvo prioritário - e, portanto, também seletivo - do juiz Sérgio Moro.

Para arrancar os 172 votos de que precisa na Câmara, Dilma se dedica agora a garimpar políticos dispostos a aceitar cargos no governo em troca de apoio contra o impeachment, que recompusesse, assim, parte da base perdida com a defecção desta terça-feira, tendo em conta que nem todos os políticos do PMDB pularam fora.

Se conseguir safar-se, o que parece improvável, o que seria seu governo nos dois anos e pico que lhe sobrariam do atual mandato? Com que munição política conseguiria governar? E, mais importante, até que ponto o PT seguiria disposto a apoiar sua presidenta que refuga tão veementemente suas propostas de política econômica?

As posturas contraditórias complicam tudo. A presidente Dilma mostra-se, às vezes, interessada em negociar, mas, ao mesmo tempo, ataca quem poderia ajudá-la. E, entre os políticos, passou a ser conhecida como quem é incapaz de respeitar acordos.

As coisas ainda poderiam ser mais fáceis se a presidente Dilma admitisse seus erros, tanto na condução da política econômica quanto na condução das operações políticas. Mas ela não se mostra nunca disposta a pedir desculpas e a recomeçar em novas bases.

A hipótese de troca de governo, cada vez mais provável, não clareia o entorno. A primeira reação poderia ser de entusiasmo do mercado financeiro e dos agentes econômicos, mas há uma enorme e dolorosa conta a apresentar à população. O governo já admite que a queda do PIB deste ano será de 3,1%. É inevitável que a renda per capita caia em torno de 10% no biênio 2015 -16. O desemprego vai para mais de 10% da força de trabalho. As contas públicas estão em frangalhos, como se viu nesta terça-feira com a divulgação do relatório fiscal. A dívida bruta avança para os 80% da renda média do brasileiro. A indústria está em processo de desmanche. A Petrobrás, à beira do colapso.

As semanas seguintes à provável substituição de comando no governo, qualquer que seja ele, tenderiam a continuar fortemente conturbadas. E, além do mais, continuariam sob a influência de antigas e novas revelações da Operação Lava Jato.

Temer, Lula e o pós-Dilma

Por Eliane Cantanhêde
Com o rompimento do PMDB, o foco sai da presidente Dilma Rousseff e passa para o vice Michel Temer, já que o impeachment ganhou ímpeto e tem até um “deadline”: a chegada da tocha olímpica ao Brasil, prevista para meados de maio. A intenção é gerar um ambiente de festa, congraçamento e recomeço – com um novo governo para mostrar ao mundo.

Quanto mais Dilma representa o passado, mais Temer passa a personificar o futuro, para o bem e para o mal. Para o bem, porque o vice sonha entrar para a história como o presidente da transição que reconduziu o País aos trilhos. Para o mal, porque ele vai atrair, junto com montanhas de adesões, também os raios e trovoadas do PT.

Se o discurso do PT e do governo é de que está em curso “um golpe” contra a democracia, agora é hora de dar cara, voz, cor e partido a esse “golpe”. É por isso que o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), acusa Temer de “chefe do golpe” e o líder no Senado, Humberto Costa (PT), ameaça: se Dilma for destituída, Temer “seguramente será o próximo a cair”.

É a estratégia do medo, enquanto o Planalto troca as negociações partidárias (no “atacado”) por cooptação deputado a deputado (no “varejo”). Ambas – o medo e o varejo – são de altíssimo risco e de resultados incertos porque, quando a onda encorpa, ninguém segura.

Com o rompimento do PMDB, o cálculo de governo e oposição é que os partidos da base aliada vão debandar. O PSB já se foi e, aliás, fez um programa de TV duríssimo contra o governo na semana passada. O PRB também já vai tarde, apesar de a Igreja Universal do Reino de Deus ter lá seus interlocutores com o Planalto. O PSD libera os correligionários para votarem como bem entenderem. O PP e o PR serão os próximos.

Dilma acha que, além de comprar um voto daqui outro dali no Congresso, é capaz de se sustentar graças aos movimentos sociais alinhados com o PT. Eles vão às ruas agora para gritar contra “o golpe” e são uma ameaça a um eventual governo Temer – como, de resto, a qualquer composição que substitua Dilma e exclua o PT. Isso, porém, depende muito menos de Dilma e do governo e muito mais de Luiz Inácio Lula da Silva.

PT, CUT, UNE, MST... não vão às ruas por Dilma, mas sim por Lula e o que ele chama de “nosso projeto”, ameaçado pela Lava Jato e pela quebradeira da Petrobrás, mas principalmente pelo desastre Dilma, que desestruturou de tal forma da economia a ponto de, como informou o Estado, fechar 4.451 indústrias de transformação num único ano, 2015, e num único Estado, São Paulo, gerando milhões de desempregados. Não foi à toa que em torno de 400 entidades publicaram um contundente anúncio nos jornais de ontem clamando pelo impeachment.

