Por Dom Orani Tempesta
A Palavra que permeia o 12º. Domingo do Tempo Comum coloca-nos diante da questão fundamental de nossa fé: quem é Jesus de Nazaré? (cf. Lc 9,18-24) Vejamos um detalhe importantíssimo: Jesus distingue a pergunta sobre a opinião do mundo daquela outra, sobre a fé dos discípulos. “Quem diz o povo que eu sou”? E as opiniões são humanas e, portanto, incompletas, parciais, superficiais: “Uns dizem que és João Batista; outros que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”. Ainda hoje é assim: o mundo não poderá jamais compreender Jesus em sua profundidade e verdade última. Uns acham-No um sábio; outros, um iluminado, ou um filósofo, ou um humanista, ou um revolucionário romântico; outros O acham um alienado ou um falso profeta... Em geral, o mundo atual O vê quase como um mito, bonzinho, romântico, mas sem muitas consequências práticas. Hoje, ainda mais, as críticas e perseguição ao cristianismo aumentam.
Porém, Jesus pergunta também aos discípulos e, consequentemente, pergunta a nós: “E vós, quem dizeis que eu sou”? A resposta de Pedro é completa: “Tu és o Cristo, o Ungido, o Messias de Deus”. Esta resposta não veio da lógica humana, da inteligência ou da esperteza de Pedro. Em Mateus, Jesus afirma-o claramente: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim o meu Pai que está no céu” (Mt 16,17). A afirmação do Senhor é clara, direta e gravíssima: carne e sangue, isto é, só a inteligência humana não pode alcançar quem é Jesus! Somente na revelação do Pai, ou seja, somente na experiência da fé da Igreja, nós podemos ter acesso ao mistério de Cristo, à Sua realidade profunda. As pessoas, os sociólogos, os historiadores, os filósofos alcançam a figura histórica e a interpretam! Os cristãos, os que têm o dom do Espírito Santo, veem mais profundamente e mais longe: conseguem enxergar o Filho de Deus, o Verbo que se fez carne e veio habitar entre nós e nos salvou com a morte na Cruz, e hoje está Ressuscitado, vivo entre nós.
Portanto, não nos deve surpreender se o mundo tem dificuldade de crer realmente, de aceitar seriamente o Cristo e as exigências do Seu Evangelho! As revistas, jornais, programas de rádio e televisão, intervenções nas redes sociais, as discussões históricas, sociológicas, antropológicas continuarão a ver Jesus segundo seus óculos ou pontos de vista humanos. Elas não conseguem penetrar no núcleo do seu mistério; ficam sempre no limiar, na soleira. Então, é na escuta fiel e devota da Palavra, na oração pessoal, na vida da comunidade eclesial, no empenho sincero e sacrificado de viver o Evangelho com suas exigências e, sobretudo, na celebração dos santos mistérios, que podemos fazer uma experiência autêntica de quem é Jesus. Não cremos simplesmente no Jesus que a ciência ou a história podem apreender; cremos no Cristo crido, adorado, experimentado e anunciado pela Igreja, a partir do testemunho dos apóstolos!
Porém, ao crer em Jesus, o Verbo de Deus, a nossa vida deve se transformar e mudar de tal forma que, mesmo os que não creem na revelação cristã e enxergam apenas o lado humano devem ser impactados para perguntar-se sobre o porquê do tipo de vida dos cristãos e seus testemunhos.
O núcleo do mistério de Cristo é o mistério de sua cruz! Observe-se bem: assim que Pedro afirma que Jesus é o Messias, ele precisa, esclarece que tipo de Messias ele é: "O Filho do homem deve sofrer muito, ser rejeitado... deve ser morto e ressuscitar ao terceiro dia”. Somente na cruz o discípulo pode reconhecer em profundidade o seu Senhor. Mas, a cruz não é uma teoria; é uma realidade em nossa vida e na vida do mundo: a cruz da solidão, do fracasso, da doença, das lágrimas, da pobreza, da morte... Somente quando abraçamos na nossa cruz a cruz de Cristo, podemos, então, compreendê-Lo: “Se alguém me quer seguir, quer ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me”! Fora da cruz, fora do seguimento de Cristo até o fim, não há verdadeiro conhecimento do Senhor, não há a mínima possibilidade de uma verdadeira comunhão com Ele. São Paulo nos emociona, quando afirmou: “O que era para mim lucro eu o tive como perda, por amor de Cristo”. Mais ainda: “tudo eu considero perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor”. O Papa Francisco, no domingo passado, ao falar no jubileu das pessoas com deficiência, deixou-nos uma página extraordinária de reflexão sobre esse tema.
O cristianismo é radical na sua essência, é incompreensível ao mundo “A linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem”! (1Cor 1,18) – Será que não andamos meio esquecidos disso? E, no entanto, “para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus”. (1Cor 1,19). Na fé, contemplamos a cruz do Senhor, tão dura para Ele e para nós, e vemos nela a fonte de purificação e de vida de que fala a Primeira Leitura da missa de hoje (Cf. Zc 12,10-11;13,1). Do coração amoroso e ferido do Cristo brota a vida do mundo e o sentido último da nossa existência. As palavras são impressionantes: “Derramarei um Espírito de graça e de oração... Eles olharão para mim. Quanto aos que traspassaram, haverão de chorá-lo, como se chora a perda de um filho único, e hão de sentir por ele o que se sente pela morte de um primogênito. Naquele dia, haverá uma fonte acessível para a ablução e a purificação”.
