Por Luis Fernando Veríssimo
É curioso que pessoas digam “eu sou” tal time, em vez de dizer “torço pelo” time. Minha tese é que se trata de uma maneira de preservar sua paixão de qualquer infortúnio que se abata sobre o time. O time pode ir mal, mas você continua “sendo” ele, como se ele fizesse parte de você. Entranhado, aconteça o que acontecer.
A paixão pelo futebol é uma paixão singular, a única das nossas paixões infantis que persiste no adulto. Nenhuma outra forma de paixão – nem pela pátria, nem pelas mulheres ou homens amados, nem pelo dinheiro e o poder – é igual à paixão que enche os estádios e leva pessoas perfeitamente normais à apoplexia, ou quase isso.
A ligação maior do torcedor de futebol é com o jogador, com o ídolo do momento, cujo nome ele aplaude quando é anunciado e cuja vida ele acompanha. Mas quando o jogador deixa o seu time a paixão do torcedor não vai junto. O que a prende é uma coisa indefinível: as cores, a camiseta, a história, a mística do seu time. Ninguém explica o amor e muito menos esse amor por uma abstração, pelo time da gente, independentemente de quem sejam seus cartolas, técnicos ou jogadores.
Hoje, não existe mais isso, ou existe menos, mas até pouco tempo o jogador que saísse de um time para ir jogar num time rival era considerado um traidor, alvo de vaias e insultos. Uma ilusão que o torcedor gostava de conservar era a de que o jogador tinha o mesmo amor pelo time, pela abstração, que ele.
Não sei de onde vem a expressão “torcer”. No caso do futebol, pode ter sua origem no fato de nos contorcermos com entusiasmo ou ansiedade quando nosso time ataca ou é atacado. Assim, torcedores seriam, na verdade, contorcedores, como sabe muito bem quem já se enroscou todo quando um dos nossos perde o gol feito, e depois teve dificuldade em se desenroscar.
Dizem que o termo foi usado pela primeira vez para descrever as moças que iam assistir aos “matchs” de football e ficavam torcendo seus lencinhos, nervosamente, durante o jogo. “Torcedor” sério mesmo que “torcedora”, sem o lencinho. De qualquer maneira, boa sorte Tite.
A paixão pelo futebol é uma paixão singular, a única das nossas paixões infantis que persiste no adulto. Nenhuma outra forma de paixão – nem pela pátria, nem pelas mulheres ou homens amados, nem pelo dinheiro e o poder – é igual à paixão que enche os estádios e leva pessoas perfeitamente normais à apoplexia, ou quase isso.
A ligação maior do torcedor de futebol é com o jogador, com o ídolo do momento, cujo nome ele aplaude quando é anunciado e cuja vida ele acompanha. Mas quando o jogador deixa o seu time a paixão do torcedor não vai junto. O que a prende é uma coisa indefinível: as cores, a camiseta, a história, a mística do seu time. Ninguém explica o amor e muito menos esse amor por uma abstração, pelo time da gente, independentemente de quem sejam seus cartolas, técnicos ou jogadores.
Hoje, não existe mais isso, ou existe menos, mas até pouco tempo o jogador que saísse de um time para ir jogar num time rival era considerado um traidor, alvo de vaias e insultos. Uma ilusão que o torcedor gostava de conservar era a de que o jogador tinha o mesmo amor pelo time, pela abstração, que ele.
Não sei de onde vem a expressão “torcer”. No caso do futebol, pode ter sua origem no fato de nos contorcermos com entusiasmo ou ansiedade quando nosso time ataca ou é atacado. Assim, torcedores seriam, na verdade, contorcedores, como sabe muito bem quem já se enroscou todo quando um dos nossos perde o gol feito, e depois teve dificuldade em se desenroscar.
Dizem que o termo foi usado pela primeira vez para descrever as moças que iam assistir aos “matchs” de football e ficavam torcendo seus lencinhos, nervosamente, durante o jogo. “Torcedor” sério mesmo que “torcedora”, sem o lencinho. De qualquer maneira, boa sorte Tite.
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