Aí chegamos a Lula e à conversa que ele teve com o vice Michel Temer em São Paulo, em pleno Domingo de Páscoa. Lula não iria a Temer mendigar uma reviravolta do PMDB ou o adiamento da reunião que selou o fim da aliança com o Planalto. Mas Lula iria ao vice, sim, fazer uma avaliação dos cenários (inclusive o de Dilma fora, Temer dentro) e discutir um pacto de convivência que, em vez de destruir a transição com Temer, possa construir uma chance para o PT em 2018. De forma mais direta: Lula e o PT sabem que Dilma está perdida e já discutem o “day after”. Partir para um guerra com Temer em que ninguém sobreviveria ou selar uma trégua para uma recomposição de forças políticas e a recuperação da economia?

Para todos os efeitos, Lula está empenhado ao máximo em salvar Dilma. Na prática, está se mexendo para nem ele nem o PT morrerem com ela. Isso passa por um acordo com Temer e pode chegar a uma ordem de comando para, no caso da posse do vice, o exército vermelho sair das ruas e ficar apenas de prontidão.

Na coluna do José Simão - Folha de SP

Piada Pronta: "Líder do DEM é condenado a devolver R$ 4,6 milhões". Ou seja, o Pauderney tá mais sujo que pauderney de galinheiro! E o Pauderney tem um irmão chamado Paulerney. Uma família de pauzudos!
E o PMDB? Partido Mais Diabólico do Brasil! Partido das Mutretas Do Brasil!
O PMDB desembarca do governo! Pra tomar o governo!PMDB desembarca do governo. Por enquanto. Por um breve período. Intervalo.Aí o Temer vira presidente e a cambada volta toda!
O chargista Fred diz que a Dilma vai sofrer um IMPEACHTEMER! Rarará!
A Dilma tá com cara daquelas rainhas que ficam isoladas na torre!
E tem uns peemedebistas que não querem entregar o cargo. Mas deve ser muito doloroso mesmo para um peemedebista entregar o cargo. Deve dar sudorese! Erupção cutânea! Tremores noturnos! Síndrome de abstinência de cargo!

Marginais em ação

Editorial - Estadão
Lula é o Partido dos Trabalhadores. Sem ele o PT não existe. Para os petistas, a palavra de Lula é lei, mandamento supremo que, como tal, se sobrepõe a qualquer preceito legal, inclusive os estabelecidos pela Constituição federal. Em 2012, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou por corrupção a cúpula dirigente do PT no rumoroso processo do mensalão, Lula decidiu que as sentenças foram ditadas “sem provas”, por pressão da opinião pública e da mídia. Sua palavra de ordem foi rigorosamente acatada pela manada petista, que, para compensar a “injustiça” praticada contra seus ex-dirigentes, elevou-os à categoria de “guerreiros do povo brasileiro”. A partir de então ficou estabelecido para o lulopetismo o princípio à luz do qual as leis devem ou não ser respeitadas: o interesse de Lula. A partir de então, do ponto de vista legal – e não se trata, neste caso, de nada relacionado com a Lava Jato – Luiz Inácio Lula da Silva optou claramente pela marginalidade, para a qual arrasta todo o seu séquito, inclusive a presidente da República.

Hoje, a grande questão legal em jogo é o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Vários ministros do STF já declararam que o impeachment é um instituto legal previsto pela Constituição federal. Com base nesse princípio, a própria Suprema Corte recentemente estabeleceu os procedimentos a serem observados pelo Congresso Nacional para o julgamento do impeachment da chefe do Executivo. Mas Lula, Dilma e os petistas não querem saber. Para eles, impeachment é golpe. Repetem isso incansavelmente, como um mantra. E é lamentável verificar que pessoas supostamente bem informadas, a pretexto de defender “as instituições democráticas” que Lula demoliu, não se pejam de engrossar o coro.

Em torno do interesse maior de Lula, que é sua própria sobrevivência política, e sob sua coordenação, está em curso uma ampla e agressiva campanha para combater o “golpe” e, a partir do desembarque do PMDB do governo, para tentar desmoralizar Michel Temer, sucessor natural da presidente, cujo mandato está agora por um fio. Essa campanha tem dois focos distintos. No âmbito do Congresso, destina-se a comprar, literalmente, o apoio de parlamentares em número suficiente para barrar o processo de impeachment. Trata-se de uma compra pura e simples, porque a mercadoria à venda é o cargo público a ser pago com um voto contra o impeachment.