O seguimento de Cristo leva os cristãos a experimentarem em suas vidas a mesma sorte do Cristo de Deus: tornados filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus, todos foram batizados em Cristo e se revestiram de Cristo (Gl 3, 26-28). Este processo de ser batizado em Cristo e revestir-se Dele continua através da vida. É tomar a cruz todos os dias e segui-Lo. É perder a vida por causa de Cristo para salvá-la. O Beato Paulo VI em seu documento sobre a Evangelização (EN) resume bem tudo isso: “os homens de hoje escutam muito mais as testemunhas que os mestres, e, se escutam os mestres, é porque são testemunhas”.
Porém, Jesus pergunta também aos discípulos e, consequentemente, pergunta a nós: “E vós, quem dizeis que eu sou”? A resposta de Pedro é completa: “Tu és o Cristo, o Ungido, o Messias de Deus”. Esta resposta não veio da lógica humana, da inteligência ou da esperteza de Pedro. Em Mateus, Jesus afirma-o claramente: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim o meu Pai que está no céu” (Mt 16,17). A afirmação do Senhor é clara, direta e gravíssima: carne e sangue, isto é, só a inteligência humana não pode alcançar quem é Jesus! Somente na revelação do Pai, ou seja, somente na experiência da fé da Igreja, nós podemos ter acesso ao mistério de Cristo, à Sua realidade profunda. As pessoas, os sociólogos, os historiadores, os filósofos alcançam a figura histórica e a interpretam! Os cristãos, os que têm o dom do Espírito Santo, veem mais profundamente e mais longe: conseguem enxergar o Filho de Deus, o Verbo que se fez carne e veio habitar entre nós e nos salvou com a morte na Cruz, e hoje está Ressuscitado, vivo entre nós.
Portanto, não nos deve surpreender se o mundo tem dificuldade de crer realmente, de aceitar seriamente o Cristo e as exigências do Seu Evangelho! As revistas, jornais, programas de rádio e televisão, intervenções nas redes sociais, as discussões históricas, sociológicas, antropológicas continuarão a ver Jesus segundo seus óculos ou pontos de vista humanos. Elas não conseguem penetrar no núcleo do seu mistério; ficam sempre no limiar, na soleira. Então, é na escuta fiel e devota da Palavra, na oração pessoal, na vida da comunidade eclesial, no empenho sincero e sacrificado de viver o Evangelho com suas exigências e, sobretudo, na celebração dos santos mistérios, que podemos fazer uma experiência autêntica de quem é Jesus. Não cremos simplesmente no Jesus que a ciência ou a história podem apreender; cremos no Cristo crido, adorado, experimentado e anunciado pela Igreja, a partir do testemunho dos apóstolos!
Porém, ao crer em Jesus, o Verbo de Deus, a nossa vida deve se transformar e mudar de tal forma que, mesmo os que não creem na revelação cristã e enxergam apenas o lado humano devem ser impactados para perguntar-se sobre o porquê do tipo de vida dos cristãos e seus testemunhos.
O núcleo do mistério de Cristo é o mistério de sua cruz! Observe-se bem: assim que Pedro afirma que Jesus é o Messias, ele precisa, esclarece que tipo de Messias ele é: "O Filho do homem deve sofrer muito, ser rejeitado... deve ser morto e ressuscitar ao terceiro dia”. Somente na cruz o discípulo pode reconhecer em profundidade o seu Senhor. Mas, a cruz não é uma teoria; é uma realidade em nossa vida e na vida do mundo: a cruz da solidão, do fracasso, da doença, das lágrimas, da pobreza, da morte... Somente quando abraçamos na nossa cruz a cruz de Cristo, podemos, então, compreendê-Lo: “Se alguém me quer seguir, quer ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me”! Fora da cruz, fora do seguimento de Cristo até o fim, não há verdadeiro conhecimento do Senhor, não há a mínima possibilidade de uma verdadeira comunhão com Ele. São Paulo nos emociona, quando afirmou: “O que era para mim lucro eu o tive como perda, por amor de Cristo”. Mais ainda: “tudo eu considero perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor”. O Papa Francisco, no domingo passado, ao falar no jubileu das pessoas com deficiência, deixou-nos uma página extraordinária de reflexão sobre esse tema.
O cristianismo é radical na sua essência, é incompreensível ao mundo “A linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem”! (1Cor 1,18) – Será que não andamos meio esquecidos disso? E, no entanto, “para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus”. (1Cor 1,19). Na fé, contemplamos a cruz do Senhor, tão dura para Ele e para nós, e vemos nela a fonte de purificação e de vida de que fala a Primeira Leitura da missa de hoje (Cf. Zc 12,10-11;13,1). Do coração amoroso e ferido do Cristo brota a vida do mundo e o sentido último da nossa existência. As palavras são impressionantes: “Derramarei um Espírito de graça e de oração... Eles olharão para mim. Quanto aos que traspassaram, haverão de chorá-lo, como se chora a perda de um filho único, e hão de sentir por ele o que se sente pela morte de um primogênito. Naquele dia, haverá uma fonte acessível para a ablução e a purificação”.
O seguimento de Cristo leva os cristãos a experimentarem em suas vidas a mesma sorte do Cristo de Deus: tornados filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus, todos foram batizados em Cristo e se revestiram de Cristo (Gl 3, 26-28). Este processo de ser batizado em Cristo e revestir-se Dele continua através da vida. É tomar a cruz todos os dias e segui-Lo. É perder a vida por causa de Cristo para salvá-la. O Beato Paulo VI em seu documento sobre a Evangelização (EN) resume bem tudo isso: “os homens de hoje escutam muito mais as testemunhas que os mestres, e, se escutam os mestres, é porque são testemunhas”.
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