No âmbito mais amplo da opinião pública, a estratégia cumprida por determinação de Lula envolve ações que variam das ameaças verbais a investidas no melhor estilo black bloc, como a realizada na segunda-feira na Câmara dos Deputados, e ainda a mobilização dos movimentos sociais que giram na órbita lulista para manifestações de rua, como as programadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O episódio de guerrilha urbana promovido na Câmara dos Deputados teve o patrocínio de juristas e advogados militantes ou simpatizantes do PT e destinava-se a impedir – o termo, por absurdo que pareça, é exatamente este – que o presidente e outros membros da direção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolassem o pedido de impeachment de Dilma Rousseff que foi aprovado por 26 votos contra 2 pelo Conselho Federal da entidade. Aos berros, empurrões e tapas, os quadrilheiros de Lula procuraram, em vão, impedir que o documento da OAB fosse entregue. É assim que a turma de Lula defende a democracia.

No plenário do Senado, o líder do PT, Humberto Costa, ameaçou Michel Temer de ser “o próximo a cair” depois de Dilma e garantiu: “Não haverá trégua a esse movimento golpista, nem antes, nem depois, caso ele venha, vergonhosamente, a se materializar”. Por sua vez, um dos coordenadores do MST, Alexandre Conceição, em ato pró-Dilma na Câmara repetiu a palavra de ordem ditada por Lula: “Está ocorrendo uma manobra inconstitucional, um golpe”. E acrescentou que Eduardo Cunha e Michel Temer doravante “não vão ter paz”, para concluir com uma proclamação de enorme alienação: “Para manter os ganhos sociais só há uma saída: manter Dilma na Presidência”. Alguém precisa explicar ao moço quem é que está pondo a perder os “ganhos sociais”.

terça-feira, 29 de março de 2016

Marajó, agora mais perto, mais rápido

 
Praia do Pesqueiro - Soure
Por Ricardo Freire - Estadão/VIAGEM
Até pouco tempo atrás, a única opção para visitar a Ilha de Marajó era o barco lento (ou “navio”, como chamam os paraenses), que leva três horas até o porto de Camará. De lá, a viagem continua por mais 20 minutos em van até Salvaterra, onde os passageiros com destino a Soure ainda precisam atravessar o Rio Paracauari, de balsa ou ‘rabeta’ (o barquinho local). No total, são quase 4 horas de viagem de Belém a Soure. Desde o fim do ano passado, porém, um catamarã reduziu o tempo de percurso pela metade: em 2 horas você vai do reformado Terminal Hidroviário de Belém ao centro de Soure. A passagem custa R$ 50 e pode ser comprada em tapajosexpresso.com.br. O catamarã sai diariamente de Belém às 8 horas e volta de Soure às 14h45.

Soure ou Salvaterra? As duas principais cidadezinhas da ilha têm usos distintos. Para o visitante de outro Estado, Soure se apresenta como a melhor escolha: é mais pitoresca, e está mais próxima dos principais passeios. Salvaterra funciona mais como um balneário para os paraenses – e é o ponto de partida para passeios de carro às ruínas jesuíticas de Joanes (20 km) e ao Museu Marajoara de Cachoeira do Ariri (70 km).

Quando ir? A estação seca começa em julho e vai até dezembro. O ideal é ir no começo do verão amazônico, entre julho e agosto, quando os campos das fazendas de búfalos ainda estarão inundados, mas a chuva não atrapalha seus passeios.

Onde ficar? Em Soure, a pousada O Canto do Francês tem acomodações básicas e preços amigáveis (R$ 160 o casal). A Casarão da Amazônia tem piscina e ganhou recentemente um banho de loja (diárias de R$ 150 a R$ 350).

O que fazer? Ficando duas noites na ilha, é possível fazer os dois passeios essenciais, à Fazenda São Jerônimo (um circuito completo de campo, mangue e praia, que inclui um trecho montado em búfalo) e à Fazenda Bom Jesus (o mais bonito campo de búfalos, culminando com revoada de guarás ao entardecer), e ainda dar um pulinho na Praia do Pesqueiro. Com mais dias, dá para aproveitar mais a praia e fazer os passeios dos lados de Salvaterra. O Viagem esteve lá no ano passado; veja a reportagem em bit.ly/ilhademarajo.

O que comer? Não saia da ilha sem comer o filé de búfalo com queijo do Marajó (experimente no restaurante da Nalva) e provar o turu, um molusco que vive na madeira e rende um delicioso caldo no tucupi (prove no Solar do Bola) e um belo espaguete com turu (no Casarão da Amazônia). Mototáxis levam da sua pousada a qualquer restaurante por R$ 5.